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Autor Tópico: Revisar Giannini Tremendão II  (Lida 19775 vezes)
Zedosal
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A ideia é a rotina do papel


« : 21 de Janeiro de 2013, as 20:18:38 »

Olá senhores...

Tenho um Tremendão II que comprei usado a uns 2 ou 3 anos, quando comprei-o (com defeito, pelo que me disse o técnico) resolvi arrumar por conta, desmontei-o passei um aspirador de pó por dentro (tinha muita sujeira!) e fui ver se era um defeito visível; só achei um resistor desligado em um dos soquetes das válvulas, soldei-o, montei de volta e pronto...

Fui ler sobre valvulados, fiquei assustado sobre as consequências de abrir um e tentar consertá-lo por conta  Huh?

Ela só tem 3 válvulas (6550 RCA), faltava uma quando comprei e também não tem o tanque de reverb.

Para testá-lo liguei com somente 2 duas válvulas em uma caixa 8 ohms pra ver se falava alguma coisa! Mesmo com muito medo  Shocked o fiz, e o grande susto é que funcionava! Dele saiu um lindo som Cheesy e assim que vi que funcionava fui ler sobre como regulá-lo (bias) e como dar uma restaurada... Vi que não seria uma tarefa muito fácil, vi vários tópicos aqui sobre a restauração desse modelo de amp e tudo mais, e conforme lia tinha mais dúvidas se conseguiria... ENFIM

O fato é... ele ficou mais 1,5 anos desligado em casa, tornei a ligá-lo esses dias e agora quero botar pra funcionar de verdade!

Em minha cidade não há quem o faça e queria achar alguém realmente hábil para isso... há alguém aqui que possa fazê-lo por mim? vocês tem alguém de confiança para indicar?

Desde já, grato...


para constar, moro em PONTA PORÃ - MS.


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Algumas fotos feitas quando abri-o pela primeira vez









« Última modificação: 21 de Janeiro de 2013, as 20:28:09 por Zedosal » Registrado

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« Responder #1 : 21 de Janeiro de 2013, as 22:07:48 »

Só um detalhe a observar.
Cuidado com esses capacitores da fonte (esses vermelhos bem grandes aí da foto). Um deles está bem deteriorado, com o papel rasgado e exposto.
Recomendo que o troque. Se tiver uma grana e quiser deixá-lo uma tetéia compre uns Atom Sprague  Grin

Um forte abraço
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hgamal
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« Responder #2 : 21 de Janeiro de 2013, as 22:14:52 »

Um deles está bem deteriorado, com o papel rasgado e exposto.

Não é uma fita colada nele? Não que eles não queiram fazer companhia ao esqueleto da preguiça pré histórica aqui do Museu Nacional, mas a observação não procede!
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Zedosal
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« Responder #3 : 21 de Janeiro de 2013, as 22:57:51 »

Também acho que é fita! Cheesy
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« Responder #4 : 22 de Janeiro de 2013, as 00:55:28 »

De qualquer forma, eles estão com uma cara de que ja deram o que tinham que dar. rs...

Mas também acho que é fita.

Zedosal, aqui em Dourados tem o Pedrinho, ele mexe bem com esses valvulados antigos.

E tem um técnico que eu conheço, mexe mais com fontes de notebook e som de carro, mas é bom demais e manja de valvulados.

Esses dias ele até consertou um Mesa Boogie de um amigo que mandei lá.
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Zedosal
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« Responder #5 : 22 de Janeiro de 2013, as 00:59:27 »

Valeu Big, quero revisá-lo antes de plugar novamente na tomada!  Cheesy
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« Responder #6 : 22 de Janeiro de 2013, as 08:17:30 »

Um deles está bem deteriorado, com o papel rasgado e exposto.

Não é uma fita colada nele? Não que eles não queiram fazer companhia ao esqueleto da preguiça pré histórica aqui do Museu Nacional, mas a observação não procede!

Opa! Foi mal, hein hgamal

De fato, olhando com mais atenção parece fita mesmo.
Mas que eu trocava por uns Atom ahh au trocava,  Cheesy

Um forte abraço
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Eduardo
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« Responder #7 : 22 de Janeiro de 2013, as 08:22:10 »

Oi Zedosal

Eu concordo com o Haroldo que não parece haver evidência de dano nos capacitores. Eu deixaria como está. O que você deve fazer é o seguinte:

0- Isole os fios do cordão de força! Isso sim é algo preocupante!

1- Reponha as duas válvulas faltantes na saída. Se possível troque as 4, mas você pode usar duas novas com as duas antigas contanto que deixe uma nova e uma antiga de cada lado do Push-Pull. Não é o ideal, mas também não é nada irresponsável. Além disso as 6550/KT88 não são assim tão baratas para se desperdiçar um par RCA que deve estar bom.

2- Não mexa no Bias, a menos que tenha uma razão para isso. Ele já foi ajustado na fábrica e não precisa ser modificado. Ao colocar todas as válvulas, toque por algum tempo, tipo duas horas, olhando para elas. Se alguma ficar avermelhada na placa, daí sim você se preocupa com o Bias.

3- Fique de olho nos capacitores da fonte. Toque todo dia por um mês e vigie o estado deles. Se algum começar a estufar, troque.

Feito isso, está concluido!

Abraços

Eduardo
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« Responder #8 : 22 de Janeiro de 2013, as 09:08:50 »

Como o Kem tinha postado esse tópico:
http://www.handmades.com.br/forum/index.php?PHPSESSID=0ce7dfce42f83e6d8fa39a923dfe7dd0&topic=4770.0

sobre recuperação e restauração de amplificadores, e eu disse que iria traduzí-lo, o artigo se adapta muito bem ao que o amigo pretende fazer. Segue então a tradução (no site tem algumas fotos, mas elas não são tão importantes):

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Você achou um amplificador antigo e maneiro – o que fazer agora ?
Um guia faça você mesmo do que fazer – e o que nem pensar em fazer – quando se trata de restauração de amplificador antigo

