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Autor Tópico: Materia sobre violinos pode desmentir mitos...  (Lida 14157 vezes)
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« Responder #15 : 12 de Julho de 2012, as 21:51:09 »

   Eu acho, que não importa a época que um instrumento foi fabricado e sim a qualidade dos materiais usados. Vai dizer que hoje em dia, com a tecnologia e recursos que temos não existem produtos iguais ou melhores que os feitos nas décadas de 60, 70... Pra mim é tudo mito mesmo e "às cegas" ninguém consegue diferenciar um instrumento pela data que foi construído e sim pela qualidade sonora que o mesmo proporciona, ou seja, o camarada pode ser enganado por ele mesmo, achando que pela qualidade do som que está saindo do instrumento deve ser uma guitarra de 1959 e é uma de 2010...
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« Responder #16 : 13 de Julho de 2012, as 08:31:54 »

É, mas a disponibilidade de material muda. Conseguir um pedaço de mogno de boa qualidade por um preço bom era mais simples no passado do que hoje. A Gibson mesmo recentemente levou uma dura por causa de supostas irregularidades na importação de madeira. Certos materiais estão até proibidos, por exemplo, jacarandá da bahia (só é legal usar madeira de demolição ou extraída antes da proibição, e é um calvário pro luthier conseguir comprovar a origem e obter o ceritificado).

No caso dos Stradivarius e Guarnieri, uma das teorias é que alguns anos antes da época deles houve um período prolongado de invernos rigorosos (um "esfriamento global") e então o pinho que eles tinham possuía uma densidade de veios maior do que os melhores pinhos disponíveis hoje.

Outro fator - comparar uma guitarra de 2010 com uma de 1959, como? Você sabe como a guitarra de 1959 sova em 1959? Você sabe como a guitarra de 2010 vai soar em 2060? A comparação nunca vai ser 100% justa.
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« Responder #17 : 13 de Julho de 2012, as 08:42:17 »

   Uma guitarra de 1959 não era considerada boa naquela época... ou passou a ser boa só depois de 50 anos de fabricação. Se sim, concordo com a teoria da idade da madeira se não...  A não ser que os instrumentos fabricados em 1959 tinham madeira de 1900, 1890.  Mas não leve muito em consideração as minhas palavras, pois, não entendo nada disso, é só uma dúvida no assunto mesmo Wink
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« Responder #18 : 13 de Julho de 2012, as 10:49:26 »

Também sou só curioso!

Um dado interessante: um pinho pra tampo de violão de altíssima qualidade é vendido com uns 30 anos de corte pelo fornecedor de madeira. O luthier costuma comprar e guardar por mais alguns anos, digamos uns 10. Mesmo assim, depois que você recebe o violão recém construído, leva mais ou menos uns dois anos (se tocado regularmente) até o som dele ficar pleno (tampos de cedro evoluem bem mais rápido no início). E continua evoluindo por tempo indeterminado por décadas. No caso de jacarandá, como por lei se é obrigado a usar madeira de demolição, não é incomum ser usada madeira com 50, 60 anos de corte (em violões de altíssimo nível). Mas, mesmo usando madeira tão velha, o som do instrumento muda com o tempo.
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« Responder #19 : 13 de Julho de 2012, as 14:03:15 »

Já que curiosos podem palpitar, aqui vai o meu palpite: não teria a ver também com a questão do trato que recebe a madeira na hora de construir o violão? Ela é cortada na espessura e desenho corretos, depois tratada, lixada e envernizada. Após isso começaria uma nova vida dessa madeira...
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« Responder #20 : 13 de Julho de 2012, as 14:15:13 »

E além disto vários pedaços de madeira com características muito diferentes (o que mais diferente que jacarandá e pinho?) são colados uns nos outros e precisam se acomodar. Mesmo o verniz leva um tempo "se ajustando" à madeira.

Uma coisa que um luthier me falou é que quando se fala na madeira "secar", não se refere a retirar umidade (água), que é relativamente fácil e rápido. Na verdade, a madeira é higroscópica e absorve e perde água de acordo com o clima, sem problemas (desde que evitando-se extremos e variações bruscas). A "secagem" seria da resina no interior das fibras (das células?), um processo que leva décadas, e ainda por cima seria influenciado pela vibração (ou seja, violão tocado ficaria melhor com a idade, violão encostado se degradaria).
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« Responder #21 : 13 de Julho de 2012, as 16:34:38 »


Uma coisa que um luthier me falou é que quando se fala na madeira "secar", não se refere a retirar umidade (água), que é relativamente fácil e rápido. Na verdade, a madeira é higroscópica e absorve e perde água de acordo com o clima, sem problemas (desde que evitando-se extremos e variações bruscas). A "secagem" seria da resina no interior das fibras (das células?), um processo que leva décadas, e ainda por cima seria influenciado pela vibração (ou seja, violão tocado ficaria melhor com a idade, violão encostado se degradaria).

