Handmades</center>
 
*
Bem-vindo, Visitante. Por favor faça o Login ou Registro. 22 de Novembro de 2024, as 13:19:06


Login com nome de usuário, senha e duração da sessão


collapse

* Usuário
 
 
Bem-vindo, Visitante. Por favor faça o Login ou Registro.

* Tá ligado?
  • Dot Visitantes: 298
  • Dot Escondidos: 0
  • Dot Membros: 0

There aren't any users online.

High Octane
Autor: Mauricio Maia Clasta

Tutorial do HI-OCTANE (5 à 7 Wrms)

     Introdução


     Neste tutorial, veremos como se constrói um amplificador single-ended chamado Hi-Octane de mais ou menos 7Watts RMS de potência. É um amplificador totalmente valvulado, simples, e com um grau de distorção bastante grande.

     O amplificador deste tutorial foi baseado neste esquema.

     Basicamente o Hi-Octane é constituído de duas válvulas no seu pré-amplificador e uma válvula apenas na sua etapa de saída. Seu pré-amplificador possui potenciômetros de ajuste de agudos, médios e graves, além de possuir dois potenciômetros que controlam o grau de saturação na primeira e na segunda válvula. Na saída utilizaremos uma válvula 6V6, escolhida pelo seu timbre, apesar de no esquema elétrico original ser usada uma válvula EL84, de menor grau de amplificação, além de um timbre mais estridente. No final deste tutorial ensinaremos como fazer as devidas modificações para a utilização da válvula usada no esquema elétrico, como original.

     Este amplificador é um head, isto é, é apenas o circuito que amplifica o som e joga o sinal do instrumento para algum alto-falante externo. Devido a sua potência relativamente baixa, a caixa que aconselho para uso deste amplificador é uma caixa para apenas um alto-falante de 12 polegadas. Como o amplificador foi projetado para uma guitarra, então é extremamente aconselhável um alto-falante de alta sensibilidade, de 102dB ou mais, com potência de 75Watts RMS que é padrão de guitarras. Com este conjunto você pode ter certeza de estar construindo um excelente equipamento.

     Resumo dos processos a serem seguidos:

  • Aquisição do material
  • Confecção da placa
  • Solda dos componentes
  • Ligação dos componentes externos à placa
  • Adaptações de chassis
  • Ligação para teste

     Material necessário para confecção do Hi-octane



     Transformadores

     Os transformadores são as peças de maior dificuldade de aquisição e, por isso, vou referenciar um fabricante que os faz sob encomenda. Referencio-o pela sua alta qualidade e não por que quero fazer propaganda, afinal nem conheço as pessoas da fábrica e sim visando facilitar a aquisição deste material, tendo como certeza a qualidade e segurança proporcionadas pelos serviços que me foram prestados até hoje. Paguei, na época (2005), pelos dois transformadores do meu Hi-octane o valor de R$170,00 a vista.

     O site da AudioLink, fabricante dos transformadores sugeridos é este aqui. Lá você encontra um monte de transformadores diferentes. Os dois transformadores utilizados no nosso projeto serão os TFS200 (de força), e o TS8-A. Existe também um kit feito justamente para atender as especificações deste amplificador, que é o Kit modelo AX84(P1) e, pedindo pelo kit, sai mais barato. Vou colocar as imagens extraídas do site da áudio link que dizem respeito às especificações técnicas destes transformadores para quem quiser montar o seu ou se basear se for comprar em outro lugar. Pode-se, também, utilizar o esquema elétrico do amplificador para procurar um transformador adequado ao projeto.

 

     O valor gasto por mim na compra de toda essa lista foi, na época (Maio-Junho de 2005), R$390,00. Lembrando que este é o preço comprando tudo aqui da cidade de Porto Velho, em Rondônia, onde as coisas são cerca de 30% mais caras que em São Paulo, pois além do frete temos um alto imposto incidindo sobre as peças comercializadas aqui. Claro que este preço não inclui o gabinete, até porquê no protótipo eu usei um tupperware, e no projeto final eu substituí a placa de um amplificador da fender (Champ) que eu já tinha, e também não comprei alto-falantes ou fiz a caixa deles.
 
