Más a conclusão não seria o contrário?
Quero dizer: a potência do amplificador não deveria ter metade daquela que pode ser dissipada mecanicamente no falante?
Existe uma diferença essencial entre "Um amplificador fornecendo 100w" de "Um amplificador que
pode fornecer 100w".
Potência é potência, se você colocar 100w em um falante de máxima potência de 50w, ele irá queimar.
O problema em si é que 50w em uma onda senoidal é diferente de 50w de uma onda quadrada em termos de potência/qualidade.
Vou exemplificar de uma forma inversa:
Imagine que tenhamos 50w sendo fornecidos a um alto-falante de um amplificador que não sabemos se está trabalhando em uma região linear ou saturando.
O valor de pico de tensão, caso a carga seja 8 ohms (resistivo) em um amplificador
linear será de:
Psen =Vp²/2*R
50 = Vp²/2*8
Vp = 28,3 Vp
Caso a forma de onda seja quadrada, para os mesmos 50w em 8 ohms, em amplificador totalmente
saturado a tensão de pico será de:
Pquad = V²/R
50 = Vp²/R
Vp = 20 Vp
Agora pergunto, qual amplificador consegue "fornecer" mais potência
LINEARMENTE?
Concordam que o primeiro consegue fornecer mais potência, já que a tensão de alimentação é realmente maior? Maior headroom?
É essa a grande diferença porque potência é potência, se é linear ou cheia de harmônicas é que irá fazer com que o sistema seja mais eficiente ou não.
Vamos fazer agora fazer outra conta, qual a potência máxima
linear senoidal que o
segundo amplificador poderia fornecer:
Psen =Vp²/2*R
Psen = 20²/2*8
Psen = 25w
Ou seja esse segundo amplificador "teoricamente" poderia fornecer 50w, porém a forma de onda seria inútil para qualquer aplicação, a potência máxima dele usável é de 25w!
Se tentássemos "empurrar" o estágio de potência com um pré mais parrudo, teríamos um som distorcido na saída (ruim, no caso de um PA / hi-fi) e dissiparíamos os mesmos 50w.
Isso explica a necessidade de uma margem de segurança de potência no falante quando utilizamos amplificadores de guitarra distorcendo, um 25w linear senoidal é teoricamente o dobro quando saturado. Ou seja, há a necessidade de utilizarmos, por exemplo, um falante de 50w.
Agora no caso de um PA/ hi-fi. Qual a utilidade de termos um conjunto de falantes de 50w e aproveitarmos apenas 25w lineares de um amplificador que distorcendo fornece 50w? É muito mais inteligente utilizar um amplificador que FORNEÇA realmente 50w lineares.
Agora vem a mancada, os fabricantes fazem todos os malabarismos possíveis para indicar que o amplificador deles fornecem uma potência maior (alguém se lembra do PMPO)? E creio que nesse caso, os engenheiros de som aplicam uma regra prática, dobrando a potência "necessária" para que o conjunto funcione de modo mais eficientemente possível.
Em um exemplo, um amplificador de "100w" fornece com certeza 50w lineares em todo o espectro de frequências, sendo o falante realmente melhor utilizado.
Em guitarra, o negócio é justamente o contrário! Pior ainda é o caso dos valvulados que realmente distorcem o estágio de potência de forma acentuada.
Se ainda quiserem utilizar falantes subdimensionados em amplificadores de guitarra, muito critério e cuidado deve ser tomado.
Um abraço!
Eduardo