By Tom Mulhern on 12/03/2012

Dando uma espiada em uma loja de antiguidades com peças empoeiradas desde que Henry Ford era um bebê, eu vi algo aparecendo debaixo de uma toalha de mesa. Parecia um pedaço de um amplificador. Levantando o pano, lá estava: Fender Champ de antes de 1970. Ele não é o mais vintage dos vintages, e estava muito bem coberto na sujeira. O pano da frente estava um pouco estragado mas mesmo assim ele parecia em ordem. Queriam apenas 45 dólares por ele, o que o tornava irresistível. Então eu o comprei, levei pra casa e limpei-o. Tive certeza de que todas as válvulas estavam no lugar, e conectei na minha guitarra e liguei.
A luz piloto acendeu. Encorajado, eu aumentei o controle de volume e toquei um acorde, e venho um monte de nada. Desliguei-o e pensei o que poderia estar errado ? Eu desconectei o Champ e esqueci dele por alguns dias. Então eu pensei, talvez as válvulas estejam pifadas. Entrei na internet e comprei as válvulas para substituição. Agora foram mais uns 60 dólares, mas não me senti mal com isso, já que o amplificador já tinha uns 40 anos, e deve ter visto muito uso e abuso antes de ser empilhado sem cerimônia entre louças e talheres.
Quando as válvulas novas chegaram, eu retirei as antigas, coloquei as novas e  pronto para o rock (na medida do possível em um amplificador pequeno como aquele). Dessa vez mostrou vida. Aumentando o volume eu ouvi um monte de ruído. Examinando o amplificador, eu notei que o cone do alto-falante tinha um grande rasgo. Como eu não tinha visto isso antes ? Talvez eu estivesse cego pela pechincha. Diferentemente daqueles acordes que viriam de um cone alterado intencionalmente, este apenas tocava como um chocalho com cada nota. Então eu comprei um alto-falante novo (eu poderia mandar consertar, mas achei que seria loucura). Foram mais 40 dólares.
Retirei o alto-falante velho (idéia boba – ele deveria ter sido reparado) e instalei o novo. Força ligada, e ele tocou legal. A besta estava viva.
Pensando no que o que eu tinha gasto, eu me senti como o cara na velha história da sopa de pedra, onde se começa com uma pedra e um pouco de água e vai se adicionando vegetais, legumes, algumas ervas e frango e termina com .... uma sopa de pedra. Mas você não toma um amplificador. Eu estava feliz com meu pequeno amigo.

