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Autor Tópico: Cores Goldtop. Em busca da tinta  (Lida 9042 vezes)
SolidoGasoso
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« : 11 de Agosto de 2014, as 00:11:49 »

Olá pessoal.

Ando muiiiiito parada com as construções, reformas, etc. Falta tempo :/
Limpando o porão, achei uma Lespaul que comecei a construir em 2000 e bicos. Tá paradíssima desde antes de 2010 com certeza. Cheguei a tocar com ela e tudo, já tinha pintado com um acabamento cherry sunburst mas não gostei do "Slash feelings" que ela me dava e taquei lixa. Hoje tá sem acabamento.

Então, olhei pra ele e disse: Eu mereço uma goldtop. E assim vou fazer! Já pesquisei alguma coisa na net, mas não acho um resultado satisfatório. Segue meu drama:

Que tinta usar?

Pesquisando, encontrei diversas variações de coloração Goldtop. Resumi a isso:



Quero um acabamento de poros abertos, então não vou dar aquela camada de selador e nem a de high gloss por cima.

Outra coisa que me foi passada é que a Goldtop não tem binding. A cor mais clara que vemos no contorno do é o próprio branco do top de maple. Confere?

Abraços!
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« Responder #1 : 11 de Agosto de 2014, as 12:36:13 »

Uma camada de selador não vai matar os poros, vai proteger a madeira e ajudar a ancorar a tinta dourada. Então, não deixe de aplicar.

Imagino que "não vou dar high gloss por cima" quer dizer que você não quer aplicar verniz por cima do dourado. Não faça isso, as tintas (bases) metálicas automotivas não tem boa resistência mecânica ou  química, então o verniz é indispensável. O que você pode (deve) fazer é trabalhar com o menor número de camadas possível, e aplica-las o mais finas possível. Se fosse uma pintura sólida nitrocelulose, o verniz seria dispensável, mas não é o seu caso.

Esse negócio do contorno claro ao que você se refere provavelmente é o que se chama "faux binding". Trata-se de um filete de madeira sem pintura (na verdade a peça é pintada normalmente, e depois a tinta do contorno é removida por lixamento ou raspagem). É o verniz de acabamento que protege o local, impedindo que a tinta nos limites do faux binding comece a descascar (viu como não dá para deixar sem verniz?). Se bem feito, o faux binding fica muito bonito.
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« Responder #2 : 11 de Agosto de 2014, as 13:29:13 »

Bem amigos,eu vivo o mesmo dilema,só que no meu caso qual a referência da cor,procurei muito e não achei nada,alguém pode me ajudar?
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« Responder #3 : 11 de Agosto de 2014, as 19:56:13 »

As cores "originais" das guitarras clássicas eram as mesmas usadas pela indústria automotiva na época, comumente Ford ou Chevrolet/GM/Cadillac.

A sugestão é ir numa loja de repintura automotiva que prepare tintas com máquinas automáticas, e fuçar os catálogos de cores (normalmente bem completos), tentando achar referência aplicável a algum automóvel que existia na época.

Ou, mais fácil, procure nos mesmo catálogos por uma cor que você goste. Sua guitarra, sua cor, dane-se a referência original.

Dica: observe as cores sob luz do sol, nunca sob as luzes da loja. E nunca confie na "memória visual", ou seja, não tente escolher cor por lembrança (o ser humano normal não tem esta capacidade), se quiser encontrar uma referência exata leve uma amostra para usar como comparação.

Conselho: cuidado com tintas metálicas que contenham partículas refletivas grossas ("metal flake", "tintas purpurinadas" e similares), pois elas exigem camadas mais espessas de verniz (caso contrário você ficará sentindo o relevo dos flocos metálicos).
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« Responder #4 : 12 de Agosto de 2014, as 00:50:43 »

meu alvo é esse:



Esse acabamento parece não ter fundo e não ter cobertura. Se ele desgastar, vai ser quanto? Segundo a descrição é pintado em nitro fosco. Como minha guitarra tem bind creme, não vai dar pra fazer o faux, mas to quase mandando minha Giba (que não tem bind plástico) pra eles pintarem nesse acabamento e deixar de lado a lespa handmade por mais uns anos... Gostei demais desse efeito!
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« Responder #5 : 12 de Agosto de 2014, as 07:02:54 »

Quando você diz "mandar para eles pintarem" você está se referindo a quem, a Musickolor? Se for isso, aviso que o Rafael não faz mais pintura em nitro, não gosta muito de fazer repintura em guitarras com binding (tive que implorar para repintar uma lespa branca que eu tinha), e creio que não vai aceitar fazer sem verniz. Motivo: é impossível de nivelar o binding com a tinta numa repintura sem a aplicação de verniz.

