Reformando Bobinadeira Goller MT

[Matec]

Comprei essa bobinadeira a cerca de um ano, pretendendo colocar pra funcionar o mais cedo possível. Pois ela estava, segundo o antigo dono, funcionando normalmente. De fato, ela funcionava, mas de maneira incompleta, sendo que a distribuição do fio seria feita manualmente. Mas, se temos uma máquina semi-automática, porque deixar a parte mais chata ainda ser manual?
















Após uma breve verificação percebi que o problema era mais sério do que parecia....

Então só neste mês acabei por começar a desmontagem, limpeza e conserto de algumas partes dessa máquina. essa vai ser a saga desse tópico!  
















 

[A.Sim]

Já que está desmontada, aproveita e conta o número de dentes de cada engrenagem. A partir disso, se pode calcular os passos.

[Matec]

Já que está desmontada, aproveita e conta o número de dentes de cada engrenagem. A partir disso, se pode calcular os passos.

Sim já contei. Mais tarde faço a tabela com o deslocamento por volta.

Alexandre, você tem alguma bobinadeira dessa marca aí na sua fábrica?

[A.Sim]

Sim, temos duas de modelos maiores do que essa tua. São as melhores máquinas para se enrolar transformadores.

[Matec]

Sim, temos duas de modelos maiores do que essa tua. São as melhores máquinas para se enrolar transformadores.

Depois preciso verificar o sistema de embreagem da Goller. Na minha, isso se perdeu. Estou vendo o que vou fazer aqui, mas se puder ter uma ideia de como eles faziam, vai ajudar bastante.

 

[A.Sim]

A embreagem da Goller é um conjunto mecânico elaborado acionado por uma alavanca. Os desenhos originais da Goller estão publicados no Ebaman. Não é um conjunto replicável facilmente; precisa de uma oficina mecânica com bons recursos. Melhor tentar usar aquelas embreagens usadas pelas máquinas da indústria calçadista.
-----Credo; quanta graxa. Parece que o mecânico que cuidava da minha G. Vozáry deu manutenção nessa tua máquina também. A propósito, isso aí é graxa "patente"; já diz o nome... deve ter já ressecado e trancado o mecanismo, por isso, o flip-flop mecânico não funciona direito.

Limpa tudo e lubrifica com graxa à base de lítio. Só precisa o mínimo necessário para untar as engrenagens. Em mancal não vai graxa; só óleo.

[Matec]

A embreagem da Goller é um conjunto mecânico elaborado acionado por uma alavanca. Os desenhos originais da Goller estão publicados no Ebaman. Não é um conjunto replicável facilmente; precisa de uma oficina mecânica com bons recursos. Melhor tentar usar aquelas embreagens usadas pelas máquinas da indústria calçadista.
-----Credo; quanta graxa. Parece que o mecânico que cuidava da minha G. Vozáry deu manutenção nessa tua máquina também. A propósito, isso aí é graxa "patente"; já diz o nome... deve ter já ressecado e trancado o mecanismo, por isso, o flip-flop mecânico não funciona direito.

Limpa tudo e lubrifica com graxa à base de lítio. Só precisa o mínimo necessário para untar as engrenagens. Em mancal não vai graxa; só óleo.

Alexandre. Em primeiro lugar, obrigado por disponibilizar o manual de sua máquina. Já deu para ter uma ideia do mecanismo de embreagem. Não é igual ao que era original desta máquina, mas o principio é o mesmo. Já posso pensar como fazer isso.

Sim a graxa aqui já havia se tornado uma crosta, e estava mais atrapalhando do que lubrificando.

 A rotação do motor do eixo principal foi invertida, então a tentativa de utilização da caixa de câmbio resultou em danos nesse sistema, e deixou marcas em várias engrenagens. Felizmente nenhum dente se quebrou. E os danos não são ruins ao ponto de não poder ser utilizado, mas tem que ser com parcimônia....


O sistema de flip-flop estava inoperante por conta do mau uso, e falta de manutenção. No caso aqui a alavanca do flip-flop estava com a ponta rombuda por desgaste, então não fazia a função da mudança da rotação do fuso. Uma vistoria na peça, um desbaste, e um posterior ajuste, fizeram com que esse mecanismo voltasse á ativa.

[A.Sim]

Lembrei de recomendar: tira aquele redutor que está entre a máquina e o motor. O antigo dono deve ter usado a máquina para enrolar fio 00. E acrescenta um inversor para controlar a rotação (vai ter de trocar o motor por um trifásico); é uma senhora mão na roda.

[Matec]

Após a desmontagem, inicando a limpeza e remoção da ferrugem dos barramentos:
















Outra parte : a ponteira que estava de dar dó..











E o fuso:











No final, ela já totalmente desmontada:

[A.Sim]

Não tendo como galvanizar ou niquelar as hastes, dá-se um banho de fosfatizante e, depois, se aplica óleo.

[Matec]

Para a utilização dessa máquina, é necessário saber como ela trabalha. Como não veio com o Manual, eu tive que criar alguma documentação.

A primeira, e talvez mais importante é a tabela de passos do carrinho de espalhamento de fio.
Eu fiz o levantamento dos dentes de todas as engrenagens da caixa Norton, ou caixa de velocidades, e criei um croqui, para ter essa informação sempre guardada. E também fiz uma tabela com as possíveis combinações, para saber qual seria a adequada para determinada bitola de fio. Se alguém quiser verificar se há algum erro, eu agradeço.

A caixa Norton



A tabela de passos

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[A.Sim]

Márcio, o passo da rosca do fuso é 2,00 mm exatos.

[Matec]

Márcio, o passo da rosca do fuso é 2,00 mm exatos.

Seria, se não houvesse desgaste em certas áreas, e em outras não. Provavelmente no fim do fuso onde a rosca não tem desgaste, dê exatos 2mm.

 

[A.Sim]

Sim, mas o desgaste não muda o passo da rosca, Márcio. Ou o eixo ficou mais curto ? Não, né ?

[Matec]

Sim, mas o desgaste não muda o passo da rosca, Márcio. Ou o eixo ficou mais curto ? Não, né ?

Se você pensar só no passo da rosca, não há mudança. Mas se pensar em regiões em que a rosca de perfil quadrado vai se tornando trapezoidal, por conta do desgaste, e depois de trapezoidal em quadrada novamente, aí sim há diferenças. Nessa questão você não havia pensado.