Enigma dos capacitores
Uns meses depois de deixar meu amplificador funcionando, eu comecei a ler sobre substituir os capacitores, a prática de colocar novos capacitores eletrolíticos em amplificadores velhos, especialmente na seção da fonte, onde eles filtram os ruídos, de forma que o amplificador não pareça um ninho de abelhas ou um letreiro de neon com defeito. O que são esses capacitores eletrolíticos ? Eles se parecem com cilindros, com dois terminais em cada lado, algumas vezes ambos localizados na parte de baixo. Por que esses capacitores devem ser substituídos ? Porque capacitores eletrolíticos velhos tendem a se degradar com o tempo e podem causar problemas. Na melhor das hipóteses, ter fugas ou piorar a performance do amplificador. Na pior, eles podem permitir que tensões perigosas  cheguem onde você não quer que elas alcancem, incluindo em você. Isso significa que tanto você como seu amplificador terminariam igualmente mortos ... não é uma idéia atraente.
Se você considerar em ter um amplificador antigo ou mesmo um novo, aqui está o que você deve saber: você não tem nem de pensar em trocar os capacitores como um projeto faça você mesmo a menos que você tenha certeza e saiba absolutamente e afirmativamente o que está fazendo. E mesmo assim, é melhor levá-lo para um profissional experiente. Isso porque os capacitores eletrolíticos podem armazenar uma carga mortal por um bom tempo. Nesse aspecto eles são como baterias. Alguns dos capacitores podem ser grandes e guardar uma carga formidável, algumas das quais são letais (centenas de volts), ou no mínimo causar queimaduras sérias. Os grandes capacitores da fonte podem eletrocutar você. A menos que você saiba quando um capacitor está bom ou não, e consegue entender um esquema, realizar reparos, e determinar se um capacitor é o sintoma ou causa de problemas, você não é qualificado para realizar o serviço.
Assim, aqui vai uma nota para os diyers que querem trocar seu capacitores, eles mesmo: apesar de ser verdade que os capacitores que tem carga eventualmente se descarregam sozinhos com o tempo, não vale a pena arriscar. O tamanho, condição, e tensão aplicada sobre um capacitor determina quanto tempo leva a descarga espontânea (meses ? anos ?). Você deve saber como descarregar adequadamente um capacitor, e seguir o procedimento de descarga a risca para assegurar sua segurança.
Nota: Eu li o processo de descarga dos capacitores eletrolíticos (veja ao final do artigo). Depois do meu coração ter voltado a bater mais devagar, eu decidi que nunca mais tentaria fazer isso de novo – e eu me considero muito experiente em mexer com dispositivos eletrônicos
Os capacitores de acoplamento entre os estágios do amplificador também podem ser candidatos à substituição (se você não entende um esquema elétrico, pule toda essa parte, mas mencione isso para o técnico que você levar o amplificador). Eles geralmente não se parecem com os eletrolíticos da fonte. Em amplificadores muito muito antigos, estes capacitores de filme vinham em uma variedade de cores. Cores comuns são laranja (Orange drops da Sprague), amarelos (Astron), marrons (chocolate drops), azuis (ITW paktrons e blue drops), vermelhos (Astron), brancos (Mallory 150), pretos (Sprague black beauties), etc. As duas opções de estilo muitas vezes encontradas podem tem as duas conexões saindo dos componentes em lados opostos (terminais axiais, como os Mallory 150) ou do mesmo lado (terminais radiais, como os orange drops da Sprague). Felizmente, substitutos adequados para todos estes capacitores são disponíveis em grande quantidade de lojas online (por exemplo: Mojo Musical Supply, Antique Electronics Supply, TubeDepot.com, Triode Electronics, The Tube Store, etc.).
Aqui uma coisa que você não pode ter considerado, mas deve: se o seu amplificador é muito antigo, ele pode ser colecionável. Assim, trocar quaisquer  peças pode tirar a originalidade dele, especialmente se as substituições forem feitas sem cuidados. Se já assistiu American Pickers na TV, você viu um monte de casos onde eles ficam empolgados em achar uma Harley vintage, pagar uma fortuna por ela e depois descobrir que algumas partes são novas, derrubando o preço para o abismo.
Último aviso: se o amplificador tiver mais de 20 anos, ele provavelmente precisa de capacitores novos, mas o técnico tem que verificar antes. Apenas a idade não significa que todos capacitores precisam ser trocados, mas segurança é uma coisa importante. Como carros esportivos, os amplificadores precisam de um pouco de cuidado e manutenção para deixá-los funcionando na sua velhice. As chances são de que seu amplificador seja no mínimo perigoso e no máximo um troféu sem funcionalidade sem os capacitores eletrolíticos novos. Então se pretender tocar com um amplificador velho, faça o trabalho necessário. Se tiver um Fender antigo do anos 1950 ou um mais antigo como um Gibson dos anos 1930 ou 1940 (ou qualquer coisa rara, vintage, e valendo um monte de dinheiro), gaste um pouco de dinheiro para fazer o serviço com um profissional. Tenha tudo documentado e guarde todos os componentes originais substituídos num saco ziplock para o próximo proprietário, em caso de querer vendê-lo. Esses procedimentos vão melhorar ou pelo menos manter o valor do seu equipamento.
Os profissionais conhecem esse assunto, mas aqui estão algumas instruções de como trocar os capacitores eletrolíticos (e outros componentes):
Saiba como soldar e dessoldar. Falando sério. Ficar fuçando dentro de um amplificador em boas condições não é o modo de aprender a soldar. Uma soldagem ruim pode piorar o desempenho do amplificador e talvez ser perigosa. Do mesmo modo, quando dessoldar um componente velho, pode causar um dano por sobreaquecimento de um componente ou, num amplificador mais novo com placa de circuito impresso, romper uma trilha (as linhas de cobre na placa de circuito impresso), causada pelo levantamento dela com o componente.
Evite comprar restos ou excedentes. Lojas de sucatas de componentes eletrônicos muitas vezes tem excelentes pechinchas. O problema é que você não sabe a idade dos componentes ou porque que eles foram descartados (e em muitos casos nem mesmo os vendedores sabem). Se comprar capacitores eletrolíticos não usados que ficaram numa prateleira por anos e anos, ele podem ter se degradado com o tempo. O motivo é que eles tem um líquido dentro que permeia o papel, e como muito não são selados, eventualmente o líquido se evapora, mesmo se nenhuma tensão for aplicada, deixando eles inutilizados. Gaste um dinheiro extra e compre bons capacitores de uma loja reputada.
Procure pelas tensões adequadas. Sempre compre capacitores com as mesmas tensões do original, ou maiores. Se um capacitor é especificado para 100 volts (está marcado no corpo do capacitor), então o novo deve ser de pelo menos 100V. Tudo bem se for mais, mas nunca deve ser menos, porque pode colocar você e seu amplificador em perigo.
Mantenha a polaridade. Quando trocar um eletrolítico velho, preste atenção na polaridade quando colocar o novo. Esteja certo de que o terminal marcado com o + do novo capacitor vá no mesmo lugar do antigo. Se você inverter a polaridade, o capacitor pode explodir quando uma tensão for aplicada sobre ele.
Cheque e verifique seu serviço. Cada parte de um avião comercial geralmente funciona perfeitamente e tem boa manutenção. Mas isso não significa que o piloto não segue uma rigorosa verificação de um checklist antes de cada voo. A lei de Murphy nunca tira  férias, então quando você estiver trocando peças, tenha certeza de que verificou tudo o que fez – e não apenas na troca do capacitor. Se removeu uma porca ou parafuso, mexeu num fio para melhor acesso, etc, tenha certeza de que colocou de volta onde estavam. E, pode parecer estúpido, mas esteja certo de não colocar de volta sem querer o capacitor velho que você pensou ser um novo. (Nunca trabalhe num amplificador quando estiver cansado, distraído ou apressado)
Seja um bom cidadão. Descarte os capacitores velhos e quaisquer outras peças eletrônicas num lixo eletrônico. Não os jogue num lixo comum. Muitas comunidades tem locais pra descarte de eletrônicos, ou podem ter uma lixeira no trabalho. Em alguns países é ilegal jogar componentes eletrônicos nos lixos comuns.
Espere – ainda não acabou!
Capacitores são importantes, mas quando estiver avaliando um amplificador antigo – e eu espero que faça isso antes de comprá-lo e especialmente antes de ligá-lo – inspecione-o cuidadosamente. Se não houver grandes problemas, os pequenos problemas (geralmente estéticos) podem ser resolvidos. Felizmente, eles não lhe custarão um braço e uma perna pra arrumar. E mesmo se a tarefa de trocar os componentes não for sua, tem um monte de coisas que você pode fazer.

Uma boa limpeza
Coisas antigas geralmente tem poeira e sujeira. Pegue um aspirador de pó, use um pincel macio e aspire o máximo de poeira e detritos que puder de todos os cantos e fendas. Se for um amplificador combo aberto, onde pode ver o alto-falante, seja extremamente cuidadoso para não tocar o cone do falante. Ele pode ser bastante frágil e ser danificado sem muito esforço. Evite de usar ar comprimido dentro do amplificador, porque isso empurra os detritos pra dentro dos lugares. Usar uma máscara contra poeira é uma boa idéia, especialmente se tiver asma ou alergias e se o amplificador for velho e esteve num porão, sótão ou  garagem por um tempo. Além da poeira pode ter esporos, bolor e mofo.

Onde há fumaça ...
Dê uma cheirada e verifique se há algum cheiro de queimado antes de conectar o amplificador na tomada e ligá-lo. Então se enxergar ou sentir alguma fumaça ou algo que pareça muito errado, desligue o amplificador imediatamente, e desconecte-o da tomada. Não demore, abra a janela, deixe o amplificador esfriar, fique longe da fumaça e deixe o cheiro sair da sala. Então leve o amplificador pra alguém que trabalhe com amplificadores. Se você é guitarrista ou baixista, deixe os vudus eletrônicos para alguém que saiba como consertar adequadamente o aparelho e gaste mais tempo praticando.
Se o amplificador tiver um fusível e ele queimar quando se liga o amplificador, troque o fusível e tente de novo. Nunca coloque um fusível que seja de corrente maior do que o queimado. E também nunca assuma que o valor do fusível instalado seja do valor correto (o último dono pode ter posto um valor errado). Sempre instale o valor especificado pelo amplificador (geralmente marcado perto do porta fusível) ou pelo fabricante. Se o fusível novo queimar, desista. Quando um fusível queima, ele está te informando que tem algo errado com o amplificador. Uma vez pode ser um eventualidade, mas duas vezes te diz que o amplificador deve ser levado pra alguém que saiba consertá-lo.