     Confecção de Placas de Circuito Impresso

     Passo-a-passo

  • Impressão do Circuito Impresso
  • Limpeza e cuidados com a PCI (placa de circuito impresso)
  • Transferência da imagem para a PCI
  • Preparação do líquido para corrosão do cobre da PCI
  • Corrosão da PCI
  • Limpeza Final da PCI

     1 - Impressão do Circuito Impresso

     Uma das partes mais críticas deste processo, e que sem dúvida definirá a qualidade final do seu trabalho, será a escolha do papel ideal para a impressão do CI (circuito impresso), pois quanto mais áspera for a área de impressão, mais falha terá o desenho quando transpassado para a placa, então escolha um papel bem liso. No meu caso, depois de tentar papel para transparência e papel para fotografia (glossy), acabei obtendo melhor resultado com papel de etiquetas. Papel de etiquetas? Isso mesmo, o que fiz foi retirar todas as etiquetas do papel e utilizar aquela parte onde elas estavam coladas (legal né?). Saiu bem barato. Este lado do papel é bem lisinho, e obtive um trabalho muito bom usando ele. Você poderá tentar com vários tipos de papel.

     A Impressão deverá essencialmente ser feita por uma impressora a LASER, sem exceção. Portanto, não se pode usar impressoras jato de tinta, ou outro tipo de impressora: use laser.

     Obs: as impressoras de CD a base de tinta, imprimindo diretamente sobre a placa também não serão úteis, pois sua tinta é a base de água, e nosso ácido corrosivo (percloreto de ferro) também será diluído em água e, assim sendo, a tinta sairá toda quando for corroer o cobre da placa.

     A imagem que deverá ser impressa está abaixo, e já está no tamanho ideal para a impressão, além de estar com as letras invertidas para que na transcrição tudo fique normalmente escrito.


     Estando impresso o circuito, vamos precisar transpassar esta imagem para a placa. Antes disso você deverá seguir algumas recomendações de higienização da placa, para que o toner (o pó preto da impressora laser), possa aderir como necessário.

     Veja abaixo a foto do meu circuito impresso na folha de etiquetas antes de ser transpassado à placa.


     2 - Limpeza e cuidados com a PCI (Placa de Circuito Impresso)

     A placa de cobre que você comprou deverá estar sem gordura na sua superfície, pois a gordura faz com que a aderência do cobre diminua e, assim sendo, o toner pode não passar do papel para o cobre se isto acontecer.

     Para que sua placa fique como deve, pegue uma palha de aço de sua preferência (bombril), e um detergente qualquer. Vá a um tanque e lave toda a sua superfície de cobre com a palha de aço e o bombril, lembrando que pode-se jogar água sem problemas. Lave normalmente, esfregando bastante o bombril, e com força, para que o cobre tenha um aspecto bem uniforme e brilhante. Tente fazer movimentos sempre no mesmo sentido para dar o brilho final, assim fica bem mais bonito.

     Depois da lavagem seque muito bem a placa, tomando sempre o devido cuidado de não encostar mais, daqui para frente, na parte cobreada. Se preferir, recomendo o uso de uma luva cirúrgica, aquelas usadas por dentistas, para evitar problemas de contato da pele com a superfície.

     3 - Transferência da imagem para a PCI

     Bom, então agora temos em uma mão a imagem do circuito impressa em um papel bem liso e na outra mão a placa ce circuito impresso virgem bem limpinha certo? Pois bem, chegou a hora então de passar a imagem do papel para a PCI.

     Materiais necessários para essa transferência:

  • Ferro de passar em temperatura bem alta
  • Uma toalha de rosto ou banho normal
  • A folha com o layout do circuito
  • A placa bem limpa e sem a presença de gordura
    • Estenda a toalha sobre uma superfície bem plana, como uma mesa, por exemplo
    • Coloque a placa com a parte de cobre virada para cima, sobre a toalha
    • Sobre a parte de cobre você deverá cuidadosamente posicionar a folha com a parte impressa virada para baixo, de forma que o toner da impressora laser fique de frente para o cobre da placa
    • Seja metódico, posicione as linhas de forma que fiquem bem junto à margem da placa, colocando a impressão totalmente dentro da placa. Se você for deixar a placa todinha do tamanho dela mesmo, então não se preocupe em racionalizar espaço. No meu caso coloquei a imagem bem junto às bordas, pois assim pude cortar as parte da placa que não fariam falta e que deixariam o gabinete onde coloquei meu circuito muito apertado
    • Ok, a folha impressa agora deverá ficar bem quietinha ali, para que quando eu passar o ferro sobre as costas dela, o toner não grude um pedacinho aqui e outro pedacinho ali pela movimentação do papel. Se necessário prenda tudo com durex, lembrando que se você não tomar cuidado e passar o ferro de passar sobre o durex ele derreterá e grudará no ferro, deixando sua esposa ou mãe muito felizes com você. Por isso não usei nada
    • Pronto, agora é a hora “H”. Pegue o ferro quente, bem quente, e passe um milhão e meia de vezes sobre o circuito, devagarzinho da esquerda pra direita. Depois inverta a direção, passe de cima para baixo, de baixo para cima, em círculos, em forma de listras, etc. Você deverá passar o ferro ali sem dó mesmo. Se ficar algum pontinho sem passar ou aquecer o suficiente ali estará uma falha, que você precisará corrigir com a caneta depois. Estipule um tempo pois é mais fácil e menos maçante. Tipo, acho que uns 8 minutos passando o ferro ali em cima já fica bem legal


