Boa Tarde !
Postei sobre a mesma strato aqui há mais de um ano, e só agora tenho cascalho pra reformar a bichinha, segue fotos:
Corpo
Desgaste pelo lixamento na região da ponte
Abertura na cavidade
Braço perfeito sem trastes (como seria a finalização adequada para o braço?)
Peço uns conselhos do pessoal experiente daqui, pois não entendo bulhufas de reforma e de hardware... e como essa é uma strato de 300 reais, apesar do valor sentimental, não estou disposto a gastar 300 em um luthier para pintar e fazer algumas reformas!
O que sei (ou acredito) até agora:
Pintura: Aplico primer para madeira, pinto com tinta automotiva (já tenho), no fim uso um verniz Poliuretano. Lixando para dar um acabamento melhor entre a pintura e o verniz
Imperfeições: Posso utilizar massa plástica para esse fim? Na cavidade dela, tem uma falha na madeira, transparecendo o outro lado, acredito que isso não prejudique o timbre, mas eu gostaria de dar uma arrumada nisso (Maldito perfeccionismo)
Hardware: Bom, aqui sou extremamente leigo! Pesquisei sobre blocos, e vi que os blocos de aço são os melhores, mas não sei que marca é confiável, vi falar bem sobre uma marca
Manara... Sobre ponte não entendo absolutamente nada!
Tarraxas: Alguma marca média e honesta pra indicar?
Trastes: Talvez seja a única coisa que eu mande fazer num luthier, tenho medo de fazer tudo errado
Parte elétrica: OK! Vou blindar com fita de cobre, usar jacks neutrik, usar potenciômetros Alpha mesmo, talvez eu adicione uma chavezinha para mudar a tonalidade ou um micro boost, ainda estou pensando nisso...
Por fim, a captação: Pensei em usar 2 singles e 1 p90, pois sou fã do som quente de p90, então teria que aumentar a cavidade do escudo, isso seria fácil de fazer? Qual configuração seria bacana pra versatilidade? (de blues, rockabilly a um heavy rock)
Preciso de indicação de marcas média e honestas, pensei nos malagoli ou GFS, mas os da GFS achei um pouco caros calculando a conversão e os impostos
Obrigado desde já!
Olá!
Já fiz algumas empreitadas dessa com resultados muito bons. Então vou fazer algumas considerações.
1- Pelo valor financeiro da guitarra não vale tanto à pena pois a guitarra sempre valerá o valor da nova, mas a diversão e o aprendizado valem.
2- É importante escolher boas candidatas pra a reforma. O melhor seria:
2.a- Corpo sólido, mesmo de basswood chinês, mas que tenha uma certa ressonância ( vc bate nele e faz "toc toc" sonoro ao invés de "tum tum" abafado ).
2.b- Braço de maple mais denso e rígido possível, com veios uniformes e retos. Maple é uma madeira originalmente barata, então tem todo tipo de coisa por aí. Nas guitarras mais antigas a variação era bem maior, tinha braços muito ruins e braços bem melhores em termos de madeira. Hoje em dia já existe uma seleção, então mesmo nas fábricas chinesas as melhores ganham peças melhores.
2.c - A escala de madeira densa e dura. O raciocínio é parecido com o Maple.
Não tendo isso, o lance é fazer o melhor trabalho possível. O resultado pode ser um pouco aquém do esperado, mas ainda pode ser bem interessante quando comparado a uma guitarra ruim.
3 - O resto comento individualmente.
Pintura: Aplico primer para madeira, pinto com tinta automotiva (já tenho), no fim uso um verniz Poliuretano. Lixando para dar um acabamento melhor entre a pintura e o verniz
O importante é manter o mesmo tipo de base. Base catalizada (bi componente) seca e não dissolve mais com o thinner, não reage quase nada com a camada seguinte. Nesse caso vc pode usar tinta poliéster e verniz PU, pode usar fundo PU e tinta poliéster... é um pouco mais simples.
Se decidir usar Nitro, que não é catalizado, uma camada reage com a outra, então tem que manter tudo compatível desde o início.
Acho melhor usar tudo automotivo (poliéster mesmo). Mais simples, mais barato e o resultado bom é mais fácil de alcançar.