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Gabinete
Amplificadores geralmente são acondicionados em uma caixa de madeira coberta com tweed, Tolex, tapeçaria ou outro material. Alguns são de madeira rústica com algum acabamento. Se as juntas ou suportes estiverem frouxos, eles podem precisar ser colados. Isso é muito simples e precisa só de um pouco de cola de madeira e talvez uma ou duas presilhas. Se a junta ou suporte estiver muito frouxo e a peça estiver torta, então você tem outros problemas. Verifique se há sinais de danos causados por água. Sinais de riscos ou descoloração da parte de baixo para cima, bem como cantoneiras e parafusos enferrujados podem indicar que o amplificador pode ter ficado em uma inundação. Se houver suspeita disso, vale a pena olhar dentro do chassis (se ele for um combo) ou dentro do gabinete (se ele for uma caixa selada), só pra ver sinais de corrosão, ferrugem e mesmo mofo.
Se um amplificador estiver coberto com Tolex (material que parece borracha imitando couro, usado desde 1960, geralmente preto), você pode usar água e um pano pra limpar a superfície.  Use até detergente pra ajudar na limpeza. Nem precisa dizer que o amplificador precisa estar desconectado da tomada. E tenha cuidado pra não molhar a tela frontal, o que pode causar encolhimento ou esticamento dela.
Um amplificador com cobertura de tweed, apresenta mais desafio. Alguns tweeds são colados, alguns são laqueados, e alguns não são laqueados. As técnicas de fabricação com tweed dependem de cada fabricante e quando o amplificador foi feito. Antes de decidir limpar o tecido do amplificador, lembre o tweed antigo tem seu estilo que depende da idade, assim não se importe muito com isso, a menos que pareça que ele saiu do brejo. Entre as sugestões que tenho ouvido pra limpar tweed é usar Woolite bem diluído (4 pra  1 ou mais). Use um pano, molhe no líquido e torça pra retirar o excesso e passe no tecido delicadamente. Esse tipo de tarefa pode te deixar nervoso principalmente se for um amplificador colecionável. Então sempre faça um teste antes em um local mais discreto do amplificador. Depois de passar o pano úmido, enxugue com um pano seco e deixe secar com naturalmente. Se estiver só limpando um ponto (como um espirro de lama), não limpe o aparelho inteiro. O negócio aqui é só atacar o que precisa. E não use solventes como limpadores de tapetes e aerossóis. Muitos não são bons pra sua saúde e podem atacar o acabamento ou o adesivo do painel frontal.

Válvulas
Válvulas não são baratas, mas elas são consumíveis e cedo ou tarde precisam ser trocadas. Um problema óbvio que acontece com válvulas velhas ou danificadas é que elas se tornam microfônicas. Como o nome indica, microfonia significa que elas causam som. Esquente seu amplificador, aumente o volume e então dê umas batidinhas na válvula com uma borracha de lápis. Tenha cuidado, porque com o amplificador ligado, é o momento mais perigoso: corrente elétrica está passando, as vezes em locais pouco protegidos. É normal para válvulas de prés amplificarem rápidas pancadas de alta frequência quando golpeadas. Mas, se a pancada causar feedback, som de sino, ou sons de estalos, a válvula está microfônica e deve ser trocada. Se tiver luvas grossas (vinil não é boa idéia: ele derrete), tente sacudir delicadamente as válvulas. Tenha cuidado, elas podem estar bem quentes. Se novo, se ouvir os mesmos sons, quase com certeza a válvula microfônica é de pré (uma das pequenas). Tire as antigas e ponha as novas, Só espere o amplificador esfriar antes de tirar as válvulas.

Com o amplificador desconectado  e frio, examine as válvulas para ter certeza que elas estejam bem presas e firmes. Nunca as torça ! Delicadamente segure a válvula e prenda-a no lugar. Como algumas válvulas ficam dentro de canecas metálicas, você terá que removê-las para verificar a microfonia. Segure as canecas com os dedos e empurre-a (elas tem molas) e torça para a esquerda (anti-horário).Agora puxe para cima, precisando talvez de um sacolejo.
Problemas com válvulas de potência muitas vezes aparecem quando se liga o amplificador e o fusível queima se uma das grandes válvulas de saída brilhar meio avermelhada. Nesse caso, desligue o amplificador. Deixe esfriar e troque a válvula defeituosa – a que brilhar avermelhada.
Tenha certeza de que a válvula esteja orientada corretamente quando instalá-la. Se você olhar para a base da válvula de pré e o soquete, notará que os pinos são arranjados em um círculo incompleto. Sempre  olhe se os pinos estão alinhados corretamente com o soquete. Nunca force uma válvula no soquete ou a gire. Nunca instale uma válvula de potência com um pino de guia quebrado. E se a válvula tiver uma caneca de proteção metálica, sempre se lembre de colocar de volta depois de trocar a válvula.
Quando estiver verificando as válvulas, veja também se os soquetes não estão danificados ou corroídos. Alguns soquetes de válvulas e pinos das válvulas ficam sujos e precisam de uma limpeza. Álcool isopropílico, acetona e limpa-contatos em spray são todos boas escolhas. É importante que o limpador não deixe resíduos e que seu uso seja sempre em locais bem ventilados. Limpadores limpa contatos (como o Deoxit) são desaconselhados. E tenha certeza de que os limpadores químicos não sejam espirrados nas superfícies vizinhas. Com o amplificador desligado e desconectado, despeje um jato de spray dentro do soquete e deixe secar completamente antes de inserir a válvula de volta. Faça o mesmo com os pinos das válvulas. Se os pinos das válvulas estiverem tortos, acerte-os com um alicate de bico. E se o soquete estive em más condições, talvez seja momento de trocá-lo. Lembre-se que ao mexer no chassis existe o risco de tensões letais. Ali existem um monte de fios conectados a cada soquete, e sobre aquecê-los com um ferro de solda pode às vezes causar dano ao isolante do soquete ou outro componente soldado ao soquete. Sim, esse é outro serviço para profissionais.
Potenciômetros, Chaves e Jacks
Os potenciômetros em amplificadores velhos muitas vezes tem invólucros abertos, o que significa que eles provavelmente acumularam poeira, fuligem e fumaça de cigarros – uma das coisas mais pegajosas de todas, o que se liga à poeira pra causar uma bagunça real internamente. Mesmo se o potenciômetro parecer estar bem selado, com o tempo alguma sujeira consegue se fixar entre o cursor e o elemento resistivo, aumentando os estalos, som com chiados, quando você virar o knob pra cada lado.
Agora me acompanhe. Algumas vezes as guitarras e os amplificadores são autenticados através de marcações nos potenciômetros (veja zeus.lunarpages.com  para mais informações). As vezes a idade deles pode ser determinada, assim como o fabricante original do componente. A Fender usar códigos marcados dentro dos amplificadores (veja  www.unclesamsjamms.com e faça uma busca no Google por outros sites que informam sobre a datação de amplificadores via potenciômetros) ; outros fabricantes usam outros esquemas. Você não precisa ficar apressado em trocar um potenciômetro a menos que ele esteja realmente ruidoso cada vez  que você respirar na frente dele e o controle não possa ser limpado adequadamente.
É possível que  apenas girando o knob rapidamente indo e voltando um pouco mais agressivamente que o usual, possa limpá-lo. Mas pode ser que não. Por outro lado, chaves com mau contato muitas vezes precisam ser trocados se não puderem ser limpos. Tente acionar uma chave com problemas, por várias vezes. Mas isso pode não ser bom, especialmente se a chave for das baratas ou se o amplificador tiver ficar em um ambiente úmido como o porão.
Pode usar limpadores lubrificantes como o Deoxit ou outro limpador de alta qualidade para pots e chaves. Nunca use óleo, graxa, ou pó de grafite (usado nas fechaduras) em um pot ou chave. Você pode usar álcool ou WD-40, mas é melhor usar algo feito especificamente para pots.
Também existem os casos em que um pot pode ser aberto, limpo e remontado. Com alguns pots CTS antigos, se o elemento resistivo não estiver deteriorado e ainda dentro das especificações,  é um caminho se o amplificador for antigo e valioso. Caso contrário, um substituto mais moderno pode dar conta do recado.
O jack de entrada de alguns amplificadores pode também ser fonte de problemas. Por exemplo, alguns jacks tem uma pequena superfície de contato exposta que pode oxidar e se tornar intermitente. Limpar os contatos com lixa bem fina ou uma cartolina embebida com limpador pode remover a oxidação, mas as vezes é melhor trocar o jack.