  • Agora, com muita calma e muita ansiedade, a qual você deverá controlar, espere esfriar. Demora mesmo. Deixe a superfície do papel estar fria mesmo
  • Depois de resfriado, com muita calma e lentidão vá levantando o papel para que ele se desgrude da placa deixando o toner colado no cobre


     Aí está seu circuito impresso sobre o cobre:


     Se algo der errado e seu circuito ficar com muita falha, limpe toda a placa novamente com sua palha de aço e tente novamente, prestando mais atenção nos pontos onde você possa ter cometido algum erro. Se não tiver jeito, tente outros tipos de papel para imprimir, pois o que você está utilizando pode não ser o mais adequado para isso.

     É isso, faça e refaça até que você fique satisfeito com o grau de perfeição da transcrição que tenha obtido. Lembrando que é possível corrigir alguns erros usando a caneta especial para circuito impresso, encontrada também em qualquer loja para artigos de eletrônica. Meu circuito, no caso, precisou de várias pinceladas de caneta para que ficasse de forma satisfatória. Observe se não há pontinhos de cobre no meio das trilhas de toner. Se houver, cubra-os usando a caneta. Retoque tudo com caneta até que fique tudo bem pretinho, sem falhas.


     Lembro também que é possível fazer o circuito todinho a caneta, só que é um pouquinho mais difícil. Para quem for bom desenhista, mãos à obra. Eu fico com a impressão mesmo.

     4 - Preparação do líquido para corrosão do cobre da PCI

     Este processo consiste em mergulhar sua placa de cobre dentro de uma solução de água e percloreto de ferro, que é um ácido usado para este fim. O percloreto de ferro pode ser encontrado em diversas formas no mercado: existe percloreto líquido, que já vem diluído em água, ou em pó ou barra, que ainda deverão ser diluídos em água por você.

     Sempre leia o manual que acompanha o percloreto que você comprou. Se for percloreto líquido, é mais simples; se for em pó, ou barra, você deverá consultar a quantidade de percloreto a diluir em determinada quantidade de água.


     Os pontos importantes a se saber são: sempre coloque o percloreto na água, nunca a água no percloreto, pois sua dissolução resulta em um processo químico altamente exotérmico, isto é, libera muito calor como resultado. Outro ponto é, quanto mais percloreto por ml de água mais rápido será o processo de corrosão.

     Sempre armazene ou manipule soluções ou o próprio percloreto em recipientes de plástico ou vidro, pois isto é um ácido, e tem o poder de corroer o metal. Na minha experiência eu utilizei um carrinho de mão do meu filho Lucas.


     Lembre-se de que o recipiente a ser utilizado deve ser de tamanho suficiente para caber a placa toda dentro. Também não deve ser muito grande, pois se for você precisará de mais água e percloreto para que possa submergir toda a placa.

     O processo de corrosão é muito mais rápido quando a água está aquecida (não a 100 graus ok?). Disse aquecida, tipo água de chuveiro quente. Para isso coloque a água antes de dissolver o percloreto em uma panela e aqueça. Lembro também que não é obrigatório, mas isso acelera o processo em uns 30%. Eu recomendo.


     Após o aquecimento coloque a água no recipiente de plástico ou de vidro.


     Misture, então, o percloreto à água, e mecha até que esteja tudo bem dissolvido.




     5 - Corrosão da PCI

     Depois de preparada a solução é hora de colocar a placa dentro dela. Simplesmente coloque-a virada com o cobre para cima, para não haver risco de que o fundo do recipiente risque a pintura.

