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Autor Tópico: Distorção na bateria???  (Lida 11454 vezes)
Alex Frias
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« Responder #15 : 07 de Outubro de 2013, as 10:43:27 »

Finck, esse efeito é comumente apelidado de Preverb.

Você coloca a fita multitrack, no caso dos antigos gravadores analógicos, ao contrário e grava em outra pista o efeito de reverber, seja de molas, câmara de reverber ou de placa. Pode até passar por um delay antes para ajustar o tempo de começo do reverber. Depois volta a fita para a posição normal e o reverber virá antes do som do instrumento.  Em trilhas de filmes é um efeito muito usado em vozes "fantasmagóricas". Hoje em dia ficou facilitadíssima a feitura desse processamento, afinal inverter uma pista é muito simples, depois gravar o som processado em outra pista e desinverter as duas. Também creio que já deva existir algum plugin que faça todo esse trabalho automaticamente!
« Última modificação: 07 de Outubro de 2013, as 20:38:29 por Alex Frias » Registrado

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« Responder #16 : 07 de Outubro de 2013, as 20:07:09 »

Procurei o botão "obrigado", mas aqui no off topic não tem, né?

Neste caso...

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« Responder #17 : 07 de Outubro de 2013, as 20:55:15 »

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Filosoficamente, qualquer alteração é uma distorção... E, segundo já li aqui mesmo no nosso fórum, os amps "clean" da Fender introduzem um bocado de distorção no sinal original da guitarra, mas de uma forma que o resultado fica até mais agradável que o próprio original... Mas não esquentem, eu andei fumando orégano.

É verdade, a única coisa que não distorce, que eu conheça,  é o pêndulo físico. Desde que esteja em movimento retilíneo uniforme...

No mais...haja distorção, pois é muito difícil encontrar em nosso mundo alguma coisa que realmente responda de forma linear à variações de alguma grandeza física, tensões/correntes em particular.

Aquelas dos palcos secundários, e mesmo do principal, do RiR 13, foram de amargar... Cheesy

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Dexter
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« Responder #18 : 07 de Outubro de 2013, as 22:23:35 »

Tá bom! vocês venceram...

No vídeo que eu indiquei a bateria parece ter sofrido considerável clipagem do sinal por meio de recurso eletrônico de uso comum em instrumentos de corda comumente de características elétricas e cujo recurso eletrônico evidencia a adição de harmônicos, tanto pares quanto ímpares, em proporções variadas, somado a dispositivos auxiliares para filtragem de sinal de modo a dar unicidade ao timbre proveniente do instrumento utilizado. Certo?
« Última modificação: 07 de Outubro de 2013, as 22:28:07 por Dexter » Registrado
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« Responder #19 : 08 de Outubro de 2013, as 10:42:04 »

Computador! Abra a porta do laboratório!  Tongue Tongue Tongue
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« Responder #20 : 08 de Outubro de 2013, as 18:48:26 »

Concordo Dexter, sem tirar nem por é isso que você escreveu.

O som de um clarinete ao vivo, tocado por um virtuoso, é maravilhoso mas cheio de "distorção". Grave-o/reproduza-o com uma eletrônica ruim e esse som maravilhoso fica, no mínimo, desagradável.

No caso da guitarra elétrica, instrumento altamente eletrificado/eletronizado, conseguir uma boa distorção pode ser tarefa para muito e muito tempo, apesar de todas as facilidades técnicas disponíveis.

Abaixo a "distorção" de um A# em um clarinete.

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« Responder #21 : 08 de Outubro de 2013, as 20:45:29 »

Este gráfico não representa a "distorção", mas sim a intensidade de cada uma das harmônicas que compõem o sinal "completo" emitido pelo clarinete.

Isso é um dos fatores que determinam o timbre do instrumento, juntamente com o envelope (atack e decay) e outros que me fogem a memória...

Distorção (sem sacanagem) no sentido ruim, você definiu de forma prática na frase abaixo:

"Grave-o/reproduza-o com uma eletrônica ruim e esse som maravilhoso fica, no mínimo, desagradável."

O nome disso é Distorção Harmônica...

Os efeitos (inclusive distorção por ceifamento/clipagem) irão alterar o sinal originalmente emitido pelo instrumento, gerando uma alteração de timbre que pode ser agradável aos ouvidos (ou não).

Matematicamente, provocar distorção por ceifamento/clipagem significa simplesmente introduzir novos harmônicos ao sinal (ou alterar a intensidade dos existentes), o que vai mudar inevitavelmente a forma de onda (o envelope também pode mudar).

