Eduardo,
eu tenho um carinho muito grande por este circuito. Gostaria de ter um power de 50W com a musicalidade dele. Até tocando apenas com ele e a guitarra, tem uma sonoridade legal. Mas estou sempre aberto a sugestões.
Concordo com o Frias em alguns aspectos e gosto de pensar que não tenho compromissos com HiFi com a guitarra. Assim me sinto liberto da ditadura da banda passante linear e constante. Mas quem sabe você me convença do contrário.
Recomendo testar o amplificador com as seguintes alterações:
1- Remover o capacitore C5. No caso do inversor em gangorra, você perde uma porção importante do equilíbrio que o catodo comum pode proporcionar ao fazer o desacoplamento.
Este circuito é conhecido pelo nome pomposo de "Floating paraphase phase spliter". Um nome engraçado e bonito para algo que só funciona se você realimentar e muito. Se analisarmos o circuito em seu modelo AC, notamos que quem está realimentado é o segundo triodo, reduzindo ele a um inversor de fase de ganho -1. A alta realimentação acaba por dispensar preocupações maiores com C5. É bem estável, mas não tem um swing de tensão muito grande. Mas não é necessário.
Engraçado que esta sua opinião é comum a muita gente. Mas uma análise de sensibilidade mostrará que o capacitor influencia muito no primeiro triodo e pouco no segundo.
2- Alterar o resistor R1 para 820R. Isso vai deixar os triodos numa posição mais confortável de trabalho.
Ahhhh, nada como valores clássicos. O problema que a tensão de alimentação, do triodo é um tanto alta (você escreveu isto em algum lugar), achei por bem mudar o ponto de operação. Procurei, e achei este ai, e junto com C5 soa bem.
3- Alterar R13 e R15 para 82K. Isso compensa o efeito Miller dentro da faixa de áudio. 1M só dá certo com a 12AX7 que tem uma grade diminuta.
Vou experimentar qualquer hora dessas. Mas a resposta de frequências me agrada (e a muita gente). Mas quem sabe fica melhor.
4- Alterar R7 e R8 para 680K. Como o resistor de grade entra na carga do inversor, melhor usar o valor máximo admitido pelo pentodo.
Como os 470K (comecei com um mega) tirei um fuzzinho que eu não gostava.
5- Alterar R4 para 330R.
Com o valor original a dissipação de anodo é menor. Mas não acredito que os 330 ohms prejudiquem a válvula. Podemos experimentar.
6- Alterar C4 para 1000uF/16V. Não precisa de 50V naquele ponto e 100uF é pouco.
As 6F3P, superam os 16V fácil. Mas os 1000 uF... Esse eu gostei da idéia. Pode realçar os graves.
7- Remover R5. Só um de 10K está de bom tamanho. E R6 pode ser de 1/8W. A corrente no trecho é muito pequena. Não justifica 2W.
Eu as vezes alimento o pré a partir deste ponto a fonte é limpa, mas realmenet 2W eu peguei pesado, mas o original tava assim, então o mais seguro era manter.
8- Reduzir C3 para 10uF (pode deixar 100uF, mas é exagero)
De jeito nenhum, tenho um prazer quase imoral, ilegal e que engorda, ao ver no osciloscópio a ausência de ripple nesta fonte. E a gente adora o "fadeout" do circuito quando desliga.
Teste essas alterações uma por vez e na seqüência. Acredito que ficará agradavelmente surpreso com o resultado. Se quiser uma resposta melhor nos graves, altere C6 e C7 para 390nF. Isso dará uma banda passante que começa em 10Hz. com 100nF a resposta começa em 80Hz
O originais eram 470nF, mas vi poucas vantagens, como 100nF é mais fácil de achar, optei por estes.
Grande abraço
Eduardo
Eu que agradeço.
Pessoal,
todas as sugestões do Eduardo são viáveis e muito boas. Mas se alguém for experimentar, por favor, tomem os cuidados de sempre.
Eu realmente não tenho mexido neste projeto. Quem fizer as alterações acima, por favor reporte aqui, mas de maneira científica - Procure alterar um parâmetro de cada vez.
Mensagem Mesclada
Pessoal,
eu ando meio atolado com trabalho, não podia nem gastar muito tempo com a matéria, mas achei que seria indelicado não responder ao Eduardo. Afinal ele perdeu (investiu) seu tempo para ajudar.
Como a gente ama estas coisas que fazemos acho que valeu o esforço de responder.