   

     Agora você deverá ficar observando o que acontece. O processo de corrosão, se você estiver usando uma solução com bastante percloreto, deverá levar cerca de 20 minutos, podendo até quadruplicar este tempo se você quiser economizar.

     Neste tempo recomendo que você não abandone a placa ali, e esteja sempre gerando ondinhas, para que a camada dissolvida de cobre, que fica sempre depositada sobre a placa, saia, e você tenha uma solução mais forte de percloreto diretamente sobre o cobre.

     Muitas pessoas, como eu, se enganam, pois quando a solução começa a corroer o cobre da placa, a deixa com uma cor bem mais clara e fosca, dando a impressão de que o cobre já saiu. Porém não se engane, você com certeza saberá quando o cobre for todo removido: a placa fica igual sua parte de traz, bem amarronzada, não dá pra se confundir.

     6 - Limpeza Final da PCI

     Depois de ter feito toda a corrosão é hora de retirar a tinta da caneta e o toner que estão sobre as trilhas da sua placa. Pegue novamente seu bombril e detergente e mande ver: sua placa estará linda e prontinha para a montagem do amplificador.

   

   



     Solda dos componentes

     Antes de soldarmos tudo na placa vamos organizar cada coisa no seu lugar, para que você tenha tudo à mão. Para isso, pegue um papelão, ou folha de papel A4 comum mesmo, e coloque cada componente no seu lugar, fazendo uma identificação para cada tipo e especificação de componente, veja como eu fiz:


     Vamos falar sobre cada tipo de componente rapidamente, para que possamos esclarecer algumas dúvidas.

     Resistores: São os componentes que têm a leitura de seu valor mais complicada, os outros são de fácil identificação. No resistor são impressas listas coloridas que representam seu valor ôhmico. Em alguns casos o valor vem escrito, mas na grande maioria das vezes é utilizada a tabela de cores. Então segue a referida tabela, que será explicada logo a baixo da mesma.


     Procedimentos para determinar o valor do resistor:

  • Identificar a cor do primeiro anel e verificar através da tabela de cores o algarismo correspondente à cor. Este algarismo será o primeiro dígito do valor do resistor
  • Identificar a cor do segundo anel. Determinar o algarismo correspondente ao segundo dígito do valor da resistência
  • Identificar a cor do terceiro anel. Determinar o valor para multiplicar o número formado pelos itens 1 e 2. Efetuar a operação e obter o valor da resistência
  • Identificar a cor do quarto anel e verificar a porcentagem de tolerância do valor nominal da resistência do resistor

     Observação: A primeira faixa será a que estiver mais perto de qualquer um dos terminais do resistor.

     Exemplo:

     1º Faixa Vermelha = 2
     2º Faixa Violeta = 7
     3º Faixa Marrom = 10
     4º Faixa Ouro = 5%

     O valor será 270 ohms, com 5% de tolerância, ou seja, o valor exato da resistência para qualquer elemento com esta especificação estará entre 256,5 ohms e 283,5 ohms.

     Entenda o multiplicador: ele é o número de zeros que você coloca na frente do número. No nosso exemplo é o 10, e você coloca apenas um zero. Se fosse o 100 você colocaria 2 zeros e se fosse apenas o 1 você não colocaria nenhum zero.

     Outro elemento que talvez necessite explicação é a tolerância. O processo de fabricação em massa de resistores não consegue garantir para estes componentes um valor exato de resistência. Assim, pode haver variação dentro do valor especificado de tolerância. É importante notar que quanto menor a tolerância mais caro será o resistor, pois o processo de fabricação deve ser mais refinado para reduzir a variação em torno do valor nominal, ou o teste dos resistores pelo fabricante rejeita mais componentes.

     Outro ponto importante a ser conhecido é que os resistores não têm polaridade, e, por isso, podem ser ligados de qualquer lado, não importando para o circuito. Logo, para o nosso projeto, basta sabermos o valor de cada resistor e colocá-lo em seu lugar certo.

     Se na visualização das cores você tiver dúvidas entre cores como vermelho e marrom, por serem bem parecidas quando pintadas sobre a superfície do resistor, use um multímetro para saber o valor aproximado do resistor.

     Capacitores: Este tipo de componente eletrônico se subdivide em duas categorias: os polarizados e os não polarizados.

