Finck:
Se o esquema da ligação for TN-C então acontece que o neutro=terra forem rompidos depois da haste, o aterramento é a pessoa, e a fase passa à carcaça pelo capacitor da fonte do PC. Se a pessoa tocar na carcaça, existe 127V entre o terra e a pessoa, a pessoa pode morrer. Ou pode acontecer um prejuízo menor, queimar algum equipamento de som.
No esquema TN-S, não ocorre isso.
Só isso já basta para usar o esquema TN-S.
A maioria das residências usa esquema TN-C, por ignorância de "eletricistas" que ligam o neutro ao terra nas tomadas.
Patines:
Se ficou a impressão de que eu sou defensor do esquema TN-C, não é o caso! Eu PREFIRO TN-S, como você!
Eu só disse que o TN-C é permitido, e que é uma alternativa válida, SE FOR BEM FEITO. Se for usado o condutor de seção adequada, com as proteções adequadas, as chances de ocorrer choque são são pequenas como seriam no esquema TN-S. Mas concordo que os "eletricistas" não o fazem corretamente, por ignorância ou economia porca.
Sobre a discussão que se iniciou a respeito de dimensionamento de cabos, essa é a minha área de trabalho, então me sinto à vontade para fazer recomendações:
1) a tabela de capacidade de corrente divulgada nos catálogos de todos os fabricantes brasileiros (copiada da NBR-5410) prevê que os condutores aquecerão até 70C, que é a temperatura suportada pelo PVC usado na isolação. Claro que aquecimento pressupõe desperdício de energia, então não há nada errado em usar uma seção maior do que a indicada nos catálogos para uma certa corrente. Só que isso custa mais caro.
2) a tabela acima citada normalmente pressupõe temperatura ambiente de 30C. Em regiões com temperaturas ambientes maiores, a capacidade de corrente vai se reduzir. Em regiões mais frias, vai aumentar. Fabricantes sérios incluem fatores de correção em seus catálogos, e estes fatores também são achados na NBR-5410. Importante: A temperatura ambiente a ser considerada para fazer a correção é a MÁXIMA ANUAL, não a média.
3) A capacidade de corrente é apenas um dos critérios de dimensionamento. Outro, extremamente importante, é a queda de tensão. Deve ser levada em conta SEMPRE! Recomenda-se não ultrapassar 4% entre o quadro e o ponto mais distante do circuito. É fácil de calcular, mas são necessários dois dados adicionais dos cabos, a Reatância Indutiva (XL, em Ohms/Km) e a Resistência em Corrente Alternada (Rca, em Ohms/Km), que via de regra são publicadas nos catálogos dos fabricantes.
Com esta formuleta se obtém a queda de tensão para sistemas Monofásicos ou Bifásicos:
QT% = ( 2 * D * I * ( (Rca * CosFI) + (XL * SenFI) ) ) / EL
Onde
QT% é a queda de tensão percentual
D é a distância, em Km, entre o quadro e o ponto de destino
I é a corrente prevista para o circuito, em Ampères
Rca e XL já explicados
CosFI é o fator de potência. Como ninguém nunca sabe qual é o fator de potência dos equipamentos que serão usados nas residências, normalmente se adota 0,85 para fins de dimensionamento.
SenFI é o fator reativo que "forma par" com o CosFI (vou economizar latinório, a explicação é meio chatinha para quem não é da área). Se adotado 0,85 para o CosFI, o valor a usar para o SenFI é 0,527.
EL é a tensão de linha, em Volts, a que "vem da rua". Por exemplo, num circuito monofásico (fase e neutro), será 127V ou 110V. Para um circuito bifásico (fase e fase) será 220V.
4) A tabela transcrita pelo outro colega indica seções de neutro e proteção, que são as MÍNIMAS permitidas pela norma. Pessoalmente, prefiro recomedar que sejam usadas e as mesmas seções para todas as funções (ou seja, neutro e proteção maiores do que os permitidos pela norma para os casos em que esta admitide seções reduzidas em relação aos fases). A título de curiosidade, em alguns casos (normalmente em instalações industriais) acaba sendo necessário usar neutros MAIORES que os fases, mas essa é uma discussão que foge à nossa situação particular.
Em algum dos tópicos alguém falou que prefere usar condutor sólido (fio) ao invés de flexíveis. O desempenho ELÉTRICO de ambos é equivalente, então acaba sendo vantagem usar o flexível, mais fácil de instalar e mais difícil de quebrar durante o lançamento. Porém, há uma vantagem prática pouco divulgada a favor dos flexíveis: é difícil produzí-los usando cobre vagabundo (de pureza mais baixa que o ideal), ao contrário dos fios sólidos, que podem ser fabricados até com sucata (e fabricantes menos sérios efetivamente o fazem). Então, para quem realmente prefere usar fio sólido, recomendo o cuidado de sempre adquirir produtos de marcas conceituadas (e não confiem só nos "selos do Inmetro", porque tem muito picareta que os falsifica).