Ruídos inexplicáveis
Algumas vezes um amplificador faz uns ruídos estranhos inexplicáveis sem razão. Se o amplificador for muito velho e passou uma boa parte do tempo no litoral, é possível que a placa de fibra na qual os componentes ficam, tenha absorvido umidade e ou minerais e sais. Isso é difícil de verificar, mas como isso passa por não condução para condução parcial, pode haver alguma corrente de fuga em lugares indesejados. Isso significa que um profissional deve pesquisar o problema já que isso requer equipamento especializado como por exemplo um megômetro (um instrumento que aplica tensão e checa a resistência). No pior dos casos, pode ser necessário tirar todas as peças da placa, substituir a placa e colocar os componentes de volta. Parece trabalhoso ? Felizmente, isso não acontece com frequência.

Aquele grande e antigo transformador de saída
O transformador de saída é a última parada antes dos alto-falantes. Então você pode achar que ele é crítico. Um transformador pifado é o que ele é: um transformador  morto. A menos que alguma coisa drástica tenha acontecido (ligar o amplificador sem uma carga adequada de alto-falante, por exemplo), e se ele foi razoavelmente projetado, ele não deve lhe causar preocupação ou algum problema. Alguns fabricantes de amplificadores costumam cortar custos (e peso) usando amplificadores mais baratos e menos robustos. Esses tendem a ser ineficientes, funcionam quentes, e em alguns casos sujam o tom. Se estiver preocupado com um transformador em má condição, leve o amplificador a um profissional. O transformador de saída é um componente caro,  entre os mais caros no amplificador inteiro, e fazer qualquer coisa com ele requer uma tremenda dose de cuidado. Algumas vezes os transformadores de saída antigos podem ser reformados, o que pode ser uma opção (muito cara) a ser considerada se você quiser manter o amplificador o mais original possível. Aqui um bom artigo sobre o assunto da Premier Guitar: Why and How to Replace Your Amplifier’s Output Transformer
Uma palavra final sobre transformadores de saída: se um capacitor de filtro ou a válvula de potência entrar em curto, é possível que irá causar uma corrente excessiva passando pelo transformador (o que é uma razão para se usar fusíveis adequados). Essa condição de sobre corrente se converte em um monte de calor, que pode arruinar a isolação do transformador, causando curto-circuito e quando isso acontece, você vai sentir um cheiro diabólico. Desligue imediatamente o amplificador e verifique.

Fios Velhos
Muitas décadas atrás, os fios eram isolados com tecido, geralmente trançado e enrolado em volta dos condutores. Hoje, os fios são isolados com material plástico que resiste a chamas e projetado para suportar calor e resistir à deterioração. O tecido é uma diferente história. Esteja certo de que a isolação dos fios em um amplificador velho não estejam deteriorados. Se o amplificador ficou guardado por muito tempo em um sótão ou garagem, insetos podem ter comido o tecido, ou eles podem ter se deteriorado sozinhos, deixando os fios expostos e capazes de curto circuitar se eles se encostarem com outros fios e ou o chassis.
Não se esqueça de checar o cabo de força. É fácil de esquecê-lo, mas se estiver danificado, ele pode ser perigoso. Se os pinos estiverem quebrados (ou se o cabo não tiver o pino de terra), troque o cabo sem duvidar. Isso é uma questão de segurança que não pode ser ignorado.