No final, é também Distorção Harmônica, porém usada de forma intencional (e espera-se que de forma conveniente).
 
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« Responder #22 : 08 de Outubro de 2013, as 22:19:40 »

 Se considerarmos o conceito de THD (total harmonic distortion) onde temos a razão entre a potência de todas as harmônicas pela fundamental, podemos entender que o clarinete é um péssimo reprodutor da fundamental; as harmônicas possuem mais energia que a própria nota que se quer reproduzir!

 O mais interessante disto tudo é que o ouvido do ser humano consegue comparar dois timbres extremamente distintos como uma mesma nota, "magicamente" realizamos uma transformada de fourier, filtramos as harmônicas e conseguimos por ex, afinar uma guitarra a partir de um clarinete...


 

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« Responder #23 : 09 de Outubro de 2013, as 00:29:05 »

Isolar a fundamental dos harmônicos não é tão difícil assim, se não seria complicado termos afinadores digitais, atualmente incluindo até algoritmos de reconhecimento de notas individuais em um acorde, "ouvindo" polifônicamente.

As relações (razões) matemáticas entre fundamental e harmônicas são na maioria dos instrumentos bem fáceis de formular. Já quando temos harmônicos com relações matemáticas mais complexas (sinos, por exemplo) já complica um pouco mais a coisa...
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« Responder #24 : 09 de Outubro de 2013, as 10:28:29 »

 Alex, concordo com você que hoje em dia um afinador digital não é nada em termos eletrônicos/computacionais, só olharmos o nível em que estamos da tecnologia de processamento digital de sinais, não só na faixa de áudio, mas em inúmeras aplicações como a biomedicina, imagem/vídeo, comunicação de dados...

 Querendo ou não, construir um afinador "analógico" não é uma tarefa simples, algum processamento digital é necessário...

 Digo no sentido do ser humano possuir essa capacidade muito antes de ter se descoberto qualquer ramo da ciência. Esse "algoritmo" está intrínseco (pelo menos nos músicos) em nosso cérebro "analógico"...


 
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« Responder #25 : 09 de Outubro de 2013, as 11:00:31 »

Bom, aí entraremos num campo vastíssimo, desde capacidade de refinamento de percepção até mesmo a capacidade criativa em responder a essa mesma percepção. Ou mesmo começar a enunciar os métodos para se estabelecer os parâmetros do que hoje chamamos de psicoacústica.

Há pessoas que não reconhecem a linha melódica de um instrumento no meio de um arranjo complexo de orquestra, mas que depois de um extensivo treinamento já consegue distinguir as notas que compõem um acorde de piano, dissonante que seja... Mas isso é um refinamento adquirido e relativo a uma determinada cultura musical. Por exemplo, na cultura musical de boa parte da India é necessário que o aluno aprenda a "cantar" tudo aquilo que tocará no seu instrumento!

Mas existem coisas mais úteis à sobrevivência física que também tem origem na sofisticação do sentido da audição. Um exemplo é como sabemos da direção e até temos temos uma idéia da distância de uma determinada fonte sonora. Ajuda bastante o homem na natureza a evitar certos predadores...rs.

Mas acho que se formos enveredar por essas áreas, melhor fazê-lo em um tópico próprio!


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« Responder #26 : 09 de Outubro de 2013, as 15:56:01 »

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Isso é um dos fatores que determinam o timbre do instrumento, juntamente com o envelope (atack e decay) e outros que me fogem a memória

Finck,

Timbre (Tone) é o o nome que encontramos para rotular uma sensação auditiva, provocada geralmente por um instrumento musical. Não estendemos a palavra "timbre" a ruídos.

Senoides distorcidas, em maior ou menor grau, são as únicas responsáveis por essa sensação e pela diferenciação que encontramos entre  instrumentos musicais, quando tocam a mesma nota fundamental e são afinados pelo mesmo "pitch".

Se você ouvir um solo de clarinete do Benny Goodman (ele gravou o primeiro rock da historia, em 1937, diga-se de passagem) eu acredito que você irá se deleitar no sentido estético.

Já se você fosse um morcego, caçando em um bosque durante a madrugada, e ouvisse o mesmo solo, você não teria nenhum deleite estético (eu suponho), mas poderia caçar mais ou menos insetos.

A imagem do spectro de um clarinete da mensagem anterior naturalmente está no domínio da frequência. Abaixo está uma nota de clarinete no domínio do tempo, onde, de forma evidente, fica claro que a sensação de deleite estético que experimentamos é provocada por senoides deformadas.