Sobre quanto tempo dura, difícil afirmar, mas é um acabamento bem sensível. As poucas nitro metálicas disponíveis queimam e mancham com facilidade e, como a camada é muito fina, qualquer tentativa de polimento pode tirar a tinta.
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« Responder #6 : 12 de Agosto de 2014, as 07:38:27 »

Finck,valeu pelas dicas,vou segui-las com certeza.Um abraço.
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« Responder #7 : 12 de Agosto de 2014, as 14:05:37 »

Pois é Finck, Me refiro sim à Musickolor. Ainda antes de postar esse tópico, já tinha entrado em contato com eles e já tenho orçamento. Ele mesmo disse que a pintura era em nitro fosco.

Mas sabe como é, gostaria de fazer eu mesmo...
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« Responder #8 : 12 de Agosto de 2014, as 17:23:52 »

Estranho que em janeiro deste ano o Rafael disse que não pintava mais em nitro porque havia conseguido obter certificação ambiental para a cabine de pintura, e que a manutenção dessa certificação o obrigava a trabalhar exclusivamente com tintas de altos sólidos (PU, no caso). Tem até um outro tópico (Pintura da Telecaster, acho) onde a turma chegou a discutir sobre isso. Se ele voltou a usar nitro vai ter bastante gente feliz...

Se você vai fazer pessoalmente, a dica é aplicar fita crepe no binding (bom mesmo seria usar Masking Tape da Tamiya, uma fita crepe mais fina e flexível, que costumava vender em lojas de modelismo, mas isso está quase impossível de achar no Brasil hoje em dia). Aplique a tinta com a pistola sempre contra a fita (ou seja, não "mire" o jato no sentido na emenda, para evitar que a tinta penetre por baixo), e evite carregar as demãos no contorno, para minimizar o degrau que vai se formar.

Sinceramente, não entendo o porque da alergia contra verniz. Se é trauma das camadas absurdamente grossas de PU usados nas guitarras vagabas (e neste caso eu concordo contigo), saiba que tem como contornar isso e chegar ao efeito que você deseja mantendo um bom nível de proteção/durabilidade.

Se você realmente conseguir achar uma nitrocelulose ("Duco") metálica que te satisfaça, peça na mesma loja para o cara te vender um pouco de "resina nitrocelulose não pigmentada". Este produto é a "base", o "veículo" no qual são acrescentados os pigmentos durante a preparação da tinta nas máquinas colorimétricas. É como um verniz, absolutamente transparente, e pode ser aplicado em cima da tinta base nitrocelulose sem problemas (não altera a cor, porque não é amarelada que nem verniz comum). Eu acabo de comprar 300mL, paguei R$ 32,00.

Aí fica mais "fácil": você pinta o dourado mascarando o binding, deixa secar, remove a fita, faz a limpeza dos eventuais borrados (lixa fina, estilete, cotonete com thinner...), e depois aplica uma ou duas demãos de verniz (resina nitro) por cima de tudo. Secagem por alguns dias e polimento (lixa a partir de 600 até 1200 para deixar com o acabamento fosco, ou continue até 2000 seguido de massa nr. 2 para brilhante).

Sinceramente, numa madeira que tenha os poros bem abertos (como ash, freijó, etc), com 6 demãos finas de nitrocelulose (somando 2 demãos de seladora, 2 de tinta e 2 de verniz/resina) não se chega nem perto de tapar os veios, o acabamento fica mais rugoso/texturizado do que a última foto postada (importante manter o lixamento no sentido dos veios da madeira). Num tampo de mapple (menos poroso por natureza), 4 demãos finas (sem seladora, 2 de tinta e 2 de verniz) chegam onde você quer.