Alto Falantes
Um alto-falante danificado geralmente toca sons estranhos ou no mínimo com falhas. Meu velho Champ era patético com o alto-falante estragado. Eu aposto que alguém guardou um monte de ferramentas ou pedais ou alguma coisa pontuda na parte de trás dele, confundindo aquele espaço vazio com um armário. Se tiver um amplificador com a traseira aberta, pegue uma lanterna e procure por sinais de rachaduras ou cortes. Se a tela sair, retire-a com cuidado e olhe a frente do alto-falante. Alguns alto-falantes feitos nos anos 1970 tinham um domo cromado no meio do falante, que pareciam legais mas muitas vezes com o tempo, criavam um estranho chocalho. Eu tenho um gabinete da Sunn de 1972 que precisou ter seus falantes trocados por causa disso. Procure por sinais de deterioração em volta do cone do falante onde ele se prende ao quadro. Rachaduras são o melhor indicador de deterioração.
Teste seu amplificador com volumes moderados e tocando notas em diferentes faixas e deixando elas em sustain. Tente alguns acordes também. Eu acho que tocar uma corda E ou A aberta e variando devagar é um bom modo de descobrir chocalhos ou som de buzz.
E antes de ir arrancando fora o seu falante, faça antes algumas coisas. Verifique se os fios estão firmemente presos. Algumas vezes os fabricantes usam conectores espada nas pontas dos fios, que apenas se encaixam no terminais do alto-falante. Estes podem ficar frouxos, ou os fios podem ficam chacoalhando. Cheque também se os fios estiverem soldados, se eles não estão quebrados (eu vejo isso sempre, os fios parecem estar soldados, mas de alguma forma o fio se rompe, mesmo parecendo que ele toca o falante). Veja os parafusos em volta do falante. Se eles estiverem frouxos, aperte-os – cuidadosamente e não muito forte. Aperte-os como os das rodas do carro, aperte um, em seguida o parafuso oposto, e então outro seguido do oposto. O segredo é ter calma. Se apertar demais um parafuso, você pode distorcer a forma física do quadro do falante e diminuir a vida do falante. E seja cuidadoso com qualquer ferramenta que usar com os falantes.  Se estiver tentando fazer algo bom, um deslize da sua ferramenta pode rasgar o cone do falante.
Se você trocar um falante, tenha certeza de que a impedância é a mesma (8 ohm por outro de 8 ohm, etc). Nunca instale um falante com impedância menor, porque é um jeito fácil de queimar o amplificador. Para manter a originalidade do amplificador, você pode mandar reformar ou reparar o falante. Se trocar o falante por um novo, guarde o antigo. Algum colecionador (talvez o que comprá-lo de você um dia) vai querê-lo.


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Adendos:
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Por que descarregar os capacitores ?

É absolutamente vital descarregarmos os capacitores de filtro na fonte de alimentação DC antes de trabalhar em qualquer amplificador de guitarra. Eles guardam uma carga de várias centenas de volts, o que é potencialmente mortal. Capacitores podem reter sua carga por semanas ou mais tempo, mesmo com a energia desligada e o amplificador desconectado. É importante aprender como descarrregar corretamente a tensão residual de forma que possamos trabalhar com segurança dentro do amplificador.
1. O que precisa ?
1.   Óculos de segurança.
2.   multímetro digital capaz de medir 500 volts DC.
3.    resistor de potência de 25k ohms e 10W.
4.   um alicate com isolação para segurar o resistor
5.   chave philips para retirar o painel traseiro.
2. Se não estiver encontrando o problema que precise que o amplificador fique ligado, sempre desconecte-o da tomada. Desconectá-lo da tomada não vai descarregar os capacitores de filtro, Na verdade não faz diferença alguma, mas isso é para sua segurança. Nós desconectamos da tomada para manter o amplificador livre de ser ligado acidentalmente quando sua mão estiver dentro do amplificador. Não ache que as coisas são impossíveis, é assim que as pessoas morrem. Desconectar é o equivalente a travar uma máquina antes de mexer numa máquina quebrada.
Desligue a chave de força, e coloque a chave de standby na posição ON. Nota: isso é diferente de ter seu amplificador em standyby. Esperamos que os capacitores de filtro descarreguem um pouco com a chave de standby ligada.
3. Coloque o amplificador em uma mesa firme numa sala bem iluminada. Esteja seguro de usar sapatos de sola de borracha, e se tiver um tapete de borracha isolante no chão pode ajudar a prevenir a possibilidade de eletrocução. Retire o painel traseiro do amplificador. Uma vez feito isso, olhe dentro do gabinete metálico, mas não toque em nada. (a) consegue ver as grandes peças cinzas com 500V impressas nelas ? (500V e 350V no Deville). Eles são os capacitores de filtro, e o que precisamos ver são eles. Nota: pode ter mais capacitores de filtro do que aqueles encontrados.
Como os capacitores de filtro são quase sempre do tipo eletrolítico, eles são polarizados e portanto tem um terminal positivo e um negativo. Podemos identificar os terminais positivo e negativo apenas olhando para  marcador de polaridade impresso no lado do capacitor. Assumindo que a Fender ainda está usando os mesmos capacitores da marca Illinois, a linha será preta e terá flechas indicando o lado negativo. No lado positivo do capacitor, não terá marcação, embora possa ter um + indicando o lado positivo na placa de circuito impresso.
Os capacitores de filtro tem o terminal negativo conectado ao terra, que é o gabinete metálico ou “chassis” do amplificador. Os capacitores somente vão descarregar quando seus terminais estiverem conectados por um resistor ou curto-circuitados com alguma coisa que conduza eletricidade – incluindo carne humana. Isso significa que tocar o chassis com uma mão e encostar em qualquer lugar que esteja ligado ao positivo com a outra mão, vai fazer do seu corpo um caminho para os capacitores se descarregarem. Imediatamente ele descarregará centenas de volts com uma corrente que vai passar pelo seu coração. Se ficar vivo, considere-se um sortudo. O chão em que você está pode estar no mesmo potencial elétrico do chassis – especialmente se estiver no porão ou ao ar livre, assim pode ser eletrocutado mesmo se só uma mão estiver dentro do amplificador ! Lembre: o que faz as fontes de alimentação serem perigosas é que você não precisa encostar nos capacitores de filtro para ser morto.
4. Você deve usar óculos de segurança agora. Inspecione se as pontas de prova do multímetro não estão gastas ou com rachaduras e falhas na isolação (na parte que você segura). Se você achar que a isolação é questionável não use as pontas. Descarte-as e compre um novo par de pontas.
Nosso primeiro objetivo é checar as tensões residuais com o multímetro. Em alguns casos a maior parte da carga já pode ter descarregada, mas nunca assuma que os capacitores estejam descarregados em um nível seguro sem checar com um multímetro confiável. Existem muitos modos de medir a tensão residual contida nos capacitores de filtro, mas abaixo são os mais comuns. Note que estes são igualmente válidos para descarregar os capacitores.
Nos terminais dos capacitores. Este é o meu método preferido, mas só se os capacitores de filtro forem facilmente acessíveis.
1.   Do terminal positivo do capacitor para o chassis. – é essencialmente a mesma coisa que descarregar diretamente nos terminais do capacitor já que o lado negativo está no mesmo potencial elétrico do chassis.
2.   Do chassis para um pino da válvula. Isso pode ser feito no pino 3 de qualquer válvula de potência, ou nos pinos 1 e 6 de qualquer válvula de pré. Algumas vezes, geralmente em grandes amplificadores vintage, os capacitores de filtro estão localizados dentro de uma pequena latinha – chamada de casinha de cachorro. Ela é fixada ao chassis e o acesso é limitado. Muitas vezes vários fios com tecido saem de um buraco da latinha e estes estão conectados ao positivo dos capacitores de filtro, ou o negativo do capacitor de bias (se existente). Os terminais negativos geralmente são soldados firmemente através de furos na latinha. A latinha é montada no mesmo lado dos transformadores e choke. Esse método é muito usado para descarga quando o imediato acesso aos capacitores não é seguro, ou se um resistor adequado não está disponível. Curto-circuitar o chassis com o pino correto do capacitor irá forçar a descarga através da carga de placa da válvula. Isso evita o centelhamento de alta corrente. uma vez que o medidor indique que os capacitores estejam descarregados, você pode desprender a latinha e checar cada capacitor se necessário.
Ajuste o multímetro para medir tensões contínuas (DC). Ajuste a faixa de tensão para mais de 500V. Usando só uma das mão, com a outra mão longe do chassis (preferencialmente dentro do bolso), meça a tensão DC sobre os terminais de um dos grandes capacitores cinza. Pode ajustar a tensão no medidor para um valor menor se não conseguir uma leitura clara. Que valor obteve ? Qualquer valor de tensão DC que não seja menor do que 10V pode ser perigoso, assim o amplificador pode ser mexido com segurança. Caso contrário, devemos descarregar toda tensão residual com um resistor, até que seja seguro.
5. Em livros antigos de eletrônica é comum dizerem pra usar uma chave de fenda com a manopla isolada para curto-circuitar os capacitores. Curto-circuitar com a chave de fenda vai descarregar instantaneamente o capacitor para 0V, fazendo fagulhas por alta corrente. Isso é aceitável se você souber que a chave está bem isolada (=borracha), se usar óculos de proteção e não se preocupa em deixar marcas no chassis. Se houver centenas de volts armazenados nos capacitores, esteja preparado para fagulhas. É comum isso deixar  marcas no chassis e em casos extremos, soldar a chave ao chassis. Quando descarregar  uma fonte de alimentação industrial com uma capacitância bem alta e altas tensões, nunca use a chave para descarregá-la, já que a carga pode lançar a chave como um projétil. Sempre use óculos de segurança, mesmo que possa parecer um nerd com eles. Acredite em mim, ninguém vai ligar pra isso.
Se achar que tem muitas centenas de volts nos capacitores, você deve ter muito cuidado quando descarregá-los. Pegue o resistor de potência e dobre os terminais de forma a facilitar o contato com os capacitores de filtro. Use um alicate isolado para segurar o resistor por segurança. Sempre prenda pelo corpo do resistor e nunca os terminais metálicos saindo dele.Com a mão livre no bolso, escolha um capacitor de filtro e encoste nos terminais do capacitor com os terminais do resistor. Segure por uns 20 a 25s e descarregue todos. Sempre verifique com o multímetro de novo de estão descarregados e sem tensão residual, até ter certeza absoluta. Qualquer valor menor do que 10V é seguro, mas prefiro descarregar até 1V pra ter certeza (eu já levei choque de 420V). Não se surpreenda se achar capacitores se recarregando sozinhos lentamente depois disso. Esse fenômeno é chamado de absorção dielétrica e é normal em eletrolíticos. Deixando uma carga bem baixa, os capacitores não se recarregam aum nível letal. Tendo certeza que o amplificador está seguro, eu desejo boa sorte na sua modificação ou reparo.



