VibeFX Buffer/Booster Wah RetrofitSe fosse gosta dos pedais de Wah clássicos, como Cry Baby e Vox você pode se considerar uma pessoa afortunada e de bom gosto.
Se você também tiver gosto por phasers e, especialmente, fuzzes no estilo Fuzz Face, você está pode estar encrencado. Afinal de contas, todos eles querem ser o primeiro na cadeia de pedais.
Mas se você for ousado o suficiente para tentar fazê-los conviver no mesmo pedalboard, eu lamento dizer, mas a sorte deve ter lhe virado as costas.
Comigo foi assim. Pelo menos até hoje.
Minha opção inicial era colocar o fuzz antes de tudo, pois só assim poderia usufruir as vantagens de poder limpar o som da guitarra no potenciômetro de volume, mantendo o timbre sujo ou cristalino ao alcance da mão. Assim como todas as nuances entre os extremos. Afinal de contas esta me parece a maior qualidade de um Fuzz Face.
Entretanto, bastava ligar o Wah com o Fuzz acionado que eu enfrentava variações estranhas nos agudos e no volume geral da guitarra. Impossível manter este relacionamento. A solução mais sábia era usar um ou outro. Outra saída seria inverter a posição deles.
Assim fiz e durante muito tempo utilizei um Wah Vox 847, mas nunca consegui fazê-lo soar adequado com os Fuzz Faces e suas variantes. E olha que testei muita coisa: FF Dunlop de Germânio, Dunlop BC-108, MJM London Fuzz, Diaz Square Face, Euthymia Crucible Fuzz e outros. A prancha do pedal de Wah perdia sua eficiência, soando tudo embolado e desagradável aos ouvidos.
Com fuzzes de outra genealogia, tais como Muffs, Benders, Buzzarounds e outros, os problemas eram mitigados, mas a flexibilidade de controle na guitarra também não era a desejada.
Utilizei muitos dos artifícios sugeridos na internet e por amigos, tais como colocar entre os pedais de wah e fuzz um outro pedal Non-TBP. Os resultados não eram animadores e, além disso, havia o acréscimo de mais um pedal no board.
Cansado desta busca incessante, substitui o Vox por um Ben Wah, um Cry Baby GCB 95 e por um Cry Baby JM-1 sucessivamente, afastando qualquer dúvida quanto a unidade Vox. Ficou evidente que o problema era o conceito/projeto dos pedais da época.
Resolvi seguir por uma linha diferente e passei a utilizar Wahs da Morley, um Classic (algo brilhante) e depois um Bad Horsie. A má interação com fuzzes não foi eliminada por completo, porém o peso do board, assim como o espaço interno sofreram um baque profundo. Eles simplesmente são grandes demais. E ainda por cima são feitos de chapa de aço dobrada, ou seja, pesados.
Em razão disso, voltei ao Cry Baby JM-1. Afinal de contas, se o Hendrix usava e funcionava ...
Tive alguns resultados promissores com o Dunlop BC 108 e com o Subdecay Flying Tomato Fuzz, pelo fato de possuírem uma chave que permite alterar a impedância de entrada do fuzz. Outro Fuzz que apresentou bons resultados foi o Mi-Audio Neo Fuzz, pois ele possui um controle de Load, que gerencia a impedância de entrada do Fuzz. Devo mencionar os fuzzes da Deep Trip, que funcionam bem nestas inóspitas condições.
Poderia ter parado por aqui. Mas eu desejava algo mais.
Qual a graça de ter diversos pedais de fuzz se você só pode usar alguns deles com o pedal de wah !
Passei a buscar informações sobre o tal de Retrofit da FoxRox, que alegavam, seria a solução deste problema. Como já possuo um pedal de expressão da marca, sabia da seriedade do fabricante. Também avaliei a possibilidade do Retrofit da Fuzz Central, mas admito, a preguiça bateu mais forte.
Restavam, ainda, alguns óbices, pois a instalação dependia de modificações no interior dos pedais de wah e, além disso, como possuo 4 wahs "problemáticos" a despesa era significativa.
Minha preferência era um Retrofit montado em uma unidade autônoma, que dispensasse alteração no pedal e que eu pudesse usar com qualquer wah no board.
Foi quando tive contato com o VIBEFX Booster/Buffer Wah Retrofit, de fabricação nacional através de anúncio no ML.
Soube depois que a empresa era a mesma que eu já conhecia quando havia adquirido no ML os cabos Not Fragile e o Dobrador de Tensão 9/18VDC. A Blues Uncle's.
Bem, para encurtar esta longa narrativa, passo a descrever o Vibe FX Wah Retrofit que recebi, muito bem embalado em caixa do fabricante.
O circuito elaborado em placa industrial é montado numa caixa pequena de alumínio, de tamanho aproximado à Hammond 1550/1590Q. Tudo muito bem acabado.
Estes pormenores já trazem algumas vantagens, quais sejam, o pouco peso agregado ao pedalboard e a extrema portabilidade. É possível acomodá-lo em qualquer cantinho do board ou mesmo na parte debaixo, para quem usa boards inclinados.
Para esta facilidade de encaixe colabora, ainda, o fato do botão de regulagem de volume ser num formato "perfil baixo", quase um trimpot. Não há nada que se projete muito além das dimensões da caixa.
A gabinete conta ainda com os "jacks" de entrada (para o sinal que vem do Wah) e saída (para a entrada do fuzz), o led indicador de funcionamento e a conexão de força J4 no padrão BOSS.
Efetuadas as ligações, o seu funcionamento não deixa a desejar. A prancha do pedal de wah volta a funcionar com naturalidade e desaparecem as indesejadas e ruidosas oscilações fruto da interação com o fuzz.
O controle único possibilita um ajuste fino no volume do wah, já que alguns deles apresentam um leve aumento quando acionados. É oportuno lembrar que, por tratar-se de um buffer/booster, ele ainda vai ajudá-lo a combater a capacitância dos cabos longos e os de qualidade duvidosa.
Pessoalmente, fiquei muito satisfeito com o resultado final e recomendo a todos que sofrem dos mesmos problemas a experimentarem este recurso. É um "pedalzinho" pequeno, leve, barato e muito prático e funcional.
Para maiores informações e dados técnicos deixo o Facebook do fabricante:
https://www.facebook.com/pages/biz/Vibefx-109961343038523/