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Autor Tópico: Tudo sobre cabos  (Lida 13992 vezes)
bossman
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« Responder #15 : 28 de Março de 2015, as 08:00:35 »

2a. Alguém já viu/ouviu o nacional RFS-Brasil KMP AF 2x20AWG (T) # 412.007 CP 0120 ? Não ? Vale a pena ! Em paralelo (2x20AWG) perfaz 17AWG (1,04mm²) com malha trançada, muito bem trançada (braided). Instalem um plug Switchcraft em cada ponta em temos aquilo que JP ( e muitos "outros") usava em 99,99999999% das suas apresentações ao longo de duas decadas.

Não serve Amphenol?
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Dexter
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« Responder #16 : 28 de Março de 2015, as 10:02:57 »

Ops! Já vi este assunto ser discutido num fórum sobre Hi Fi... e era mais uma defesa de opiniões que uma discussão técnica!
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Finck
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« Responder #17 : 28 de Março de 2015, as 11:19:57 »

Bom, realmente tem uma boa dose de psicoacústica, mas há certos detalhes técnicos a considerar, e lendas para desmistificar.

1) a afirmação "tem que ser cobre o mais puro possível" é importante, claro. O que nenhum fabricante conta (e eu trabalho em fabricantes de cabos há 30 anos, há uns 7 anos sou gerente técnico) é que é praticamente impossível fazer fios finos (imprescindível para construir cabos flexíveis) com cobre que não seja 99,9% puro, o chamado "cobre de pureza eletrolítica". Há algumas ligas de alumínio com as quais se consegue obter os fios bem finos, mas são prateadas e facilmente identificáveis, então, se tem cor de cobre, é cobre. Cobre "livre de oxigênio" não é tão "mais puro" do que o "normal" a ponto de justificar a propaganda. A diferença está no processo de obtenção da matéria prima, e no processo de fabricação do condutor. O cobre livre de oxigênio tem maior resistência à oxidação, no entanto. E custa mais caro.

2) Bitola de cabo se mede por ÁREA (seção), não por diâmetro. Há duas escalas hoje: AWG (americana) e mm2 (a maior parte do mundo). Na verdade existe também a MCM, mas aí já estamos falando de cabos enormes, de potência. O AWG é baseado em medidas imperiais, a escala vai de 46 a 1, depois vem 0 (1/0), 00 (2/0), 000 (3/0) e 0000 (4/0). Quanto maior o número, menor a área (ou seja, um 20 AWG é menor que um 16 AWG). As bitolas AWG "usáveis" para fins de áudio estão entre 24 e 18 AWG (acima é muito fino, abaixo, muito grosso). Em mm2, entre 0,25 e 1,00 mm2 (sendo que 0,25 nem é medida padronizada, é uma "adaptação"; a menor seção padronizada é 0,5mm2).

3) Condutor mais ou menos flexível tem influência desprezível no desempenho elétrico. A diferença é mecânica. 

4) A malha nos cabos de guitarra tem duas funções: A - segundo condutor e B blindagem eletrostática. Vale o mesmo comentário feito sobre a pureza do cobre. O ideal é que a malha tenha a mesma seção do condutor principal, ou maior, para resolver A. Quanto ao efeito de blindagem B, quanto melhor a cobertura (mais fechada a malha), melhor, sendo 90% uma taxa excelente, e 80% aceitável. Porém, há recursos que os fabricantes usam para aumentar a taxa de cobertura sem aumentar a seção, o uso de uma película de alumínio sob a malha é uma delas. Então, é bom desconfiar de "blindagens duplas", pode ser uma enganação, e não uma vantagem (é vantagem se for preservada a taxa de cobertura da malha, e o alumínio for só um complemento, e uma enganação se a malha for muito aberta e o alumínio for usado para compensar isso).

5) Espessura do isolante (o material que está em cima do condutor e embaixo da blindagem) e seu material influenciam na capacitância do cabo. Maior capacitância, menor agudos.

