Pessoal, meu pedal chegou, o RV 600, estava um pouco receoso em abrir (pois perderia o um "lacre" interno, para uma suposta garantia), mas a curiosidade foi mais forte e abri o pedal.
Bom, as primeiras impressões sobre a placa de circuito impresso foram boas. A placa é multi-camada, com pelo menos 4 layers, sendo um deles o placa de terra. Ou seja, não é um projeto (em termos eletrônicos) mal elaborado.
O pedal possui os seguintes CI's :
- Microcontrolador ATMEGA16 (responsável pela leitura de todos os potenciometros, chave de trails, controle do CD4053, a leitura da chave momentânea, além de ser conectado ao DSP).
- DSP - DSPB56364FU100 de 24 bits de resolução
- DRAM - IS41LV16105B-60TL , de 16Mbit
- AD/DA integrado estéreo - AKM4552 - 24 bits / 96KHz
- Amp-Op - 2x TL062
- Chave analógica - HCF4053
- Ci conversor step down de 2A/300KHz - MP1591
Que são CI's bem interessantes, a RAM é de boa procedência, idem ao DSP (que diferente das versões anteriores, não é mais aquele V1000 da cool audio), o um regulador de tensão é chaveado, o AD de 24 bits...
Bem, comecei a traçar os esquemáticos, e realmente... O trabalho é bem árduo! Ainda mais que os jacks estão soldados diretamente a placa, não permitindo a visualização de trilhas e vias que estão por baixo deles, só dessoldando. Mas ai já é pedir demais né
O que consegui identificar é que o sinal de entrada passa por um filtro passa altas (que não consegui medir a capacitância, pois não queria dessoldar componentes), dois diodos (provavelmente zener) conectados como ceifadores (evitando um tensão de sinal elevada), passa por um buffer TL062 e vai para o AD principal. Não consegui identificar se o sinal vai para outra parte do circuito, não passando pelo AD.
No chaveamento é utilizada apenas 2 das 3 chaves disponíveis do 4053. O sinal de controle é o mesmo da chave B e C e acionado pelo microcontrolador. Não consegui identificar de onde vem e para onde vão
os sinais do 4053, idem da saída do AD. Talvez o 4053 só chaveie o sinal processado, enquanto o sinal original vá diretamente para a saída (existem dois transistores que podem ser utilizados como misturadores de sinal...)
Uma coisa engraçada é que o controle MIX não atua no sinal diretamente! Ele vai, igual aos outros, para o microcontrolador. Idem ao controle TONE! Tudo é processado digitalmente. Isso me deixou com a pulga atrás da orelha, será que o sinal em bypass é digitalizado? Pois ao meu ver a única forma de controlar isso pelo microcontrolador é digitalizar os dois... Ou não!
Outra coisa interessante é que os sinais de entrada também vão para o AD do ATMEGA16, do mesmo modo que vão para o AD principal (diodos ceifadores, etc).
Em termos acústicos eu estou gostando dele. As simulações de reverb são bem feitas e existem muitas opções (algumas soam muito parecidas, bem sutil a diferença). Mas é muito legal, para quem nunca teve costume em utilizar reverb, o som fica bem mais "cheio".
Eu uso um epiphone LP STD, ou seja, já é um pouco mais gordinho o som, e não percebi um roubo de timbre assustador. Sim, perde um pouco de agudos, mas ao meus ouvidos (que não são muito precisos) não é algo horrível. Talvez em uma guitarra com singles deve ser mais notado essa perda de harmônicos do que em uma LP.
Um fato que também percebi é o controle de TRAILS que não funciona direito ao utilizar o controle de MIX, onde o sinal original morre se ele estiver ligado com o MIX no máximo!!! Para mim isso foi um erro de software e não tanto um projeto eletrônico mal feito.
Bem, abaixo vou mostrar o circuito de entrada que consegui identificar. Não tenho certeza nenhuma se é exatamente assim (tem partes que achei um pouco estranhas algumas conexões).
Modificar o pedal é "simples" se identificar os capacitores C41 (de 22nF) ou C41 (que deve ser um valor bem baixo), ou mesmo C48 (de 2,2nF). Mas só com o esquemático mesmo é que daria para fazer alguma coisa. Ficar mudando componentes sem saber ao certo o que estará alterando pode ser prejudicial para o pedal (ainda mais com componentes SMD, qualquer besteirinha rompe a trilha facilmente...).
Concluindo: O circuito é simples de se entender e se modificar? Ouso dizer que sim (pelo que analisei, é um circuito bem tradicional).
Mas sem o esquemático, eu não me arriscaria!!!
Um abraço!
Eduardo