Oi Victor,
Eu li sobre isso (ha séculos) e entendi que, como o capacitor filtra frequências baixas dependendo do seu valor, se você associa dois capacitores de valores baixos, para conseguir um de valor mais alto, você termina com a capacitância mais alta, mas as frequêcias mais baixas (graves) não passam nestes valores baixos, ou seja, no final o som sai mais magro, sem corpo e mais agudo (ardido).
Já já alguem mais capaz diz se é assim mesmo ou estou errado.
Abraço.
Então, eu sempre vejo o pessoal falando que os capacitores "deixam passar" frequências, altas, baixas... Certa vez tive até algumas discussões calorosas aqui no fórum por conta disto... rs
A real é que um capacitor, sozinho, não faz nada ao sinal, considerando um modelo que esteja dentro das condições ideais, ou seja, possuindo só capacitância.
Um capacitor é um elemento armazenador de energia e não dissipador, por conta disso, capacitores não conseguem "atenuar" frequências, eles necessitam de um elemento que transforme a energia contida em um sinal (por exemplo as frequências que queremos filtrar) em outro tipo de energia, e isso é feito pelos resistores que transformam parte desse sinal complexo da guitarra em simplesmente calor.
Isso quer dizer que, é necessário sempre um elemento resistivo junto ao capacitor (as vezes esse elemento está "camuflado" como a impedância de entrada de um op-amp, transistor, válvula ou outros elementos não ideais).
Ou seja, quem atenua é sempre uma rede RC facilmente identificável ou não no circuito.
Então a frase "deixou passar frequências baixas" deve ser alterada sempre para "atenuou frequências altas", pois na ausência de um resistor, qual elemento dissiparia a energia dessas frequências altas do sinal em calor?
Sobre a problema das associações, acho que convém observar que um capacitor cerâmico multicamada (comuns hoje em muitos pedais) é uma associação de capacitores em paralelo, cada camada é "de fato" um capacitor e a junção de todos forma um elemento que "se comporta" como um capacitor único.
Eu acho que em testes assim, a tolerância (+/- x%) dos valores dos capacitores cerâmicos comuns influenciou mais do que o próprio arranjo.
Um teste legal que todos podem fazer é utilizar um rede resistiva RC, e ao se adicionar um capacitor em paralelo, modificar também o resistor associado, mantendo a frequência de corte constante (e observar se há alteração ou não...).
Um abração!
Eduardo