Handmades

Lançamento de Novos Projetos => Amplificadores valvulados => Tópico iniciado por: V_amp em 09 de Junho de 2010, as 18:11:20



Título: Testando Válvulas
Enviado por: V_amp em 09 de Junho de 2010, as 18:11:20
Ola pessoal,

Para a confecção de alguns projetos, tenho testado algumas válvulas que tenho comprado desde que venho montando projetos valvulados (para ver se estão pelo menos no caminho de estarem relativamente casadas).

O teste que apliquei foi sobre as 6L6GC, medindo a tensão de placa e  a corrente de placa indiretamente através da DDP de um resistor de 10,0 Ohm ligado a placa.
Para tanto usei meu Champ  5F2 (5W)  projeto original. 

Todas as válvulas mediram Ip = na faixa de 45,0 +/- 0,5mA      e         em todos os casos Vp foi de 320 +/-1,5V.
Neste caso a dissipação na placa está na faixa de 14,4W (320V*45mA). Me parece razoável.

Apesar de não medir a transcondutância, pois não tenho uma aparelhagem adequada, gostaria de saber o quanto este teste pode ser significativo (no que se diz respeito às válvulas estarem casadas, ou próximas disso).

Posso salientar alguma credibilidade ao teste, pois testei diversas 6V6 e medi varios e valores diferentes destes parametros, considerando válvulas sem garantia nenhuma.

Obrigado
FAB


Estes mesmo valores foram obtidos para no mesmo ampli para 6l6GC JJ.








Título: Re: Testando Válvulas
Enviado por: Thiago Lira em 09 de Junho de 2010, as 19:03:04
Na minha opinião o teste é válido.

Obs.: Desde que o Bias seja fixo para qualquer válvula que colocar creio que dá pra "casar" uns pares com as medidas medidas mais próximas.


Título: Re: Testando Válvulas
Enviado por: maioli em 10 de Junho de 2010, as 15:35:02
Eu fiz o casamento do meu ampli assim.  Com a diferença que medi a corrente pela interposição do multimetro entre o resistor de catodo e o terra. Usei sinal constante na entrada, para causar um consumo constante e portanto permitir uma relação direta entre consumo e ganho.

O que leva à brilhante conclusão que, possuindo somente um par de válvulas, é possível "improvisar" um casamento usando resistores de catodo diferentes para dar a mesma corrente.


Título: Re: Testando Válvulas
Enviado por: hgamal em 10 de Junho de 2010, as 16:44:49
O que leva à brilhante conclusão que, possuindo somente um par de válvulas, é possível "improvisar" um casamento usando resistores de catodo diferentes para dar a mesma corrente.

É mais fácil prover tensões diferentes nas grades, usando dois pots de BIAS separados. Os valores comerciais disponíveis dão muito trabalho em achar o valor correto (imagina ressoldá-los toda vez que trocarmos de válvulas) e pots colocados no catodo precisam suportar uma corrente um tanto alta para pots comuns.

Pena que para realizar este casamento, é necessário casar mais que correntes de BIAS. Chamam este tipo de casamento de casamento "estático" - que na verdade é pouco útil. Quem quiser realmente casar válvulas, terá que casar suas as transcondutâncias (gm) e resistências de placa (Ra)  - parâmetros dinâmicos. Mas isto é bem difícil sem traçar as curvas das mesmas.

Para terminar, cheguei a uma triste conclusão. Gosto mais do som delas descasadas, mas acho que não é uma opinião só minha, pois basta o instrumento ter seis cordas que geneticamente o instrumentista que o impunha vai gostar de distorções de características assimétricas.

Que tal um projeto para medir os parâmetros ou traçar curvas de válvulas? Imaginem, algumas fontes de alta controladas por um PIC com A/D, interface USB, micro, etc?


Título: Re: Testando Válvulas
Enviado por: tufoeffect em 11 de Junho de 2010, as 09:58:32
Aproveitando que v c s (moderador, peço que me suspenda do fórum) estão falando de casamento de válvulas e tal...... vi um comentário na net onde um cara queria 3 válvulas 12AX7 para o pré do amplificador Laney dele, só que 2 dessas válvulas tinham de ser cadas entre elas para o pré (canais limpo e sujo) e 1 tinha de ser com triodos balanceados (uma 12AX7 tem dois triodos) para a inversora.
Eu nunca casei válvulas para estas posições e tudo sempre funcionou muito bem, aí eu me pergunto (e a v c s (moderador, peço que me suspenda do fórum) também)..????

É interessante este tipo de casamentos e balanceamentos para as 12AX7???

Melhora alguma carácterística no amp?

