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Autor Tópico: Como enrolar um transformador simples ?  (Lida 6820 vezes)
Montanari
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« : 01 de Abril de 2016, as 09:59:37 »

Amigos do site, eu nunca montei um transformador antes, meu conhecimento nessa área é pequeno...  daí a pergunta: Quais são as minhas chances de sucesso se eu seguir uma "receita" e enrolar um transformador ?

Estou falando de algo "simples" :  110+110 / 9V @ 600 mA  /  Formatado com placas E I.

Pretendo usá-lo para alimentar uma pedaleira XVamp ( ela usa uma fonte AC com esses requisitos ).

Agradecerei a todas as dicas ! 
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« Responder #1 : 01 de Abril de 2016, as 11:29:44 »

As chances de fazer um transformador seguindo uma receita (e.g. os exemplos do livro "Transformadores - Alfonso Martignoni" - passa na rodoviária do Tietê que tem uma feira do livro que fica na frente do Bob´s, ele custa R$ 10,00  por um livro novinho) são boas de funcionar, mas pelo trabalho e custo você vai verificar que nesse caso vale a pena comprar um pronto na Santa Ifigênia.
Transformadores simples e pequenos de pouca potência como o que você quer, dão mais trabalho que enrolar transformador de potência maior. Como eles usam núcleo pequeno o valor de espiras por volt será alto e os fios no primário serão finos. Pra enrolar isso precisa ter muita atenção na contagem (no seu caso seriam umas 4000 espiras de fio fino no primário) e cuidado pra não romper o fio (que não é fácil de se comprar em pouca quantidade). É mais fácil enrolar transformadores grandes do que os pequenos, se não tiver o equipamento adequado (bobinadeira) e for fazer na mão.
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« Responder #2 : 01 de Abril de 2016, as 11:32:36 »

Ola amigo.

Didaticamente é interessante, mas com suas dificuldades para um iniciante.

1) ferramental;
2) bitola dos fios;
3) custo.

Como falei, didaticamente é interessante, isso p q (moderador, peço que me suspenda do fórum) havendo a real necessidade , fica mais barato comprar em qualquer loja do ramo.
Se em sua cidade não encontrar, vc pode comprar pela internet ou pedir para algum colega comprar e enviar para vc.
abrax
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« Responder #3 : 01 de Abril de 2016, as 13:34:52 »

Não vejo tanta dificuldade prática ou técnica. Dimensionei e enrolei meu primeiro trafinho quando tinha 14 anos e estava começando o curso técnico de eletrotécnica. Não é física nuclear...

Hoje tem planilha Excel para baixar na web, que faz todos os cálculos.

A parte chata é comprar o material, que normalmente tem quantidade mínima, de modo que fazer um único transformador realmente sai muito mais caro do que comprar um pronto na loja. Quanto às ferramentas específicas (bobinadeira, por exemplo), dá perfeitamente para viver sem.

Acho que só vale a pena esquentar a cabeça se:
1) você quiser algo muito fora dos padrões comerciais (não parece ser o caso neste momento) e/ou;
2) seu prazer valer mais do que o dinheiro (muitas vezes vale...).
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Montanari
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« Responder #4 : 01 de Abril de 2016, as 15:07:14 »

Ok, estou mais confiante agora... eheheh

Bem, creio que uma bobinadeira ( mesmo que seja um modelo manual ) seria uma ferramenta indispensável, ou quase.

Andei fazendo umas contas ( por alto ) e ví mais ou menos o seguinte :

- um transformador com essas características custa R$ 18 em SP e deve pesar uns 250 gramas.
- seria 200 de núcleo ( uns R$ 2 )
- e 50g a 100g de fio esmaltado ( R$ 5 )
- total = R$ 7  ( menos da metade do valor de mercado, certo ? )

Confere ?
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felix
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« Responder #5 : 01 de Abril de 2016, as 16:01:53 »

É sobram R$11 para, pelo menos, 2h de trabalho.
Se for por amor a ciência, tá valendo.
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« Responder #6 : 01 de Abril de 2016, as 16:27:21 »

Puxa Félix, dependendo do transformador, a qualidade dos comprados anda uma bela porcaria! Acho que o amor a ciência dá lugar ao amor ao que está se montando!
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« Responder #7 : 01 de Abril de 2016, as 16:28:31 »

Então Montanari.

Seus cálculos estão certos ( sem margem de erro), mas se o fio do primário rebentar no meio da bobinagem... perdeu. Vai ter que fazer tudo de novo, com fio novo.
Outro detalhe que aconteceu comigo e acredito que com qualquer um, em seu primeiro trabalho. Quando vai chegando no final da bobina, percebe-se que não há espaço pra enrolar todas as espiras necessárias.
Não tem choro, tem que refazer e melhor.

Observe as orientações dos colegas e decida.
Mas perceba as colocações dos colegas...

"Por amor à ciência"
"Se compensar"

Minha opinião é simples:

Se o objetivo é enrolar o transformador, vá em frente.
Se o objetivo é usar o transformador, compre pronto.

E uma observação:
É gratificante enrolar um transformador e ver ele funcionando direitinho depois de pronto, dá uma sensação de tornar-se um alquimista.
Sabe... tu fica enrolando, voltinha por voltinha... na mão, cortando o dedo, olhos cansados.

OBS. 2
Não esqueça do papel craft ( ou encerado) para isolar, fita crepe para prender pontas dos fios e ajudar na montagem, e revestir o seu dedo indicador pra não cortara pele na articulação do dedo ( corta mais que fio pra empinar pipa).

bom trabalho.