Finalmente, lembre-se de que se você for fazer repintura numa Les Paul que já foi selada com PU (se não for uma Gibson, as chances são enormes de isso ser verdade), nunca vai conseguir reabrir os poros da madeira crua (a seladora PU impregna na madeira por capilaridade, não é simplesmente uma camada superficial, mesmo que você raspe até chegar na madeira, ainda assim os poros desta continuarão fechadinhos). Neste caso, pode aplicar a demão de tinta mais fina possível e mesmo assim não ficará com a textura que você deseja.
« Última modificação: 12 de Agosto de 2014, as 18:07:05 por Finck » Registrado

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« Responder #9 : 13 de Agosto de 2014, as 02:04:17 »

Olá, essa cor, da marca "rural", linha automotiva...se chama "ouro vila rica"...de outras marcas, já não sei...espero ter ajudado em algo...

Abraços!
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« Responder #10 : 13 de Agosto de 2014, as 11:26:05 »

Bom dia!

Olá Fink, Já fiz pinturas em guitarras. Pintura sólida, translucida, transparente, etc.
Minha preocupação mesmo é com a tinta. Ha quem diga que ela tem finos sparkles, ha quem diga que não, ha quem diga que tem que ser metálica... mas em geral é falastragem de quem "leu por aí". Mas to vendo que tu tá sabendo bastante e tá me ajudando.
Falando em tamya, também sou plastimodelista, ou fui, não sei hehehe, mas ainda tenho meu aerógrafo pronto pra uso!

Não tenho nada contra verniz. A questão na verdade é "high gloss envidrado" X "fosco poroso"

A madeira que vou pintar é Maple mesmo, de um corpo que comprei na Buldog bodies a uns anos atrás (aliás, o site não está mais abrindo). Um corpo de mogno com tampo de maple. Então ela não é grandes coisas em poros... Por isso meu receio é que muitas camadas acabaria consumindo isso... Já no mogno do corpo e braços, não tem problema, pinto normalmente e tapo tudo.

Mas to pelo tipo de tinta e o tom...

Vou dar uma olhada nessa, Bizzorro! Valeu
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« Responder #11 : 13 de Agosto de 2014, as 13:20:58 »

De nada....Outra cor parecida é: Ouro velho...para achar a que mais te agrada, tera que procurar em casas de tintas, mas, sempre por ouro alguma coisa....

Se achar, compartilhe com a gente, a marca e variante do ouro...

Abraços e boa sorte!
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« Responder #12 : 13 de Agosto de 2014, as 13:52:18 »

Amigão, a gente nunca deixa de ser plastimodelista, eu estou afastado do hobby há tempos, mas de vez em quando bate uma vontade de pegar um kit...

Já que você conhece este hobby e tem aerógrafo, já pensou em usar tinta Vallejo para fazer o dourado? É tão resistente quanto as nitrocelulose (acho até que mais), e como são bem carregadas de pigmento, darão boa cobertura. Um vidrinho de Vallejo devidamente diluída dá para pintar a frente de uma Les Paul com folga.

Antes que você ache que pintar com aerógrafo é muita maluquice por causa do "tamanho", eu estou fazendo o corpo de uma Tele desse jeito (com seladora e verniz nitrocelulose), e está ficando muito bom. No caso, estou usando um aerógrafo bem simples, daqueles com copinho de vidro, que dá um leque bem aberto.
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« Responder #13 : 13 de Agosto de 2014, as 14:36:38 »

Bizzorro! Anotada mais essa!

Finck. Com que tu acha que eu vou pintar a guitarra? hehehe Com um testor velho que já não afina direito, mas pra cobertura tá perfeito.
Aliás, esse assunto - Aerógrafo ou Pistola - ainda vai render um post só pra isso. Que tipo de aerógrafo tu usa que faz leque? Eu só conheço os que fazem cone... Tenho uma pistola HPLV, mas não me afino bem, falta conhecimento, a ideia era fazer o leque com essa pistola pra pintar sunbursts, mas não rendeu.

Não conheço essas tintas Vallejo, vou dar uma olhada nelas. Meu plastimodelismo acabou descambando pra ferreo, pois adoro fazer pontes!

Abraços
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« Responder #14 : 14 de Agosto de 2014, as 13:45:21 »

Ah, eu falei "leque" mas é "cone" mesmo. O que eu estou usando na teleca é um Testors velho também, provavelmente igual ao seu. (é um ação simples/mistura externa com corpo de plástico emborrachado, que vinha com um copo de vidro maior e outro menor). Para fazer modelismo eu tenho um Iwata, que tem boa precisão, mas não dá conta de uma pintura mais pesada, além de exigir que as tintas sejam bem diluídas, o que prejudica a cobertura. Já o Testors é totalmente bronco...

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