Alguém tem propriedade para responder a esta questão?

Deixo para os magistrados mais experientes esta questão.....

Obrigado.


Título: Re: Testando Válvulas
Enviado por: clasmar silva em 12 de Junho de 2010, as 00:01:15
Como o HGamal citou, também nunca me incomodei muito com o casamento de válvulas só procuro usar da mesa marca.


Título: Re: Testando Válvulas
Enviado por: maioli em 14 de Junho de 2010, as 14:40:48
Como bem disse o Hgamal, válvula casada "de fábrica" leva muita coisa em consideração e casamento "improvisado" é isso mesmo, uma gambiarra. Ajuda, mas não é bem um casamento. É mais uma união estável, heheheh.

Pra definir o jogo, a classe do ampli é que manda. Em que isso releva? O casamento perfeito é essencial para um bias em classe B. Classe A não precisa de casamento. O que fica no meio, a classe A/B, vai precisar de casamento tanto quanto a dose de "B" for maior que a de "A".

Sobre válvulas de pré: só lembro de ter visto pré em classe A/B para microfone. Ainda não vi preamp de guita que não fosse em classe A.

Para a inversora vale a mesma regra. Se o projetista quer um ampli em B ou bem perto, a inversão de fase vai ter que ser mais simétrica possível. Se quer em A, nem precisa de inversora. Se for A/B, a inversora não é exatamente um ponto crítico de simetria.

E para a potência é a mesma coisa. Um ampli com bias setado para uma zona ligeiramente "A" não vai se ressentir muito da falta de casamento.

Vai ver que é por isso que ninguém anda fazendo em série um ampli para guitarra em classe B.


Título: Re: Testando Válvulas
Enviado por: tufoeffect em 15 de Junho de 2010, as 09:28:21
Como bem disse o Hgamal, válvula casada "de fábrica" leva muita coisa em consideração e casamento "improvisado" é isso mesmo, uma gambiarra. Ajuda, mas não é bem um casamento. É mais uma união estável, heheheh.

Pra definir o jogo, a classe do ampli é que manda. Em que isso releva? O casamento perfeito é essencial para um bias em classe B. Classe A não precisa de casamento. O que fica no meio, a classe A/B, vai precisar de casamento tanto quanto a dose de "B" for maior que a de "A".

Sobre válvulas de pré: só lembro de ter visto pré em classe A/B para microfone. Ainda não vi preamp de guita que não fosse em classe A.

Para a inversora vale a mesma regra. Se o projetista quer um ampli em B ou bem perto, a inversão de fase vai ter que ser mais simétrica possível. Se quer em A, nem precisa de inversora. Se for A/B, a inversora não é exatamente um ponto crítico de simetria.

E para a potência é a mesma coisa. Um ampli com bias setado para uma zona ligeiramente "A" não vai se ressentir muito da falta de casamento.

Vai ver que é por isso que ninguém anda fazendo em série um ampli para guitarra em classe B.

MAIOLI, E TODOS....

Eu imagino no caso da válvula inversora que um balanceamento entre os triodos num amp tipo o JCM800 e amps de mesma classe seria interessante pois cada triodo da válvula amplifica o sinal que vai para cada válvula de power "casada" (em 50w), ou par de válvulas no caso de um amp de 100w. É simples imaginar o porque disso, pois é como se cada triodo da inversora recebesse o sinal do pré em sua "entrada" (juntos) e depois na saída enviassem o sinal para cada lado do power (válvula no 50w ou válvulas no 100w), e se isso fosse amplificado uniformemente (triodos balanceados trabalhariam de forma uniforme) ás saídas teriam o sinal balanceado também.

Seria isso????É como eu vejo.

Já o pré é um circuito onde cada triodo é uma unidade de amplificação, e nessa situação citada (do amp estilo JCM800) o casamento das 12AX7 não teria relevância.

Por favor me corrijam se eu estiver pensando errado..

Obrigado.


Título: Re: Testando Válvulas
Enviado por: maioli em 15 de Junho de 2010, as 10:06:08
Tufoeffect,

Não tem como vc desenvolver um raciocínio limpo em matéria de casamento sem passar pelo conceito de classe, bias e crossover distortion. Sugiro ver sobre isso no aiken amps, a explicação dele é bem clara e vc vai concluir que se as válvulas forem pelo menos semelhantes, não vai haver uma diferença evidente na eficiência em classe A/B. NO ENTANTO, tem uns maníacos que querem tirar até última gota de eficiência de um sistema rudimentar e forçam o bias em direção à classe B. Aí sim, a porca torce o rabo...

aikenamps.com -> tech info -> advanced -> what is crossover distortion?
                                                         -> the last word on class A
                                                         -> the last word in biasing

Esses artigos já dão algum esclarecimento, mas há vários outros que valem a pena ser lidos (todos).

