O Bruno fez a lição de casa direitinho...
Esse negócio de usar o Vas como "volume da caixa", às vezes dá certo, mas muitas vezes a caixa pode ter volume muito menor que o Vas para ter uma resposta aceitável, representando economia de dinheiro. Dependendo de outros parâmetros do falante, aumentar o tamanho da caixa não oferece melhora sensível de resposta em graves, então fazê-lo é pura tolice ou desperdício.
Embora existam várias ferramentas (programinhas online, planilhas...) para calcular caixas acústicas, todas baseadas nas mesmas fórmulas e no uso dos parâmetros T/S, algumas sugerem volumes absurdos, não porque estejam erradas, mas porque tentam oferecer a resposta mais plana possível, o que na maioria das vezes é impraticável, e em algumas vezes é inconveniente.
Eu gosto de usar as ferramentas que fornecem o gráfico de resposta, porque dá para ir brincando com valores e simulando como fica o desempenho teórico da caixa "em tempo real". Um exemplo é o link que eu passei, da Autosom.net.
Para quem quer coisa boa mesmo, e grátis, pode tentar estes programas:
Para caixas seladas:
http://www.softpedia.com/get/Multimedia/Audio/Other-AUDIO-Tools/AJ-Sealed-Designer.shtmlOu o "conjunto completo da obra do autor":
http://www.ajdesigner.com/speaker/Para quem baixar o "sealed" (para caixa "closed back") e for brincar com o tamanho da caixa, o parâmetro QTC é onde se deve mexer (além de entrar com os T/S do falante, claro). QTC maior significa caixa menor, resposta menos estendida em graves, pico eventualmente acentuado em certas frequências, na região da frequência de ressonância do falante. QTC menor significa resposta mais plana e estendida em graves, eventualmente retumbantes, com caixa maior.
De novo, vejam que o tamanho da caixa não influencia em nada na resposta de médios e agudos. Estes estarão definidos/limitados pela própria resposta do falante, não apenas no tocante a frequência máxima que ele é capar de reproduzir, mas também suas "imperfeições" de resposta, que longe de serem uma coisa ruim, ajudam e definir o "sabor" do mesmo.
Volto a dizer: caixa acústica está relacionada ao desempenho DE GRAVES. Mas não nego que este desempenho, somado às respostas de médios e agudos e interferindo com elas, vai definir o timbre final. Agora, se este timbre agradará ou não, não tem modelo matemático capaz de dizer...
Então, o que se pode fazer com caixa selada para chegar ao nirvana:
- Definir, usando o programa, o volume da caixa que tenha uma boa relação entre volume (tamanho) e resposta de graves. Sem exagero, nem economia.
- Construir a caixa.
- Ajustá-la a gosto, por tentativa e erro (é o único jeito): pode-se DIMINUIR O VOLUME da caixa (e portanto, alterando sua curva de resposta em graves, e a interação destes com o resto da faixa de resposta) colocando blocos de madeira em seu interior, provisoriamente colados com fita dupla face.
- Encontrado o resultado ideal, colar os blocos em definitivo.
É tarefa para macho. Pessoalmente, não acho que valha a pena para quem vai construir uma única caixa. Mas fica o registro...
Caixas dutadas são mais fáceis, basta ir brincando com o comprimento do duto. Mas eu, pessoalmente, não gosto da resposta delas, acho que oferecem graves excessivamente embolados, gosto mais "secos"...