A situação só fica ruim quando processamos, por meio de dispositivos elétricos muito imperfeitos, essas deformações. Aí sim dizemos: mas que som distorcido...

Citar
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E Taylor, Laplace, Helmholtz...

Esse ultimo, com a ajuda das séries e de instrumentos elementares, escreveu "On the Sensations of Tone", que trata exatamente daquilo que estamos conversando aqui e mais algumas outras questões paralelas.







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« Responder #27 : 09 de Outubro de 2013, as 22:02:02 »

A discussão está cada vez melhor (embora o Dexter possa estar ficando cada vez mais bravo comigo...). Discutir com (e eventualmente discordar de) gente inteligente é sempre um prazer para mim...

Guilherme, eu sempre entendi Timbre como a "voz" de um instrumento (ou pessoa, ou animal...), e essa parece ser a definição mais difundida.

Faz todo sentido para mim estabelecer relação entre timbre e sensação auditiva, mas o fato de um som com certas características agradar ou representar utilidade (estética ou prática) a uns e não a outros (sejam humanos ou animais), não altera a verdade dele ser composto por um conjunto único de parâmetros (de novo, a integração da fundamental e harmônicas, a amplitude delas, as velocidades de ataque e decaimento, etc), que o diferencia de outros sons.

Afinal, um clarinete é um clarinete. Pode ser usado para criar música dos deuses ou "barulho de clarinete", mas isso não muda o fato de ser... um clarinete! Quem ouvir, vai identificar.

Digamos que a namorada apaixonada de um clarinetista pouco virtuoso ache o som que ele tira "o máximo". Pela definição que você apresentou, para a tal namorada aquilo seria timbre, e para o resto do mundo, não seria.

Ouvido por um morcego, o clarinete continuará sendo um clarinete (Mesmo que o morcego não saiba disso...).

Não parece lógico?

Quando um leão ruge ("roarrrrrr"), o que aquele som significa? Para nós, humanos, ruído, mas para as leoas de plantão, talvez seja timbre (não descartemos a possibilidade delas terem boas sensações ao ouvir aquilo...). Mas não há como negar que aquele som tem características particulares, que nos permitem distinguir a "voz" do leão da dos demais animais. Se o termo para isso não é Timbre, qual poderia então ser?



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« Responder #28 : 09 de Outubro de 2013, as 23:10:12 »

Só pra lembrar: o gráfico apresentado da análise de Fourier do tal Clarinete é apenas uma fotografia de um momento. O som emitido tem características variantes ao longo do tempo. Mesmo que em alguns instrumentos as variações sejam menores que em outros, sempre as há!

Vou dar um exemplo singelo: uma nota de guitarra, das cordas mais agudas, descobertas. Há um ataque no qual há um conteúdo de frequências que não farão parte do que se segue. Existe o ruído da palheta, com conteúdos diversos, mais graves e mais agudos que a fundamental da nota pretendida. Normalmente ao se extinguir esse ataque inicial a corda produzirá um timbre composto da fundamental mais um certo número de frequências harmônicas, nesse primeiro momento os harmônicos normalmente estão com seu nível máximo, é quando o sinal é mais brilhante. Há bem pequenas variações na afinação, mesmo que não se aplique o recurso de "bend" ou "vibrato", e de intensidade da fundamental e das harmônicas ao longo da duração do sinal. Com o tempo a energia vai se exaurindo e também durante a queda de nível dos harmônicos mais altos diminuem numa razão maior que os mais próximos à fundamental. Em alguns instrumentos é possível notar que o segundo harmônico aparece bem junto à fundamental. Até que já com uma tonalidade bem mais fechada a corda volta ao descanso.
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« Responder #29 : 10 de Outubro de 2013, as 10:09:26 »

 Alex

 Muito bem lembrado, instrumentos que tem suas cordas pinçadas possuem um comportamento inconstante após o ataque. Já instrumentos de sopro/arco conseguimos "manter" as harmônicas pelo tempo que desejarmos (ou o fôlego permitir, rs), desconsiderando as variações causadas pelo próprio músico.
 No caso do clarinete, acredito que a "fotografia" que o Guilherme apresentou seria correta  (a média das amostras).
 Na guitarra precisaria de um eixo de tempo "t" e o gráfico seria tridimensional. Seria uma análise muito interessante observar a variação da amplitude das harmônicas até o cessar do som.

 Um abraço!

 Eduardo
« Última modificação: 10 de Outubro de 2013, as 10:17:50 por Ledod » Registrado
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