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Autor Tópico: Equalizador em Amplificadores Valvulados  (Lida 11219 vezes)
bossman
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« : 15 de Junho de 2011, as 21:30:34 »

Estou querendo propor uma disscussão sobre tipos de equalização em valvulados, mas especificamente saber por que até hoje os modelos de equalização Marshall/Fender predominam nesse mercado. Será que é tão mais complicado implementar um equalizador que atue tanto atenuando (que é oque esses marshall/fender fazem) quanto adicionando ?
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« Responder #1 : 15 de Junho de 2011, as 21:44:55 »

Imagino que seria necessário um triodo pra cada banda de frequencias...
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Eduardo
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« Responder #2 : 15 de Junho de 2011, as 22:40:59 »

Oi Pessoal

Todos os equalizadores funcionam atenuando. Sempre existe uma rede capacitor-resistor que corta uma porção do sinal. As variações são se primeiro corta e depois amplifica a sobra ou se primeiro amplifica tudo e depois corta o excesso.

Só é necessário usar um dispositivo amplificador por faixa (seja triodo ou transistor) se o projetista quiser uma atuação maior que 6dB por oitava. Filtros ativos podem chegar até a 24dB por oitava, mas são circuitos chatos de se equilibrar e determinar os pontos de sobreposição.

No fundo não existe muita novidade sobre a terra dos equalizasores. Todo mundo acaba caindo nos mesmos circuitos por querer as mesmas faixas de frequência.

Abraços

Eduardo
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« Responder #3 : 15 de Junho de 2011, as 22:49:58 »

Bossman
disso aqui que você ta falando?

se for, os amps Ampeg usam esse tipo de circuito
« Última modificação: 15 de Junho de 2011, as 22:51:50 por Chris » Registrado

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« Responder #4 : 15 de Junho de 2011, as 23:00:35 »

Este é o tipo do circuito que dá corte de até 12dB por oitava. O som é cortado na entrada e a saída é jogada de volta via feedback negativo para atenuar ainda mais a parte cortada.
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bossman
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« Responder #5 : 15 de Junho de 2011, as 23:57:18 »

Como assim Eduardo todos funcionam atenuando ?  Mudando um pouco de "seara" já vi em transistorizados controles de equalização em que quando são posicionados no centro estão em flat e estando posicionados na parte de cima estão dando um boost nas frequências era isso que eu tinha em mente se não daria pra fazer nos valvulados. Emfim projetar um controle de tom mais efetivo entendeu ?

Nos valvulados que eu citei se você quizer algo flat terá que por tudo no máximo pra chegar perto do flat.

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Como esse cicuito abixo que promete um "cut and boost"

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E esse segundo que diz que é ativo !!!  Shocked  fonte: BRIMAR tone control
« Última modificação: 16 de Junho de 2011, as 00:19:28 por bossman » Registrado

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« Responder #6 : 16 de Junho de 2011, as 07:41:52 »

Oi Bossman

O controle de tonalidade de fato é a rede RC formada pelos capacitores e potenciômetros. É isso que faz a alteração no som. E a única coisa que uma rede RC faz é cortar.

Os contoles que fazem corte e boost funcionam assim: primeiro você amplifica o sinal umas 10 vezes e passa por uma uma rede RC que, quando os controles estão no meio, faz um corte de 20dB na faixa. Com isso o sinal perde a amplificação de 10 vezes da entrada!!!

Pronto! É assim que se faz! Agora se você colocar para a direita terá um aumento e para a esquerda um corte. Mas veja que na verdade se você colocar para a direita terá um corte menor no boost que já foi aplicado inicialmente. Do ponto de vista do usuário houve um boost, mas do ponto de vista eletrônico houve apenas cortes.

Você quer um controle que faça corte e boost? Apenas mude a posição do zero no desenho do painel! Em vez de por no início da escala, coloque no meio. Daí é só uma questão de colocar um controle de volume master interno para ajustar o nível da saída para que quando os controles estiverem no zero o sinal tenha a mesma amplitude.

Quem faz o controle de boost não é o engenheiro, mas sim o serigrafista!

Vou contar uma história. Montei um hometheater valvulado de 30W por canal para o meu cunhado. Ele gostou muito do aparelho, mas queixava-se que tinha que abrir muito o volume para ter um som em bom nível. Queria que eu aumentasse o ganho do aparelho.

Levei para a oficina, soltei o parafuso do knob e atrasei 2 pontos na escala, de modo que ele passasse para baixo do zero. Problema resolvido! Isso faz dois anos e ele não percebeu que o botão vem para baixo do zero! Só viu que antes ele punha no 5 e agora põem no 3.

Nosso ouvido tem uma percepção relativa e nossas impressões podem ser distorcidas por informações incompletas de outros sentidos. Se o olho diz que houve um boost no som, por que é o que está escrito no painel, o ouvido acredita!

Abraços

Eduardo
« Última modificação: 19 de Junho de 2011, as 11:13:52 por Eduardo » Registrado

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« Responder #7 : 16 de Junho de 2011, as 07:54:23 »

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« Responder #8 : 16 de Junho de 2011, as 18:41:23 »

Hehehe mais uma malandragem da indútria eletrônica...