Concordo. Outro dia vi uma entrevista do Yamandu Costa, dizendo que tem dias que parece que o violão dele não quer tocar, sem sonoridade. Disse que percebe isso em dias mais úmidos ou frios. Acho que tem tudo a ver.
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« Responder #22 : 16 de Julho de 2012, as 18:30:43 »

E além disto vários pedaços de madeira com características muito diferentes (o que mais diferente que jacarandá e pinho?) são colados uns nos outros e precisam se acomodar. Mesmo o verniz leva um tempo "se ajustando" à madeira.
Com isso podemos concluir que cada instrumento é único,e tem sua própria "identidade sonora", como uma digital?
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« Responder #23 : 16 de Julho de 2012, as 19:14:10 »

A resposta pra mim é sim.
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« Responder #24 : 17 de Julho de 2012, as 08:43:34 »

Teoricamente um violão não gostaria de ser usado nos dias frios e úmidos como nós também não gostamos de sair da cama nesses dias.
Hoje, por exemplo, tava 16 graus no meu quarto e eu não queria vir trabalhar mas não posso então tô aqui.
Mas acho que no caso do violão é mais fácil entender porque ele, em dias úmidos, deve vibrar menos pois a madeira seca (nesse caso seca de água mesmo) deve ficar mais rígida e conseguir transmitir mais vibrações do que uma madeira úmida.
Eu, com certeza, não consigo distingüir a diferença de som mas o cara consegue e gosta. Só que eu duvido que não haja alguém no mundo que prefira o som dele nos dias úmidos e frios.
Há gosto pra tudo mas não sei se um ou outro caso são bons ou não pra madeira e pro violão propriamente dito.

Tenho que fazer um curso de luthieria, trabalhar durante anos nisso e depois tentar responder, se é que é possível.

abraços,
Roberto
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« Responder #25 : 17 de Julho de 2012, as 09:06:49 »

Saudações,

Não pesquisei a respeito, mas ouvi alguém dizer que os Stradivarius eram feitas com madeiras de uma região que tinha um inverno muito rigoroso e isso tornava a madeira mais rígida Huh? o que influenciaria diretamente no seu som "inconfundível". Falam também a respeito da mistura que era usada para selar a madeira que também faria toda a diferença. Li isso em uma matéria muito antiga também da Galileu. Isso procede?

Abraço
« Última modificação: 17 de Julho de 2012, as 09:08:58 por victor nery » Registrado

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« Responder #26 : 18 de Julho de 2012, as 18:31:58 »

Pra cada mito que se derruba, inventa-se mais uma dúzia:

http://www.violao.org/topic/13598-acupuntura-para-violoes/page__fromsearch__1

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« Responder #27 : 18 de Julho de 2012, as 19:00:16 »

Saudações,

Vou marcar uma seção para minhas shelter... Huh? Cheesy Cheesy Cheesy (desculpem a quantidade de emotions mas 1 só não ilustraria). Êta fuminho bão sô... Cool

Abraço
« Última modificação: 18 de Julho de 2012, as 19:02:04 por victor nery » Registrado

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« Responder #28 : 18 de Julho de 2012, as 20:20:59 »

Se não funcionar, o jeito é apelar pra homeopatia ou ortomolecular. Putz! foi mal, não pode falar de religião!  Cheesy
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« Responder #29 : 18 de Julho de 2012, as 20:47:39 »

Bem, há quem defenda um instrumento "vintage" ser bom só pelo quesito de querer supervalorizar seu instrumento a nível comercial, uma coisa que aprendi aqui é: Não saia de um dogma para entrar em outro, sempre que alguém desamarra um mito em relação as madeiras, fico ainda mais satisfeito, pois acho que olhamos demais para madeira e esquecemos do principal que é aprender e praticar um pouco da boa e velha música, mas claro que um bom instrumento vale a pena e que um relic que seja real, passado pela mão das pessoas, suor e muito feeling fazem de guitarras como a do Slash, Jimmy Page, Malmsteen, Steve Vai serem itens centenários e de valor zero, pois nunca irão vendem

Pra dizer a verdade, eu ligo minha Strato Eagle bem antiga, de cedro no meu Cubo TSW + Eminence e fico muito satisfeito com o timbre que eu tiro, bem grave e gordo, estilo bassman, e com a resposta do Eminence, fica muito bom mesmo, quem sabe se com uma fender, eu não tiro esse som.... ou não.... sei de uma coisa: Só venderia essa Eagle se fosse por um preço muito atrativo, ou se encontrasse uma Fender com esse som ou melhor, no mais, estou satisfeito!
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