     Capacitores não polarizados: São capacitores que, para fins práticos, deve-se saber que não importa o lado que ligarmos, assim como no caso dos resistores. Os mais comuns são feitos de cerâmica e são chamados de capacitores cerâmicos. São sempre de valores muito baixos, como no caso do nosso projeto, os de 22 nf e os de 450pF são cerâmicos não polarizados.

     Capacitores Eletrolíticos: São capacitores polarizados, isto é, tem um lado positivo e outro negativo. Logo, deve-se sempre obedecer o lado em que é ligado. O lado negativo do capacitor eletrolítico polarizado, que é o tipo com que vamos trabalhar, tem uma faixa do lado da perninha negativa, ou tem um monte sinais de menos desenhados.

     Diodos: São Componentes que, assim como os capacitores eletrolíticos, são polarizados, sendo que sua função básica é permitir que elétrons “caminhem” livremente em um sentido, e sejam impedidos de passar no outro sentido. Sua aparência é como um resistor, porém todo preto, e tem um faixinha branca em um de seus lados, que indica o “lado da barreira”. O diodo permite que haja tráfego de elétrons que venham do lado sem faixinha para o lado com a faixinha, e impede o tráfego de elétrons que venha no sentido da faixinha para o lado sem a faixinha branca.

     Tudo devidamente identificado e separado, então agora é hora de montar seu amplificador valvulado.

     Abaixo está a imagem que referencia cada componente onde deve ir soldado.



     Estes são os componentes. O que você deverá fazer é olhar o desenho do circuito, ver qual é o componente correspondente, posicionar o componente sobre o circuito no local aonde ele irá, e dobrar as suas perninhas. Utilize sempre um alicate, e tenha o cuidado e capricho de fazer a dobra exatamente no lugar onde você fará os dois furos. Tendo feito isso, pegue uma furadeira com broca 1,5 mm, ou menor, lembrando que a broca deve ser aquela que não tem a vídia, que é aquele triângulozinho na ponta da broca, que auxilia o furo em paredes. A broca utilizada deve ser aquela para furos em metal. Com muito cuidado faça os furos. Aconselho a todos que não saiam furando tudo, pois se um componente for de tamanho diferente do espaçamento na placa, ainda é possível corrigir isso fazendo o furo mais próximo ou mais longe do centro, para que a distância entre os dois furos seja exatamente ou o mais próximo possível do tamanho do componente.


     Os componentes deverão ser colocados do lado oposto ao cobre da placa, pois alguns deles contém metal na extremidade que vai encostada à placa, e pelo seu cruzamento por trilhas, pode gerar curtos circuitos, o que é perfeitamente evitável se estiverem do lado oposto. Além da questão de segurança, é muito difícil também se soldar alguns capacitores se isso não for seguido. Veja na foto como deve ficar.

   

     Faça então as soldas das perninhas, tomando sempre os seguintes cuidados:

  • Nunca coloque solda demais para que a solda não “escorra” para a trilha ao lado, gerando um curto
  • Nunca coloque pouca solda, pois isto gera mau contato entre o componente e a placa
  • Depois de soldadas corte as sobras das perninhas, devendo ficar apenas um pouco da perninha, o mais rente possível da solda. Isto porque, quando deixadas grandes, podem entortar e encostar a alguma perninha próxima, gerando aí um curto entre dois componentes
  • Limpe sempre a ponta do ferro de solda, pois a sujeira que vai acumulando ali prejudica a qualidade da solda realizada


     O meu conselho nessa hora é que se faça com muita calma, um componente de cada vez, e tome cuidado para não se confundir e colocar um componente no lugar do outro.

     Quanto aos capacitores eletrolíticos, estes sempre vão com seu lado negativo soldado ao terra da placa. Vejamos.

     Na imagem a seguir colocarei apenas os capacitores com suas polaridades, para que você possa seguir o esquema sem se perder. Como em alguns lugares se acham capacitores eletrolíticos pequenos, e alguns preferem eles, vou colocar todos os capacitores com sua polaridade. Porém lembre que, se o seu for cerâmico, pode colocá-lo de qualquer lado, sem preocupação.


     Lembre-se: o lado negativo do capacitor é pintado com uma faixa de cima a baixo com um monte de sinais de menos desenhados dentro da faixa. É de fácil identificação e só não terão essas marcas os que forem cerâmicos, mas isso porque você não precisará se preocupar com polaridade.