Imperfeições: Posso utilizar massa plástica para esse fim? Na cavidade dela, tem uma falha na madeira, transparecendo o outro lado, acredito que isso não prejudique o timbre, mas eu gostaria de dar uma arrumada nisso (Maldito perfeccionismo)
Pode, mas use a versão catalizada (bicomponente).
Hardware: Bom, aqui sou extremamente leigo! Pesquisei sobre blocos, e vi que os blocos de aço são os melhores, mas não sei que marca é confiável, vi falar bem sobre uma marca
Manara... Sobre ponte não entendo absolutamente nada!
Eu não investiria nisso de primeira. Use sua ponte velha desde que seja compatível com a que pretende usar. Se a guitarra ficar boa vc coloca uma ponte melhor. Essa coisa do bloco muda um pouco o som da guitarra, mas não faz milagre. Se sua guitarra não tem o som bom sem o bloco, trocando nãovai ficar bom repentinamente.
Ou compre uma ponte boa (se tiver verba sobrando) e se o resultado não ficar bom vc aproveita em outro projeto.
Tarraxas: Alguma marca média e honesta pra indicar?
Isso é complicado. Tem muita tarraxa chinesa honesta sem marca que chega por menos de 60 reais pelo Ebay, mas depende de vendedor etc.
Eu comprava tarraxas sem marcas muito boas de um vendedor chamado Bezdez, mas ele fechou a loja.
Hoje não sei. Se fosse arriscar tentaria pegar da cort, daquelas que não tem parafuro e são as mesmas que vem na squier standard.
Pra piorar, tem muita falsificação das Wilkinson no mercado. Mais uma vez eu usaria as tarraxas originais e só trocaria se a guitarra ficasse boa.
Trastes: Talvez seja a única coisa que eu mande fazer num luthier, tenho medo de fazer tudo errado
Isso eu acho que vc mesmo devia fazer pois é justamente o que vai dar o diferencial da tocabilidade. Tem um monte de bons tutoriais e vídeos na Internet. Se vc tem habilidade manual, dá pra fazer. Arruma um violão velho quebrado e fica treinando, retirando e colocando os trastes deles, alinhando a escala etc.
Depois que pegar segurança vc mete a mão na guitarra.
Estude bem, vc pode fazer uma escala composta, com borda arredondada com as fenders top de linha... fica bem bacana.
Parte elétrica: OK! Vou blindar com fita de cobre, usar jacks neutrik, usar potenciômetros Alpha mesmo, talvez eu adicione uma chavezinha para mudar a tonalidade ou um micro boost, ainda estou pensando nisso...
Blindagem t
b
(moderador, peço que me suspenda do fórum) vc pode fazer por último. Pode fazer com cobre, alumínio ou com tinta de grafite. Todas funcionam bem e são um bom upgrade na guitarra.
Sobre os captadores singles, segue o que eu acho:
1- Alnico 5 de baixo ganho, fio AWG42 e perto de 6K de resistência - Som brilhante e resposta boa a palhetadas. Bom pro som clássico das stratos. Se achar muito estridente pode controlar mudando facilmente a eletrônica.
2- Cerâmicos com dois imãs por pickups (tipo das fenders mexicanas). Som mais próximo dos de alnico, mas ainda é meio anasalado. Geralmente usa-se pots de 500K pra compensar os poucos agudos. Tem gente que gosta, acha mais suave que os alnico... eu particularmente não gosto.
3- Cerâmico de uma barra apenas. Som muito anasalado, sem brilho, típico som de strato barata. Eu acho perda de dinheiro, a menos que vc tenha um gosto muito específico por eles.
4- P-90: Os P-90 já são originalmente cerâmicos e a construção é diferente. Desses não formei opinião, mas tenho uma guitarra (tá desmontada) com um conjunto deles dos mais baratinhos e o som era bem legal. Acho que um desses na ponte deve ficar legal, diferente...
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Ah... captadores chineses/coreanos de Alnico 5 são relativamente baratos e geram ótimos resultados. Chegam por volta de 100 reais com frete.
Os Artec são muito bons, bem feitos e soam tão bem na minha opinião quando originais fender.