"Por que, diabos, o autor do projeto especificou eletrolítico naquela posição?".
Minha pergunta aos mestres é: até que ponto substituir um eletrolítico de pequeno valor por outro não polarizado pode causar problema ao resultado final do projeto? E por quê um projeto precisa optar por um em vez do outro?
Bem legal esse artigo que o xformer postou, ele dá todos os parâmetros mensuráveis dos capacitores, vida útil, vibração mecânica, etc.
Mas talvez ainda não responda o porque de utilizar um tipo ou não.
Existem inúmeros fatores que o projetista deve se atentar na hora de escolher os componentes, vou citar alguns:
- Aplicação do capacitor - Circuito onde será utilizado o capacitor, frequência de operação, necessidade ou não de linearidade, necessidade de baixa ESR, temperatura de operação do circuito, variação da capacitância com o tempo, ou durabilidade, se são de tipo "automotive grade" ou "audio grade" ou "general purpose"... São muitos os parâmetros, para cada projeto e é tarefa do projetista/engenheiro saber. Nenhum engenheiro da NASA vai usar um "Jun Fu Xing Ling" em um satélite de milhões e nenhum chines irá usar um "aerospace grade" para um pisca-pisca de brinquedos.
- Custo - Esse sem dúvida é o principal motivo falando em projetos de grande escalabilidade de aparelhos de consumo. Capacitores eletrolíticos possuem alta capacitância e são muito baratos! Mais baratos que capacitores de poliéster e cerâmicos (para a mesma capacitância) e muito mais baratos que os de tântalo. Se um eletrolítico baratinho me basta, porque utilizar um outro mais caro?
- Layout e montagem - Na industria muitas vezes são utilizadas máquinas para a montagem de placas de circuito impresso, porém alguns componentes as vezes necessitam de montagem manual (como alguns eletrolíticos com montagem through-role), assim talvez o custo do tempo de montagem seja melhor compensado utilizando um tipo SMD por exemplo na montagem automática.
Também acontece de alguns tipos serem bem menores que outros, ou seja, aumenta a densidade de componentes na placa o que gera menor tamanho, e portanto, menor custo...
- Reutilização de componentes em estoque - Sim, é melhor e mais barato comprar 100000 eletrolíticos de .22uF do que 50000 de poliéster e 50000 eletrolíticos.
Um bom exemplo da questão de custo e durabilidade são as placas desses dois pedais, um boss DD-7 e um behringer RV600:
Nem precisa comentar qual pedal tem os melhores capacitores não é? O boss usa só capacitores de tântalo "high grade"! O behringer, só capacitores "Xing Ling" eletrolíticos comuns...
"You get what you pay for"
Sobre sua pergunta em específico, você pode substituir sempre um capacitor polarizado por um não polarizado, desde que contenham parâmetros equivalentes (de tensão, frequência de operação, ESR, linearidade e todos os outros vistos no artigo que o xformer postou). Em capacitores de acoplamento/desacoplamento prefiro os não polarizados pois possuem linearidade melhor.
No caso de projetinhos nossos DIY, talvez o projetista tivesse já esses capacitores em seu estoque, ou copiou de algum outro lugar sem analisar profundamente o circuito, ou era um capacitor que cabia naquele circuito, etc...
Espero que tenha dado uma esclarecida, existem inúmeros problemas na escolha, listei alguns mais simples e diretos!
Um abraço,
Eduardo