Cuidado para não alimentar nem criar mitos. Amplificação valvulada é a pré-história da amplificação, não tem nada de sofisticado, nem misterioso. É muito imperfeita mesmo e é por isso que gostamos dela.


Título: Re: Testando Válvulas
Enviado por: hgamal em 15 de Junho de 2010, as 10:46:57
...

Cuidado para não alimentar nem criar mitos. Amplificação valvulada é a pré-história da amplificação, não tem nada de sofisticado, nem misterioso. É muito imperfeita mesmo e é por isso que gostamos dela.

Belas e corretas palavras!


Título: Re: Testando Válvulas
Enviado por: V_amp em 21 de Junho de 2010, as 12:56:23
Ola Galera,

Pra saber corrente de placa, sem colocar resitor em serie com a placa ou mesmo seguir datasheets, não existem dois pontos no circuito através dos quais podemos medi-la.


Ex: DDP entre o +B do primeiro capacitor e a tensão de placa?
Entre eles está o primario do transformador de saída, e a corrente de placa não seria dissipada na dissipada na resistência/impedância do transformador de saida, correto?
Não daria pra usar U=Zi neste caso (ou U=RI) e tirara corrente de placa?


FAB






Título: Re: Testando Válvulas
Enviado por: hgamal em 21 de Junho de 2010, as 14:47:28
Ola Galera,

Pra saber corrente de placa, sem colocar resitor em serie com a placa ou mesmo seguir datasheets, não existem dois pontos no circuito através dos quais podemos medi-la.

FAB

A corrente é medida de duas formas, uma direta, interrompendo-se o circuito e colocando o amperímetro em série. A outra é indireta, medindo-se a tensão sobre um resistor conhecido no circuito. Como em alguns circuitos, o catodo é ligado diretamente ao terra, não haverá nenhuma resistência conhecida no caminho, ficando difícil a medida indireta.

A escolha de resistores de 1 ohm, faz com que a medida de tensão seja facilmente convertida para corrente - lembre-se da lei de ohm V = R * I, se R=1, V=I. Assim, cada mV medido corresponde ao equivalente em mA.

Não dá par usar a impedância do transformador pois ela é uma medida em AC.


Título: Re: Testando Válvulas
Enviado por: V_amp em 21 de Junho de 2010, as 14:51:08
Entao Hgamal,

Mas, considerando que não se tem corrente alternada no circuito, nao poderiamos usar a resistência do transformador?
U= RI! Em principio isto não estaria correto?


Título: Re: Testando Válvulas
Enviado por: hgamal em 21 de Junho de 2010, as 16:11:54
Entao Hgamal,

Mas, considerando que não se tem corrente alternada no circuito, nao poderiamos usar a resistência do transformador?
U= RI! Em principio isto não estaria correto?

Sim, U=RI. Você vai ter que medir corretamente a resistência transformador, anotar e não esquecer (note que ela vai ser diferente para cada lado em casos de push-pull)!


Título: Re: Testando Válvulas
Enviado por: V_amp em 21 de Junho de 2010, as 16:13:57
OBRIGADO Hgamal

FAB

Mensagem Mesclada
Então completando.

resistência de cada lado do transformador de saida
Lado 1 = 36 Ohms
DDP entre +B do primeiro capacitor e a palca (pino 3) = 2,1V
U = RI =>  58,3mA. Como são duas válvulas em paralelo  
Ip = 58mA/2 = 29,16mA

Lado 2 = 30 Ohms
DDP entre +B do primeiro capacitor e a palca (pino 3) = 1,765V
U = RI =>  58,8mA. Como são duas válvulas em paralelo  
Ip = 58mA/2 = 29,42mA

Razoável, uma vez que para uma das vávulas do lado 2, nas mesmas condições, (usando um resistor de 10 Ohms em serie com a placa) eu  obtive Ip = 24mA.

Considerado que a tensão de placa é 485V, acho que ta legal, sem exigir demais das válvulas.
Dá pra brincar sem fritar!

Então está aí uma sugestão rápida e simples pra saber se cada par de válvulas está fornecendo a mesma corrente.
Se elas forem casadas ou próximas, vale (mais ou menos), que a corrente de placa de cada uma será a metade da obtida. No meu caso (mais ou menos 29mA por válvula)


FAB








Título: Re: Testando Válvulas
Enviado por: V_amp em 25 de Junho de 2010, as 21:55:07
SÓ UM DETALHE

MEDIDAS DE CORRENTE NESTES PONTOS DO AMPLI (EM FUNCIONAMENTO) SIGNIFICA QUE VOCÊ ESTA PRÓXIMO DA ÁREA DE MAIOR RISCO. POR ISSO:


CUIDADO COM AS ALTAS TENSÕES QUE ESTES APARELHOS ENVOLVEM.
PODEM TE MATAR!!!!!!