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« Responder #8 : 01 de Abril de 2016, as 18:42:34 »

O mais importante é que a bobinadeira tenha contador de voltas. Bobinadeira sem o contador não resolve nada.
Não esqueça do carretel de plástico. Existem alguns com uma divisão no meio de forma a isolar bem o primário do secundário (muito comum em transformadores de fontes feitas no exterior).  Carretéis podem ter terminais para se prender os fios esmaltados dos enrolamentos ou apenas slots para aqueles transformadores com chicotes de fios cabinho para ligação.
Para isolar camadas use também fita de mylar (poliéster).
Por fim, para prender as lâminas do núcleo, algumas chapas tem furos (para passar parafuso e prender com porca) ou use abraçadeiras (armaduras) metálicas que tem orelhas dobráveis para prender apertado. Normalmente as canecas laterais (tampas metálicas) só tem para tamanhos maiores de núcleo (>1 polegada de meio).

« Última modificação: 02 de Abril de 2016, as 07:57:29 por xformer » Registrado

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« Responder #9 : 01 de Abril de 2016, as 19:41:55 »

Agradeço aos amigos que escreveram.

Existem alguns com uma divisão no meio de forma a isolar bem o primário do secundário (muito comum em transformadores de fontes feitas no exterior).

Esse carretel eu nunca havia visto. Quer dizer que de um lado enrola-se o primário e do outro o secundário ?  ( e se a altura dos 2 enrolamentos forem diferentes, não ficaria um gap ? )

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« Responder #10 : 01 de Abril de 2016, as 19:55:17 »

Esse carretel eu nunca havia visto. Quer dizer que de um lado enrola-se o primário e do outro o secundário ?  ( e se a altura dos 2 enrolamentos forem diferentes, não ficaria um gap ? )

Em teoria, num transformador ideal (sem perdas), a potência do primário seria igual ao do secundário, de forma que a quantidade de cobre  nos dois enrolamentos deveria equivaler em cada um deles (a bitola de fio mais grosso para uma corrente maior compensaria com uma menor quantidade de espiras para uma tensão menor).
Na prática vai ter uma diferença na altura dos enrolamentos, mas será pequena. E se um enrolamento ficar mais alto que o outro, o que importa é que as linhas de campo passarão igualmente pelos dois enrolamentos, o que vai acontecer, pois eles ficarão um do lado do outro, com o núcleo passando pelo meio dos dois enrolamentos, sem muita diferença do caso em que um estivesse enrolado sobre o outro (é bom comprar o livro do Martignoni).
« Última modificação: 02 de Abril de 2016, as 07:58:24 por xformer » Registrado

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« Responder #11 : 02 de Abril de 2016, as 00:15:25 »

Puxa Félix, dependendo do transformador, a qualidade dos comprados anda uma bela porcaria! Acho que o amor a ciência dá lugar ao amor ao que está se montando!

100% de acordo.

Mas justamente por causa disso é que os cálculos (se bem feitos, sem usar fatores excessivamente apertados nem fazer economias porcas) levarão à conclusão de que o transformador caseiro ficará maior e mais pesado que os comerciais. Se isso não for um problema, haverá a garantia de ter um transformador que não aquece nem arreia quando exigido.

Sobre arrebentar fio do primário: as bitolas que se usa em transformadores de potência não são assim tão finas. Precisa ser bem ogro (ou desleixado) para quebrar o fio, e sempre existe o recurso de usar uma bitola maior (é até bom, desde que caiba no carretel, claro, e enrolar com capricho ajuda muito neste ponto). A força de puxamento admitida pelo fio de cobre, com bastante folga, é de 4 kgf/mm².  

E se ainda assim arrebentar, fazer uma derivação para "fora" do carretel e emendar não é pecado, afinal é o que se faz quando realmente é preciso ter derivações. Só não pode ter um monte de emendas (transformador porco espinho...), e nem deixá-las no meio do enrolamento, "misturadas com o resto", a menos que coloque uma camada de papel isolante em baixo e em cima da emenda, mas aí já é muita gambiarra.
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« Responder #12 : 03 de Abril de 2016, as 01:38:12 »

Eu como tenho a mão muito pesada, tenho pânico de esmaltado fino, porque sempre me dou mal.

Na dúvida, compro o transformador com, no minimo, uns 25% a mais de potência do que eu preciso. Pelo menos, se vier subdimensionado, mal enrolado, zoado, enganado, tosco e etc... a chance de danos é menor.

Mesma coisa na hora de encomendar, tirando os mestres do mercado, é melhor deixar aquela margem do "santo"  Evil

A sim, e sempre usar fusível onde der...  Tongue
« Última modificação: 03 de Abril de 2016, as 01:41:11 por felix » Registrado
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« Responder #13 : 03 de Abril de 2016, as 12:44:06 »

Na dúvida, compro o transformador com, no minimo, uns 25% a mais de potência do que eu preciso.

Essa é uma boa prática!
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« Responder #14 : 04 de Abril de 2016, as 09:10:11 »

...os exemplos do livro "Transformadores - Alfonso Martignoni"...

Encontrei o livro em PDF na internet !  Legal!

Comecei "do começo" pois não sou técnico na área. O autor tem uma boa didática, mas assusta um pouco pois trata-se de uma carga de informações muito grande para assimilar assim "de repente". Alguns falsos conceitos que eu tinha cairam por terra logo nas primeiras páginas.

Valeu pela dica. Se tiver outra indicação, pode passar.

abs
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