     Naquele desenho onde estão todos os componentes observe que há algumas linhas azuis que não possuem identificação. São pontes, isto é, quando foi feito o layout da placa, não teve como fazer com que as trilhas não se cruzassem, aí se usa este artifício. Você deve prosseguir da seguinte maneira: pegue um pedaço de perna de componente cortada e faça como se fosse um componente, ligando um ponto ao outro. Aí solda-se as duas extremidades. Faça isso pelo lado contrário do cobre também, como se fosse mesmo um componente qualquer.

   

   

   

     A escolha do seu gabinete

     Ok, vamos então começar definindo onde você vai colocar tudo, isto é, o gabinete do seu amplificador.

     Existem muitas alternativas para isso. A mais simples e recomendada é retirar as peças de um amplificador antigo seu de baixa qualidade e adaptá-lo para o seu Hi-Octane. Minha primeira versão deste amplificador foi feita dentro de um tupperware. Usei este material devido à facilidade de se adaptar e fazer furos no plástico, para que possa encaixar todinho. Dê uma olhadinha no aspecto do amplificador quando terminado.


     O único problema desse material foi a isolação de ondas eletromagnéticas (essa que o rádio usa) por causa da alta infiltração que essas ondas têm no equipamento de plástico. De resto foi perfeito.

     Dê uma olhada neste link. Desenhei este chassis e levei numa daquelas empresas que fazerm placas em aço escovado para formatura, eventos, etc. O cara me cobrou apenas R$ 50,00 pelo serviço.

     Para isolar ondas eletromagnéticas o ideal é que todo o seu equipamento esteja envolto em uma “Grade de Faraday”. Essa grade mantém seu interior sem essa interferência e este efeito é conseguido envolvendo TODO o equipamento em uma camada de metal aterrado. Como se faz isso? É fácil: é só você forrar seu gabinete todo, no caso a tupperware, com papel alumínio, de preferência aqueles que se usa para proteger o fogão da gordura, isso porque ele é mais resistente e grosso. Se fizer isso (eu não fiz) tome cuidado para que nenhum contato da placa ou de qualquer outra coisa entre em curto com o papel, além de tomar o cuidado de aterrar o papel, colocando-o em contato com as trilhas terra da placa. Para isso solde um fio qualquer ali no terra da placa, em qualquer ponto que você quiser, e dê um jeito de colocá-lo em contato com o papel, colando, amassando um pouquinho o papel à volta do fio e fazendo uma pressão dele contra o fio com um elástico ou durex, etc.

     Se você usar um gabinete já pronto de um outro amplificador, como fiz na segunda construção do mesmo amplificador, isso já deve vir preparado. Você terá bem menos trabalho se optar, ou tiver condições, de fazer deste modo.

     Soldando os componentes externos à placa

     Quais são os componentes externos à placa? São os soquetes das válvulas, os transformadores, os jacks, os botões e o fio de energia.

     Agora que você já definiu o gabinete do seu amplificador, comece colocando cada potenciômetro no seu lugar, sabendo-se que os potenciômetros devem seguir as especificações da seguinte tabela:


     Coloque os potenciômetros no seu gabinete seguindo estas especificações.

     Existem potenciômetros que vêm com um pino em um dos lados. Este pino faz parte da carcaça e serve para que o potenciômetro não rode. Se o seu gabinete não lhe permite encaixar este pino quebre com um alicate. Costuma quebrar bem fácil.

     Depois de colocar os potenciômetros cada um no seu devido lugar, coloque os dois botões de duas posições, sendo um liga-desliga e outro stand-by.

     Agora separe os lugares das 3 válvulas e dos dois transformadores, além do cabo de energia. Já defina também a forma que você encaixará a placa ali dentro.

     Nessa parte de colocar peças na carcaça, definir posições, etc, o que conta é a criatividade de cada um. Usem de exemplo o meu na tupperware: Inventem!

   

   

     Bom, depois de montado todo o gabinete vou explicar como se fará a soldagem de tudo à placa.

     Serão usados fios mesmo. Comprei os meus em casa de som automotivo, pois o fio tem menor resistividade, o que colabora para que haja menos interferência e menos ruído.

     São passos simples a serem dados: siga a imagem a seguir onde enumerei cada ponto a ser soldado.

     Faça logo todos os furos na placa, pois não existe, neste ponto, uma precisão de distância de componentes. Afinal eles estão fora da placa, e são os fios que ligarão tudo.