Título: Re: Testando Válvulas
Enviado por: V_amp em 06 de Julho de 2010, as 13:09:28
Tufoeffect,

Não tem como vc desenvolver um raciocínio limpo em matéria de casamento sem passar pelo conceito de classe, bias e crossover distortion. Sugiro ver sobre isso no aiken amps, a explicação dele é bem clara e vc vai concluir que se as válvulas forem pelo menos semelhantes, não vai haver uma diferença evidente na eficiência em classe A/B. NO ENTANTO, tem uns maníacos que querem tirar até última gota de eficiência de um sistema rudimentar e forçam o bias em direção à classe B. Aí sim, a porca torce o rabo...

aikenamps.com -> tech info -> advanced -> what is crossover distortion?
                                                         -> the last word on class A
                                                         -> the last word in biasing

Esses artigos já dão algum esclarecimento, mas há vários outros que valem a pena ser lidos (todos).

Cuidado para não alimentar nem criar mitos. Amplificação valvulada é a pré-história da amplificação, não tem nada de sofisticado, nem misterioso. É muito imperfeita mesmo e é por isso que gostamos dela.


Ja que o Tufoeffect levantou a bola, vamos dizer que estamos em classe A/B.

Dizem que o válvulas realmente casadas devem ter parâmetros como GM, Ip, Rp, etc... trabalhando com de 2% a 5% de diferenca. Beleza! Isso é questão que se refere estritamente ao casamento de parâmetros das válvulas. Pode-se ter válvulas com todos os parametros casados com 0,0001% de diferenca. Quem sabe vc vai poder montar um ampli em classe B e mante-lo assim por quanto tempo?

Agora a pergunta é: Se estamos em classe AB (tirando uma eficência de 65% até 75% das válvulas, qual a faixa de tolerância para os parâmetros acima citados : 5%?,  10%, 15%?

Exemplo para um ampli tirando 65% de efeiciencia das valvulas.
Digamos que as válvulas foram testadas com o mesmo ajuste de bias, mesma Vp (extamente nas mesma condicões), e os parametros obtidos foram:
1-Gm=6900 / Ip = 47.3
2-Gm=7000 / Ip = 44.5
3-Gm=6500 / Ip = 45.9
4-Gm=6750 / Ip = 43.8

Então para um Ampli classe AB estas válvulas estariam suficientemente casadas? A diferenca entre os parâmetros não passa de 10%!

Neste caso eu usaria no lado push 1 e 4 e no lado pull 2 e 3 por exemplo.

O QUE ME DIZEM ????

Ou seja casamento e apilcacao deve-se levar em consideracao. Mas até quanto no caso CALSSE AB???
PRA QUE PAGAR CARÍSSIMO E PARES CASADOS COM 1% SE A NATUREZA DO AMPLI NÃO EXIGE TANTO?

OBRIGADO ( se eu estiver errado me corrijam!!!)

FAB (V_amp)





Mensagem Mesclada
Sem exigir muito, alguém poderia me dar uma reposta, pois estou interessado em fechar um negócio com as características citadas.
Estaria eu cometendo um grande erro???

FAB


Título: Re: Testando Válvulas
Enviado por: maioli em 07 de Julho de 2010, as 10:18:57
Quando o ampli está em AB, significa que em certa parte da senóide ambos os lados do ampli trabalham juntos, em uma sobreposição. Esse "retrabalho" é que causa a perda de eficiência e o aumento de tolerância ao descasamento.

Se os dois lados não são iguais, e nunca serão, haverá uma distorção na forma da senóide, que não ficaré bem senoidal (hehehe). Quanto maior a diferença, maior será essa distorção. Mas quero lembrar que isso também pode ser causado por um transformador com metades assimétricas, ou por resistores de catodo com diferenças muito grandes, ou por uma inversora com metades diferentes... Coisas que realmente importam se estivermos falando de um hi-fi, mas eu realmente acho que hi-fi valvulado é igual mula-sem-cabeça, diz a lenda que existe, mas quem viu não tirou foto.

Em Classe A, se forem usadas duas válvulas em paralelo, elas também amplificarão de forma diferente. Mas isso é compensado pelo fato de que a senóide inteira é amplificada ao mesmo tempo pelas duas válvulas, de modo que a distorção se apresentará como uma média das duas válvulas.

