Autor: Mauricio Maia Clasta
Eletricidade, ao contrário do que muitos pensam, não é composta de muitas coisas distintas e invisíveis, ela é apenas a movimentação de elétrons, dentro de um determinado meio. Gosto de fazer comparação da eletricidade com a movimentação das pessoas. Para isso, façamos então algumas suposições.
Pessoas = Elétrons
Caminhos = Fios
Ambiente = Pólos da bateria
Pois bem, os elétrons têm reações parecidas às das pessoas. Como assim? Simples, quando você está num ambiente, muito cheio de gente, você tende a querer sair dali assim que tiver a primeira oportunidade, certo? Então, imagine que este ambiente lotado e insuportável, encontra-se com a porta trancada. Ao perceber que alguém abriu a porta, e as pessoas mais próximas começaram a passar daqui para um outro ambiente, você começa a ficar tenso e ansioso para sair o mais rápido possível. Analogamente, quanto mais gente tiver neste apertado ambiente, mais os que estão longe à porta ficam tensos querendo sair, pois sabem, que vão demorar à chegar sua vez de sair dali, aí empurram a galera, passam por cima, etc. Se o segundo ambiente é muito melhor que este primeiro apertado, as pessoas naturalmente saem correndo com mais pressa para este outro ambiente, e a medida que este segundo ambiente vai se lotando, e equivalendo à quantidade de pessoas do primeiro, a vantagem toda de mudar de lugar vai diminuindo, e as pessoas começam a caminhar mais de vagar até ali, sem aquela ânsia toda, até que a circulação de pessoas ali dentro termine, a final, entre dois lugares iguais, melhor ficar onde está, já que não dá trabalho.
Tudo bem então, vamos comparar esta “ridícula” situação que eu criei à eletricidade.
A diferença referida entre a quantidade de pessoas no primeiro, em relação ao segundo ambiente, é a chamada DIFERENÇA DE POTENCIAL (DDP), que é diretamente relacionada à tensão, afinal, como referido, quanto mais próxima é a quantidade de pessoas do primeiro para o segundo ambiente, menor é a vontade de alguém sair daqui para lá, até que não valha mais a pena mudar de local, pois o aperto que está aqui está lá também. Essa é a diferença de potencial entre o pólo negativo e o positivo da bateria, sabendo-se que o elétron é de carga eletromagnética negativa, onde tem mais elétrons chama-se pólo negativo, onde existem menos elétrons, chama-se pólo positivo.
Sabendo-se que em ambos os lugares existem elétrons, deduz-se que não existe realmente um pólo positivo, afinal, não existe partícula que não seja formada de elétrons em sua órbita molecular, mas sim com menos elétrons que outras. Essa diferença em quantidade de elétrons é conseguida pela diferença química entre substâncias de propriedades diferentes. Percebemos aí, que um pólo é negativo em relação ao outro pólo, e que este, por sua vez, é positivo em relação ao primeiro. Essa diferença de quantidade é a referida diferença de potencial elétrico. Uma bateria com diferença de potencial elétrico X gera uma tensão de 9 Volts por exemplo, que seria a "vontade" que os elétrons têm de passar deste lugar para o outro.
Ok, passado esse estágio de definição da tensão, vamos então ligar o pólo negativo ao positivo. No exemplo acima, foi representada essa ligação de um pólo ao outro, com a abertura da porta, onde o caminho é um corredor de largura X. Note que se existe um caminho de largura X definida, não é possível então, que passem todas as pessoas de uma só vez, assim sendo, a qualidade do caminho, e o seu espaço, determinam diretamente a quantidade de pessoas que passarão por ali a cada segundo.
Dada então a analogia, veremos o que está acontecendo no circuito.
Existe uma diferença de potencial definida entre os dois ambientes. Existe um caminho com capacidade de circulação de pessoas também definido. Então:
CORRENTE:
É a quantidade de elétrons que passam por um ponto do circuito em uma unidade de tempo.
(Quantidade de pessoas que passam no corredor em uma unidade de tempo, 1 segundo por exemplo).
TENSÃO:
É a diferença de potencial entre os dois ambientes, diretamente definido pela diferença de elétrons existentes em cada pólo.
(Quanto mais elétrons tiverem que passar, e menor o caminho pra isso, mais tenso cada um fica, pois sabem que vai demorar pra chegar a vez de passar).
RESISTÊNCIA:
É a força oposta à passagem de elétrons no circuito.
(Imagine que além de o corredor ser estreito, ainda está cheio de cadeiras quebradas e amontoadas, etc... Vamos concordar que fica bem mais difícil para passar alí).
Analisando de novo então, vamos estudar as seguintes situações:
Quando o corredor fica mais estreito:
Resistência aumenta (fica mais difícil e demorado passar), a corrente diminui (passam menos pessoas por segundo) e a tensão aumenta (sabe-se que vai demorar mais para passar).
Quando o corredor fica mais largo:
Resistência diminui (fica mais fácil e rápido passar), a corrente aumenta (passam mais pessoas por segundo) e a tensão diminui (sabe-se que vai demorar pouco para passar).
Quando existe um curto-circuito:
Em teoria, é como se o caminho entre os dois ambientes, fosse de resistência = à 0 (ZERO), se a resistência não existe, tem-se na teoria que todos passam de uma vez, isto é, corrente = infinita e tensão = à 0 (zero).
Quando um circuito se rompe:
Não existe mais elo entre os dois ambientes, tem-se que a resistência é infinita, fazendo com que a Tensão seja infinita e a corrente igual à 0 (zero).
E por hoje é só pessoal!
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