Por quê e como trocar o seu Transformador de Saída
Tim Schroeder
O transformador de saída tem um papel muito importante, mas não é o principal em modelar o tom do amplificador. Fazer um upgrade do transformador mostra como é que o amplificador já é e depois o melhora.
   
   
Muitas vezes me perguntam se ao fazer o upgrade do transformador do amplificador pode melhorar o tom dele. É uma pergunta bem simples, mas a resposta é bem complexa. Primeiramente vamos examinar o que é um transformador de saída e por que alguém poderia pedir pra trocá-lo. Então vamos analisar algumas coisas quando trocarmos o transformador do amplificador.
O transformador de saída em um amplificador de guitarra push-pull é o último estágio do caminho de áudio antes de chegar no alto-falante – é um dos grandes blocos de metal montado no chassis do amplificador (ou no alto-falante, em alguns amplificadores antigos). A função do transformador é converter o sinal de alta tensão e baixa corrente vindo das válvulas de potência em um sinal de baixa tensão e alta corrente para alimentar os alto-falantes de baixa impedância. Ele é responsável pela conseguir eficiência na transferência de potência do amplificador para a carga dos alto-falantes, e evita que centenas de volts (DC) passem para os alto-falantes.
Existem razões diferentes para alguém querer trocar o transformador de saída – a mais óbvia é uma unidade queimada ou danificada. Isso ocorre quando o amplificador é operado sem uma carga adequada, por exemplo sem o alto-falante plugado no amplificador e ligado a um alto-falante com uma impedância diferente da que o transformador espera. Outra razão é para fazer um upgrade de qualidade e de tom. Como os transformadores são a parte mais cara do amplificador, é comum que os fabricantes cortem custos no tamanho e na qualidade deles. Um transformador grande simplesmente tem mais ferro, então não só o custo de material é maior, mas o peso de um transformador mais pesado vai pesar no custo de transporte do fabricante.
Com respeito ao tom/timbre e como um transformador afeta isso, minha opinião é que um transformador de saída não muda o caráter de um amplificador. Um transformador novo não vai mudar o DNA de um amplificador ou fazer um Marshall tocar  como um Vox. Além disso, o timbre do amplificador é a soma de todas as suas partes – válvulas, capacitores, fiação, falantes, etc. Se você fosse filtrar água limpa em um filtro sujo e velho, você pode estragar o que a água teria a oferecer antes de ser filtrada. Ela ainda seria água, mas alterada de uma forma depreciada do que ela poderia ser antes de filtrada. O transformador de saída tem um papel importante, mas não é tudo na formação do timbre do amplificador. Fazer o upgrade dele, apenas mostra o que o amplificador já é, e depois o melhora.Transformadores grandes fisicamente geralmente tocam mais, já que eles tem uma janela (núcleo) maior para o sinal passar.  O timbre é geralmente mais claro, cheio e verdadeiro.