     A numeração de 1 a 3 dos potenciômetros é vista com os potenciômetros de costas, sendo que, desta forma, o pino da sua esquerda é número 1. O que você deve fazer? Simples: solde uma extremidade do fio no ponto 1 da placa e, no potenciômetro Bass, por exemplo, solde a outra extremidade do fio no pino da esquerda do potenciômetro correspondente à tabela. No caso é o potenciômetro de 1M ohm, e, assim sucessivamente, até que todos os potenciômetros estejam com as 3 perninhas soldadas.


     Depois de soldados os potenciômetros vamos soldar os fios que ligam um setor da placa à outro. Para isso é só seguir a próxima figura e soldar os fios, que na imagem são representados pelas setas coloridas. Veja:


     O próximo passo é a soldagem dos 3 soquetes das válvulas. Para isso, repare que o pino número 1 do soquete das válvulas é sempre aquele que, quando olhado por baixo, está do seu lado esquerdo em relação ao sulco, que tem a função de deixar a válvula entrar apenas em uma posição.


     No caso das 12AX7 não existe este pino na válvula. O que conta, então, é o pino que, como a outra, olhada por baixo, está à esquerda do maior espaço entre os pinos.

     Sabendo disso agora é só seguir o esquema de ligação como mostra a seguinte figura:


     Ligação do Transformador de Energia

     Primeiramente você deverá arrumar uma posição para deixar os dois transformadores, o de entrada e o de saída, bem fixados. Lembro, também, que o ideal é deixar cada transformador em uma extremidade, o mais longe possível. Assim você estará evitando a interferência eletromagnética de um no outro, diminuindo o ruído do som. Evite também deixar as válvulas próximas de um dos transformadores, pois isso também influenciará. Não seja neurótico com isso, mas tome o devido cuidado e use o bom senso.

     Vou descrever as características de cada um dos transformadores.


     Este transformador é o de energia. Sua função é transformar os 110 Volts da tomada em dois fios de 3,15 Volts cada um em relação ao terra, somando 6,3 Volts, que alimentará o filamento das válvulas, tanto das 12AX7 quanto da 6V6, e dois fios de 200 Volts cada, somando 400 Volts. Existem também, no secundário do transformador, isto é, nesta parte onde a energia da tomada já está transformada, dois fios, um que aterra os 400 Volts, e outro que joga 2 A de corrente. Este ficará isolado, isto é, não será ligado a canto algum.

     Pois bem, note que temos neste transformador um total de 6 fios de um lado (primário), e 6 fios no secundário. O sexto fio não aparece no esquema acima muito explicitamente, mas é o terra de isolamento do transformador. Sua cor padrão de fábrica é cinza. Vou detalhar abaixo as cores e seus valores:


     Vejamos primeiramente como fazer a ligação dos fios do secundário do transformador, aqueles que já têm a tensão transformada de 110V para a funcional.

     Observe a figura abaixo:


     Essa ligação será igual para todas as tensões de tomada, isto é, se sua tomada é 110V, 127V ou 220V, tanto faz, é exatamente essa a ligação a ser feita.

     Após essa ligação feita, vamos à ligação do lado primário do transformador. Para isso separe um cabo daqueles de computador, com 3 pinos, fase, neutro e terra.

     A ligação a ser feita é a seguinte:



Ligação para 110V


Ligação para 127V


Ligação para 220V


Ligação para 240V

     Ligação do Transformador de Saída

     Este transformador é o que joga o sinal para o alto-falante. Veja abaixo o esquema dele:


     Sua ligação é mais simples que o transformador de energia, pois tem apenas uma maneira de ligá-lo. Note que temos neste transformador um total de 2 fios apenas de cada lado. Vou detalhar então abaixo as cores e seus valores:


     Observe então o esquema de ligação deste trafo na figura abaixo:


     Observe que na figura acima coloquei também a forma de ligação do outro Jack, o de entrada da guitarra.

     Veja as imagens do resultado final do amplificador montado:

   

   

Powered by MySQL Powered by PHP Powered by SMF 1.1.21 | SMF © 2006-2009, Simple Machines

XHTML 1.0 Válido! CSS Válido! Dilber MC Theme by HarzeM
Página criada em 0.082 segundos com 35 procedimentos.
SimplePortal 2.3.3 © 2008-2010, SimplePortal