6) a cobertura (o material "de fora" do cabo) não influencia no desempenho elétrico, só no mecânico. Não adianta o cabo ter uma cobertura excelente se o núcleo for um lixo. Um cabo com um núcleo excelente e uma cobertura ruim vai se danificar mecanicamente com facilidade.

7) cobre estanhado é eletricamente pior que o nu (sem estanho), porque para fazer o fio estanhado os fabricantes reduzem o diâmetro do cobre antes da estanhagem, de modo que o diâmetro final seja preservado. Como o estanho é pior condutor, tem-se um condutor com maior resistência. O condutor estanhado, no entanto, oxida menos e é mais fácil de soldar. E também é um recurso para proteger o condutor de cobre durante o processo de aplicação da isolação (alguns materiais, as borrachas em especial, provocam oxidação do cobre durante o processo de vulcanização).

Tem mais detalhes, claro, que a gente poderá discutir na medida do avanço do tópico.
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« Responder #18 : 28 de Março de 2015, as 13:11:25 »

Muito bom Finck !  Bom saber de quem é do mercado.

Uma curiosidade: existe uma fórmula para se determinar o diâmetro do fio (e por derivação a secção-área do fio) a partir do número AWG.

Diâmetro (mm) = 0,005 x 92 ((36 - AWG)/39) x 25,4
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« Responder #19 : 28 de Março de 2015, as 14:30:36 »

bom pessoal, comecei a pesquisar sobre modelos acessíveis e que seguiam a estrutura de construção que buscava. Encontrei uma marca no mercado livre que usa as bitolas que na minha opinião, devem ser melhores. Encontrei na bitola 0,75 1,0 e 1,5 mm. No entando o vendedor me garantiu que pra guitarra o ideal seria 0,75, pois mais grossa perderia muito agudo/medio e ganharia apenas o grave. Achei válida essa dica.
Alguém conhece a marca Sparflex ?
http://produto.mercadolivre.com.br/MLB-637889239-cabo-sparflex-p-guitarra-nitro75-movido-a-nitrogenio-500-m-_JM
http://produto.mercadolivre.com.br/MLB-629578646-cabo-sparflex-nitro-100-teclado-5-metros-538140010f-_JM
http://produto.mercadolivre.com.br/MLB-641364401-cabo-sparflex-nitro-150-baixo-3-metros-538189010f-_JM

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« Última modificação: 28 de Março de 2015, as 17:47:06 por Moiseshendrix » Registrado
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« Responder #20 : 28 de Março de 2015, as 14:36:17 »

bom pessoal, comecei a pesquisar sobre modelos acessíveis e que seguiam a estrutura de construção que buscava. Encontrei uma marca no mercado livre que usa as bitolas que na minha opinião, devem ser melhores. Encontrei na bitola 0,75 1,0 e 1,5 mm... no entando o vendedor me garantiu que p/ guitarra o ideal seria 0,75, pois mais gorssa perderia mt agudo/medio e ganharia apenas o grave. Achei válida essa dica.
Alguém conhece a marca Sparflex ?

Preciso indicar onde você usa internetês ou você tem capacidade pra perceber e corrigir ?
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« Responder #21 : 28 de Março de 2015, as 17:58:36 »

Obrigado, senhor moderador. Me ajudou muito a identificar as duas palavras do internetês. Estava muito ocupado, estudando o compendio de psiquiatria do kaplan, sobre o transtorno Anti-social. Inclusive me ajudou muito a compreender algumas personalidades, e acabei cometendo este ato falho. Tive um exemplo clássico de comportamento anti-social. Pra não mudar o foco do tópico, voltemos à discussão sobre cabos, se o senhor nos permitir. Obrigado
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« Responder #22 : 28 de Março de 2015, as 20:43:25 »

Agora que você descobriu onde viola a regra de não usar internetês, como eu havia prometido, vou te dar a suspensão.
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« Responder #23 : 29 de Março de 2015, as 11:28:47 »

Muito bom Finck !  Bom saber de quem é do mercado.

Uma curiosidade: existe uma fórmula para se determinar o diâmetro do fio (e por derivação a secção-área do fio) a partir do número AWG.

