Gibson SG faded

[pit.du]

Alex sem contar os impostos que os lojistas pagam sobre o valor das vendas, funcionários entre outras coisas, realmente se for colocar tudo na ponta do lápis os valores assustam.

   

[Finck]

Para isso é que se cria uma segunda linha ou submarca, como a Epiphone.

É verdade, mas convenhamos, a Gibson/Epiphone e a Fender/Squire precisavam descer tanto a qualidade? Quando a gente compara ESP e LTD, o resultado é bem diferente...

É mais fácil produzir algo de boa qualidade na Ásia por conta do custo da mão de obra e dos incentivos para a exportação, creio eu.

Concordo de novo. Mas dá para fazer coisa boa na Asia, é só ter boa vontade. Também dá para fazer porcaria nos EUA...

[Alex Frias]

Não sei de quais modelos da LTD da ESP você pode estar falando, pois vejo modelos de R$ 500 a R$ 3.000,00!!!

O mesmo acontece com as marcas acima citadas. Uma Squier Classic Vibe Stratocaster 60's é uma ótima guitarra a um custo por volta dos R$ 1.300,00 aqui no Brasil.

Ainda não vi milagres nem mágicas. A idéia de se produzir na Ásia por parte de fabricantes americanos é reduzir custos evidentemente e atingir um mercado mais popular. É vender em grande escala pra valer a pena o investimento. Mesmo assim, sempre que se vá levantar a bola da qualidade, isso envolve que materiais serão usados. Madeira é uma coisa complicada. Não é só por que a guitarra leva seis pedaços de boa madeira no corpo que ela será pior que a outra que tem um corpo de peça única de madeira verde e inadequada. As ferragen são outros quinhentos, variam muito de genéricas a realmente usáveis.

As DEAN também tem excelentes modelos feitos na Ásia, mas pode ver que o custo desses modelos melhores é alto. Mas eles também oferecem algumas coisas mais vagabundas por preço popular.

Já a PRS com sua linha SE conseguiu um patamar de boa construção com bom custo/benefício para o consumidor. Mesmo assim optou por ficar só no meio do mercado, optando por ter apenas modelos de boa qualidade, sem ter guitarras de valores mais baixos, ficando por volta dos R$ 1.800,00.

Quanto à Epiphone existem problemas relacionados à construção básica de guitarras do tipo Gibson. Uma delas é o braço colado. Pode ter certeza que isso encarece o preço final e torna a produção mais lenta. Se quiser fazer direito, mais lenta ainda. Se o modelo tiver binding de verdade, mais demora e uso de mais mão de obra. Há muitos fatores em relação à construção de guitarras... não adianta olhar de fora e querer mágica.

-----E porcaria dá pra fazer em qualquer lugar, pois é fácil...rs

Mas deveriam deixar para fazer isso num único lugar: no vaso sanitário!

[Roberto Alves]

Já há Fender feita na Korea:

http://www.barramusic.com.br/ecommerce_site/produto_87187_1526_Guitarra-Fender-Lite-Ash-Telecaster-Seymour-Duncan-026-5102-Made-in-Korea

http://www.barramusic.com.br/ecommerce_site/produto_91507_1526_Guitarra-Fender-Koa-Telecaster-Seymour-Duncan-026-5107-Made-in-Korea

E eu vi essas guitarras e parecem muito boas!

[kem]

Roberto, as Made In Korea existem faz tempo... só não são muito comuns...
O legal delas é que todas que eu vi tinham esse mapple "Bird eyes"...
-----Voltando ao assunto do topico...
Alguém sabe qual a diferença entre essas linhas mais baratas da Gibson, principalmente no caso das SG?
Tem as Special, Studio, Faded e Worn... 
Não tenho ideia das diferenças entre essas series...

[Alex Frias]

Realmente as madeiras são bem bonitas e as guitarras bem boas, porém não são baratinhas...

Eu testei algumas dessas guitarras quando comprei a Faded.  Olha, os specs mudam de ano pra ano... Por exemplo, estou achando que o braço da Faded atual já não é aquele tacape do ano que comprei a minha. Por aí vai. Tem que ficar de olho nos specs das páginas da Gibson.com e quando tiver oportunidade em lojas testar as bichinhas.

[pit.du]

Kem esta ai uma coisa que eu queria entender também, qual a diferença entre essas linhas?... andei dando uma olhada no site mas não achei nada sobre isso.

Alguém saberia a diferença?
-----Acho que achei algo bem por cima mas já da uma ideia

Spoiler (clique para mostrar ou esconder)

http://www.gibson.com/en-us/Lifestyle/ProductSpotlight/GearAndInstruments/whats-the-difference-521/

[Finck]

Posso estar falando bobagem, mas pode ter a ver com a "qualidade" da madeira, ou até com o número de pedaços usado para a construção.

Recentemente eu comprei uma Squier (eu sei, não tem nada a ver com Gibson, e muitos vão dizer "Arghhh, Squier!", mas é só um exemplo) Original California. Em promoção, estava baratinha, paguei R$ 400. Minha intenção era replicar uma Fender antigona, bem relic, com pintura em nitrocelulose e etc. Mais pelo visual, e pela experiência, não tinha grandes esperanças de qualidade sonora.

Não achei NADA sobre esta séria no site da Fender. Fucei melhor e acho que descobrí o lance: são produzidas para o mercado da Ásia e Austrália, e parece que o importador está trazendo "indevidamente" (leia-se "sem autorização oficial do fabricante") para o Brasil.

