Novamente uma pequena parcela de contribuição ao site handmades do Brasil. O site está muito bom mas a galera está meio parada, faltando comentar ou propor mais DIY. Bem, vamos ao trabalho que é isso que o povo gosta.
O antológico Fuzz Face Um negro americano e canhoto um dia tocou com esse pedal. Estamos falando nada mais nada menos de Jimi Hendrix. Em 1966 a Arbiter Music de Londres introduz o Fuzz Face no mercado e logo o pedal caiu nas graças de um dos maiores guitarristas do universo, casando a versatilidade de Hendrix, Eric Johnson e outros, com a saturação de 2 transistores de germânio, alguns resistores e capacitores.
O circuito O circuito original consiste de dois transistores de germânio PNP AC128. Esses transistores são fabricados com o ganho altíssimo e valores muito próximos um do outro. Por isso não possuem problemas de acoplamento entre a base do transistor Q1 e o coletor do transistor Q2. Quando acionados formam um duplo estágio de amplificação de alto ganho e Q1 é polarizado muito perto do ponto de saturação.
O circuito ta meio “grandão” por que eu desenhei no Workbench, mas é o circuito original, pelo menos eu acho...
Se virar como pode Como todos já sabemos os transistores de germânio são peças raras de encontrar, cobiçados por muitos amigos montadores e, para variar um pouco, não achei nas lojas do Rio de Janeiro.
Porém usei uma alternativa muito boa: o BC108 com encapsulamento metálico. Esse transistor pode ser encontrado nas lojas em geral. Diferentemente dos de germânio, o BC108 não tem o mesmo valor de ganho entre um transistor e outro e, por isso, inseri uma modificação no circuito.
A fim de casar os ganhos dos dois transistores troquei o resistor de 8K2 por um potenciômetro de 10k que fica incluso no interior do pedal e cravado na placa. Eu poderia ter posto um trimpot, porém achei mais viável por um potenciômetro linear pra poder regular melhor.
O layout Existem inúmeras formas de montar o pedal. Eu fiz o layout no paint do Windows.
A seta aponta para um potenciômetro de 10k
Cada um tem o millenium que merece! Aqui ele está introduzido na placa do pedal. Utilizo o fet 2SK117 para acionar o led. A alimentação de 9V é a mesma do pedal, entre o potenciômetro de volume e o contato do millenium.
Para transferência térmica Modificações Algumas modificações são interessantes: é possível substituir o transistor Q2 pelo BC107 que tem menor ganho.
Outra modificação possível é trocar o capacitor eletrolítico de 22µF (no original 20µF) por outros valores próximos.
Conclusão Voltando ao velho dilema, onde vamos por os pedais depois de construído? Caixas de plástico revestidas com papel alumínio? Mandar fazer um Box legal e gastar uma grana no funileiro?
Resposta: Vamos trabalhar com sucata. Vivo falando isso para meus alunos do ensino médio (sou prof. de física). Optei por uma caixa de biscoito, dessas de biscoito fino que vendem em lojas de departamento em todo o Brasil. Já fiz uma coisa parecida uma outra vez quando montei a caixa de biscoito distorcida (e os biscoitos na lata eram deliciosos).
Um feliz natal HandMades!