Se fazer o upgrade ou trocar o transformador de saída está em seus planos, existem algumas coisas a considerar. Primeiro, e mais importante, o amplificador deve estar desconectado, com todas as válvulas removidas, e todas as tensões no amplificador devem ser descarregadas. Existem tensões letais dentro do amplificador, então não realize um serviço nele se não souber descarregar as tensões corretamente.
Em segundo lugar, esteja ciente dos diferentes estilos de montagem dos transformadores. Existem 3 estilos básicos de montagem: vertical, horizontal e  flat. Transformadores de montagem vertical são mais altos do que largos, com as lâminas em um posição vertical e as canecas posicionadas perpendicularmente ao chassis. Transformadores de montagem Vertically mounted transformers sit taller than they are wide, with the laminates in a vertical position and the end bells positioned perpendicular to the chassis. Transformadores de montagem horizontal são também uma montagem vertical, mas suportados pelas laterais e são mais largos do que altos. Transformadores com montagem flat tem as lâminas posicionadas horizontalmente, e as canecas estão montadas verticalmente. Deve-se notar se o transformador tem uma montagem de dois furos ou de 4 furos de fixação, e pode ser que os furos de montagem não se alinhem perfeitamente com os furos do chassis se o transformador substituto não for uma réplica exata. Nesses casos, será necessário marcar e furar novos furos de fixação no chassis do amplificador.
Finalmente, esteja certo de que o transformador substituto caiba fisicamente no chassis e no gabinete em que ele vai ficar. É fácil se esquecer do tamanho do falante e o seu efeito no espaço restante no gabinete. Meça duas vezes para evitar frustração !
É muito importante verificar a fiação do transformador antigo. Eu muitas vezes corto os fios do transformador antigo e deixo um pedaço dos fios velhos de forma que eu consiga ver a cor e a posição dos originais. Tenha em mente que fio verde ou preto nem sempre são terra, e que os fabricantes usam cores diferentes para o terra. Um novo transformador substituto deve vir com um esquema, assim veja com atenção e observe a fiação correta.


Com os transformadores novos instalados e todas as fiações e pontos de soldagem duplamente verificados, é hora de ligar o amplificador. Antes de fazer isso, tenha certeza de baixar todos os potenciômetros. Se os terminais do primário do transformador estiverem invertidos – um erro comum de acontecer – o amplificador vai produzir um apito forte. E se o volume estiver no máximo , vai causar um bom susto. Uma simples troca de fios indo para as placas das válvulas resolve esse problema. É uma boa idéia usar um variac para dosar a tensão de alimentação gradualmente. Quando o amplificador estiver funcionando a plena tensão, você deve desligar o amplificador, reinstalar as válvulas e rechecar o ajuste de bias das válvulas. O transformador de saída novo vai precisar ser amaciado com o tempo, mas agora é só aproveitar o timbre melhorado do amplificador.
Lembre que o timbre do amplificador é a soma de todas suas partes. O transformador de saída é uma parte muito importante que facilmente é subestimado e sofre corte no custo de muitos fabricantes preocupados com o preço. Então experimente ! Afinal o amplificador é sua voz, então porque não ter a melhor voz que pode ter ?

Tim Schroeder é o presidente e engenheiro chefe na Schroeder Audio Inc. em  Chicago – Illinois, onde ele é responsável pelos projetos e construção de novos produtos assim como responsável pelas operações de reparo e manutenção na Schroeder Guitar and Amplifier Repair. schroederaudioinc.com
« Última modificação: 22 de Janeiro de 2013, as 09:16:23 por xformer » Registrado

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« Responder #9 : 22 de Janeiro de 2013, as 09:30:30 »

Esse post do xformer merece um "stick" !
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« Responder #10 : 22 de Janeiro de 2013, as 10:29:34 »

Esse post do xformer merece um "stick" !

Concordo, os mestres dos valvulados poderiam apenas conferir se as informações não precisam de nenhum adendo e colocar na seção de Artigos e Apostilas.
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« Responder #11 : 22 de Janeiro de 2013, as 11:49:14 »

Estas 6550 já devem ser resultado de alguma troca. Todos os esquemas de Tremendão que eu tenho mostram um quarteto de 6L6.

Os filamentos de um quarteto de 6L6 consomem 3.6A, já um quarteto de 6550 seriam 6.4A, é bastante corrente a mais. Pode ser que o transformador suporte, precisaria ver o modelo e consultar algum catálogo antigo de Willkason, mas por via das dúvidas eu trocaria pelas 6L6.

A Giannini usou a 6550 em amplificadores ainda mais parrudos que o tremendão, como o Duovox 240G (quarteto de 6550).

A Palmer tem o P200 (cópia do Marshall "200W"*) com um quarteto de 6550.

* Disclaimer: "200W" é o nome pelo qual este modelo é conhecido, não estou afirmando que a potência dele é esta.
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« Responder #12 : 22 de Janeiro de 2013, as 13:29:35 »

Estas 6550 já devem ser resultado de alguma troca. Todos os esquemas de Tremendão que eu tenho mostram um quarteto de 6L6.

Tem razão! O Tremendão usa um quarteto de 6L6 e não de 6550! Melhor deixar com um par de 6550 ou trocar por um quarteto de 6L6. Um quarteto de 6550 é pedir demais para o transformador.
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« Responder #13 : 22 de Janeiro de 2013, as 16:20:47 »

Tocava com um desses, Hà alguns anos luz atras...
Na verdade o baixista, mas eu não ficava atrás com meu Giannini Valiant.
Muito barulho e altos choques.
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A ideia é a rotina do papel


« Responder #14 : 22 de Janeiro de 2013, as 19:23:24 »

Uau, enfim consegui ler tudo!

Muita informação, agora tenho que digerir isso... mas meus planos agora são:

testar, botar pra funcionar (levarei ao Pedrinho, valeu BIG), depois vejo as demais coisas...
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