Raspei a ridícula carapaça de verniz poliuretano da bichinha e achei 5 (isso mesmo, cinco) pedaços de basswood colados (basswood mesmo, pesadinha, poros bem fechados e com veios quase invisíveis). Mas pelo menos era madeira, não compensado igual às Bullet (que estão 3 vezes mais caras nas lojas). Ah, 45 mm de espessura, a medida "autêntica" de Strato (a Bullet tem 40mm). Aí eu me animei.

Terminei a guitarra neste final de semana. Para minha surpresa, timbre muito bom (com os pickups originais!) e um sustain impressionante (tudo bem que eu troquei as ferragens por coisas boas, mas não originais).

A meu ver, isso comprova a colocação do Alex, não necessariamente uma guitarra feita de pedaços de madeira razoável/boa é uma guitarra ruim. Sem dúvida que é uma forma de reduzir custos, talvez tecnicamente mais aceitável do que usar compensado ou madeira verde. Pelo menos no meu caso isso ficou comprovado...

[Alex Frias]

Apesar de haver algumas madeiras classificadas como basswood, e assim variar a qualidade, esta madeira, pode apresentar qualidades bem desejáveis. Acho que finalmente a basswood está deixando de ser vista com tanto preconceito...

Ela se tornou a menina dos olhos do John Suhr, e está presente nas assinaturas do Guthrie Govan.

Eu ainda acho a parte elétrica da Squier California ruim, ao menos as que conheci. Aquela mistura de pup cerâmico com saída alta e pots de 500K, estridência no lugar de brilho. Mas isso é questão de gosto apenas... Essa que você pegou, Finck, seria diferente disso? Se puder falar sobre isso, agradeço. pois já tive muitas surpresas em relação às Squier, muitas vêzes positivas.

O Roberto Alves tem uma dos idos tempos que é feita de compensado, com um som bem legal. Mas quando ele trocou a ponte por uma Wilkinson com saddles e bloco de sustain de aço, a bichinha levantou vôo!

[kem]

Olha, os specs mudam de ano pra ano... Por exemplo, estou achando que o braço da Faded atual já não é aquele tacape do ano que comprei a minha.

Alex... que ano era a sua e que ano você chama de atual?

pit.du, otimo link... matou quase todas as minhas duvidas...

Finck, os seus captadores são ceramicos? Uma barra ceramico só embaixo do captador? Tive esses dias uma ideia pra um upgrade nesse tipo especifico de captador, mas ainda não testei (to sem nenhum desses aqui). O Upgrade é completamente reversivel (desde que se consiga retirar a barra ceramica sem danifica-la.
Não... não é trocar por pinos de alnico...

[Alex Frias]

A minha era de 2010.

[Finck]

A minha veio com captadores cerâmicos (uma barra só, embaixo dos pinos de aço), com resistências de 6K (Braço), 6K2 (Meio) e 6,5K (Ponte). Potênciômetros de 250K, e capacitor poliester de 47nF (esse eu troquei por um Orange Drop 22nF Polipropileno que estava dando sopa em casa). Os pots são dos pequenos, e de marca desconhecida, mas do valor "correto".

A montagem da parte elétrica realmente estava meio porca, com algumas soldas malfeitas. Refiz tudo, usando as peças originais (exceto capacitor) e novos cabinhos ("fios").

Kem, qual seria sua idéia de upgrade para os captadores originais?

[Alex Frias]

Poxa, com esses valores de resistência DC, dava bem pra experimentar pinos de AlNiCo...
-----O capacitor de Tone, ainda prefiro o das antigas Stratocasters, de 47nF. E dependendo da captação, 0,1uF. Mas isso vai de cada um.

[Finck]

Poxa, com esses valores de resistência DC, dava bem pra experimentar pinos de AlNiCo...

Eu penso em fazer isso um dia. Por enquanto vou ter que segurar a onda, acabou a verba... Também acho que não tenho ouvido bom a ponto de conseguir distinguir a diferença.

capacitor de Tone, ainda prefiro o das antigas Stratocasters, de 47nF. E dependendo da captação, 0,1uF. Mas isso vai de cada um.

No caso eu usei o único capacitor "bom" que eu tinha. Mas gostei do resultado, os controles ficaram bem atuantes, mas sem deixar o som ficar muito "fechado" no final do curso do pot ("lado grave"). Pensei em trocar depois por um capacitor a óleo, mas não sei se vale a pena (mojolice?).
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Acho que achei algo bem por cima mas já da uma ideia

Parece que isso explica diferenças "técnicas" (ao menos em parte, não se sabe o que tem por baixo da tinta até fazer que nem eu e raspar a guitarra). Mas a resposta sobre os preços está nas entrelinhas do texto guardado sob o link "special reduced pricing" que está ao lado da foto do Zappa.

Uma frase chama atenção: "agora você não tem mais desculpa para não comprar a sua". Leia-se "sabemos que estava caro e que por isso estávamos vendendo pouco"...

Empresas tem custos fixos para pagar. Às vezes é preciso reduzir as margens de lucro para aumentar o volume de vendas, poder pagar aquelas contas que vão vencer independentemente das metas terem ou não sido atingidas, mantendo o (complexo) equilíbrio do negócio.

Entre outras ações possíveis para equilibrar a equação, estão baixar custos de produção (às vezes via redução de qualidade, o que  pode manchar seu nome), reduzir o tamanho do negócio (e perder espaço no mercado), mandar gente embora (e criar confusão com sindicatos e governantes)... A decisão depende, entre outras coisas, da conjuntura E da cabeça (ou falta dela) dos dirigentes da empresa.