Obrigado pela explicação Eduardo.
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« Responder #9 : 17 de Junho de 2011, as 11:54:55 »

Eduardo, essa é muito boa mesmo!
Peguei muitas "adaptações técnicas" nesse sentido... o que se diz:
As pessoas "Veem e acreditam no que viram".

E nós não ficamos mal, com eles.

Abraços.
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« Responder #10 : 09 de Agosto de 2012, as 17:38:12 »

Afim de agregar mais informações...

A grosso modo, existem dois tipos de circuitos de equalização: os circuitos ativos e os circuitos passivos. Enquanto os circuitos passivos só conseguem atenuar (isto é, diminuir) uma certa faixa de frequências, os circuitos ativos conseguem tanto atenuar quanto amplificar (isto é, aumentar). Apesar da maior versatilidade dos ativos, estes são geralmente mais complexos, precisam de componentes eletrônicos "ativos" (transistores, amp-ops ou mesmo válvulas) e necessitam de uma fonte de alimentação (como uma bateria de 9V). Por outro lado, circuitos passivos são bem mais simples, na maioria das vezes utilizam apenas resistores e capacitores (chamados de "componentes passivos"), e não necessitam de alimentação.

Com isso explicado, podemos fazer a seguinte distinção: um controle passivo não produzirá efeito algum quando na posição 10, e atenuará ao máximo na posição 0, como o Tone em uma guitarra; já um controle ativo não produzirá efeito algum quando na posição 5, reforçará ao máximo na posição 10, e atenuará ao máximo na posição 0. Por razões óbvias, a maioria dos controles ativos não vem graduadas de 0 a 10, mas sim de "-15dB" a "+15dB", representando portanto os níveis de ganho e atenuação; vide um pedal Boss GE-7 como exemplo.

Já que perguntaram, é importante notar que nem os controles passivos e nem os ativos conseguem atenuar "completamente" o som: mesmo com os pots no mínimo, a atenuação vai só "até certo ponto" (por exemplo, -30 dB). Pode ser que você não perceba mais o som nesse ponto, ou pode ser que você perceba (e isso vai depender de vários fatores), mas a atenuação nunca é "infinita". É possível que uma troca de guitarras faça com que você passe a perceber o som mesmo com os controles no mínimo, por exemplo.

Idealmente, as válvulas realmente serviriam apenas amplificar o sinal, e com esta amplificação você conseguiria obter outras funções "secundárias" (como mandar sinal pro EQ ou casar a impedância de entrada do amp com a impedância de saída da guitarra). Porém, na prática, cada marca e/ou modelo de válvula também reforça ou atenua certas frequências, dando uma sonoridade diferente a cada uma; portanto, trocar as válvulas vai te dar sons diferentes.


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« Responder #11 : 10 de Agosto de 2012, as 12:39:27 »

Bossman, acho que seria interessante também comentar não somente a faixa das frequências, do Marshall em relação ao Fender, mas também a característica de atuação de cada tonestack..

Como por exemplo as frequências que o potenciômetro de agudos influencia a cada posição dele, ou como o médios influencia no agudos e assim vai..

O baxandall seria algo mais o que você esperaria de um tonestack, digo assim, como o Eduardo disse, em um tonestack desses no meio vai ficar flat, tem gente que deixa os potenciometros de um tonestack Fender comum no meio achando que a resposta ficaria flat também, mas a história não é bem assim?

Ou estou errado?

O Duncan Tonestack Calculator é simplesmente ótimo pra entender essas características de cada tonestack
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« Responder #12 : 10 de Agosto de 2012, as 12:58:42 »

Um site com artigos muito bons:

http://www.angelfire.com/electronic/funwithtubes/Amp-Tone.html

http://www.angelfire.com/electronic/funwithtubes/Amp-Tone-A.html

Também, este livro, do "Valve Wizard":

Designing Valve Preamps for Guitar and Bass by Merlin Blencowe

tem um capítulo excelente sobre o assunto.
« Última modificação: 10 de Agosto de 2012, as 13:01:41 por gfr » Registrado

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« Responder #13 : 10 de Agosto de 2012, as 19:12:47 »

O baxandall seria algo mais o que você esperaria de um tonestack, digo assim, como o Eduardo disse, em um tonestack desses no meio vai ficar flat, tem gente que deixa os potenciometros de um tonestack Fender comum no meio achando que a resposta ficaria flat também, mas a história não é bem assim?

Ou estou errado?

Você está correto! Na verdade pra ficar em flat com esse tipo de tone stack tem que por todos no 10.

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Eu tinha postado já esse site. É muito bom mesmo!
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« Responder #14 : 10 de Agosto de 2012, as 19:14:32 »

Se não me engano, nos Fender se botar agudo e grave no 0 e médios no 10, é a posição mais flat. Só que com bastante perda.

« Última modificação: 10 de Agosto de 2012, as 19:19:41 por gfr » Registrado

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