Diâmetro (mm) = 0,005 x 92 ((36 - AWG)/39) x 25,4

É essa (maldita) formuleta mesmo...

E eu engato outras curiosidades com base nela:

Nas escalas americanas AWG e kCM (o nome tecnicamente correto do que no Brasil é chamado MCM) a bitola é baseada totalmente em medida física. Tem que atender ao dimensional e fim de papo.

Nas escalas métricas (mm2), a medida física é secundária, sendo a bitola comercial (seção, área) baseada principalmente numa tabela de resistência elétrica do condutor, que é normatizada (no Brasil e Mercosul, norma ABNT NM280, lá fora, IEC60228, mas os valores são os mesmos). As normas impõem alguns limites de dimensões físicas, mas com certa tolerância, para dar flexibilidade aos fabricantes.

Então, na escala métrica, quando um fabricante indica que o condutor tem 1,50mm2, na verdade, fisicamente, ele pode ter um pouco menos ou mais que isso. Ele é um 1,50mm2 porque apresenta resistência elétrica igual ou menor do que a que foi convencionada na norma para a seção 1,50mm2. Mas tem que ficar dentro dos limites dimensionais, senão um picareta poderia fazer o condutor com cobre vagabundo, aumentando a área para atingir a resistência adequada, e dizer que o produto está dentro da norma.

Para acabar de entortar, o limite de resistência imposto pela norma é MAIOR para os condutores flexíveis, em relação aos condutores sólidos (fios) e rígidos ("cabos rígidos", aqueles que tem um número pequeno de fiozinhos). Isso quer dizer que, segundo a norma, é aceitável que um condutor flexível de 1,50mm2 apresente resistência elétrica superior a do seu equivalente sólido.

Outra coisa importante: o cobre eletrolítico (pureza 99,9%) é ideal, mas é possível obter bons condutores com cobre de pureza algo inferior (até 96%, menos que isso é difícil atingir os limites dimensionais), desde que ele seja uniforme, ou seja, que tenha pureza (ainda que mais baixa) constante. O problema de usar cobre com pureza não uniforme é que podem haver pontos com alta concentração de impurezas, criando "gargalos elétricos" ao longo da extensão do condutor.
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Guilherme
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« Responder #24 : 02 de Abril de 2015, as 12:46:44 »

Bossman, eu conheço bastante os conectores Amphenol para transmissão, desconheço os para audio, mas suponho que sejam bons além da conta, talvez desnecessariamente bons.

Eu sou do time que gosta do suficientemente bom, nem mais nem menos, tipo ligar uma Les Paul '69 em um Thunder Sound Bass ou uma strato Giannini em um Plexi '68. Coisas que eram normais, na medida, não precisava de mais nem de menos...

Em termos de cabo, a união  Switchcraft comum + Belden 8412 "classic" é, na minha opinião, a melhor que ví até hoje. Na Farnell tem (?) o 8412 part number 118-2128 (30,5 m) e 121-8055 (152 m). O Belden 8412, 2x20AWG, é conhecido como microphone/musical instrument cable, com trançado em algodão. Era o suficientemente bom para guitarra e PA.

O cabo de audio nacional que mais gostei (balanceado) foi esse da RFS abaixo. No inicio do atual milênio, eles tinham uma loja de varejo na Av. Visconde do Rio Branco esquina com Republica do Libano, no centro do RJ. O prefixo "AF" indica precisamente "para Audio Frequencia".

O Finck talvez possa dar mais detalhes sobre esse cabo e quem sabe indicar um similar nacional fabricado atualmente.

Não sei ao certo, mas parece que a Mogami lançou um modelo especifico para guitarra a preços razoáveis, ou seja, menor que os modelos balanceados para microphone, o tal que Slash tem usado.

Em http://www.audiolink.com.br/audiolink/imagens/fieiras.jpg tem uma tabela comparativa de diâmetros entre as bitolas AWG (American Wire Gauge) SWG (Standard Wire Gauge - British Imperial) BWG (Birmingham Wire Gauge) e Paris Gauge.



abração

Guilherme

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