Na minha modesta opinião, um AB com um bias "quente", ou seja, pendendo para a classe A, vai compensar as diferenças entre as válvulas, tornando-as negligíveis. A distorção harmônica também vai subir, mas isso é algo que não nos incomoda, não é?

O último problema residual de um conjunto "descasado" é que a válvula que oferece menor resistência no conjunto vai apanhar mais que as outras, ou seja, o desgaste das válvulas vai ser desigual. Se isso não chegar ao ponto de um avermelhamento de placas isolado, creio que no contexto da vida útil média das válvulas vc vai acabar trocando o quarteto todo com aquela impressão de que algumas válvulas ainda não estão esgotadas e poderiam aguentar mais um tempo. Em  um quarteto casado, o normal é que as válvulas se desgastem mais uniformemente, ou seja, esgotam sua vida útil mais ou menos ao mesmo tempo.

Em suma, diferenças sempre existirão, a válvula é uma mãe carinhosa em termos de tolerância aos abusos dos guitarristas. Prova disso são os hi-octane que funcionam com um transformador de força "gambiarrado" na saída e vão muito bem, obrigado; ou o costume antigo de colocar um par de válvulas novas junto com um par velho, em vez de trocar todo o quarteto.


Título: Re: Testando Válvulas
Enviado por: V_amp em 07 de Julho de 2010, as 11:32:59
Obrigado Maioli,

Então, toda esta teoria eu aprendi lendo um pouco e discutindos senhor radiomadorista (que construi seus proprios radios amadores) e um engenheiro amigo meu.

Então, as válvulas citadas estariam legam pra um quarteto?

Obrigado


Título: Re: Testando Válvulas
Enviado por: maioli em 07 de Julho de 2010, as 15:46:38
Vai funcionar.


Título: Re: Testando Válvulas
Enviado por: V_amp em 07 de Julho de 2010, as 16:29:22
OBRIGADO MAIOLI.

VAI FINCIONAR LEGAL OU MEIA BOCA???

FAB


Título: Re: Testando Válvulas
Enviado por: BigBlues em 07 de Julho de 2010, as 18:26:59
Olá Miaoli, você poderia explicar isso que você chamou de "Bias quente"? São 2 mulheres incríveis sque atendem pelo apelido de Bia? Heheehh. Falando séiro( ou tentando...), estou observando todos os ajustes que podem alterar o timbre de um valvulado.


Título: Re: Testando Válvulas
Enviado por: maioli em 08 de Julho de 2010, as 11:01:22
V-amp

Vai funcionar bem. Como eu disse, o problema maior nem é de desempenho, mas de um eventual desgaste desparelho. Não sei vc, mas se na minha guita rebentava uma 2B, eu trocava todas as cordas... (nem sei quantos anos faz que não rebento uma corda, hehehe).

Big Blues

As Bias Quentes são uma loira e  uma morena de fechar o comércio. Coisa Classe A, hehehe (piada nerd infame)! 

Um bias quente significa que as válvulas estão sendo polarizadas com uma sobreposição expressiva da parte central da senóide que elas ampliam simultaneamente.

1 - Sobreposição total ou aproximando-se do total = Classe A = bias Muito quente. Corrente quiescente alta, até mais alta que com o ampli em plena carga. Potência máxima MENOR. Uma válvula mais condutiva vai avermelhar placas mesmo sem sinal de entrada, mas dificilmente vai ficar pior quando o ampli for exigido. Vida útil das válvulas menor.

2 - Sobreposição na faixa de 30% = AB clássica = bias quente. Corrente quiescente razoável, sempre mais baixa que em plena carga. Potência máxima NORMAL. Este é o som dos clássicos. Vida útil dentro do especificado.

3 - Sobreposição na faixa de 10% ou menos  = começa a ficar classe B, bias frio. Corrente quiescente muito baixa. Potência máxima MÁXIMA. Uma válvula mais condutiva vai avermelhar de repente e acender igual uma lâmpada antes de explodir, quando o ampli for exigido. Máxima vida útil, SE O CONJUNTO FOR CASADO de "papel passado".


Para ver exatamente como fazer isso, consulte os artigos do Aiken que eu indiquei acima.


Título: Re: Testando Válvulas
Enviado por: V_amp em 08 de Julho de 2010, as 11:07:27
Esta é a parte boa deste fórum!
A galera trocando boas infos, todo mundo aprendendo!

FERA!
Isso acontece muito aqui no HANDMADES! Varios tópicos que leio realmente são empolgantes quanto à aprendizagem e aprofundamento gradativo de conhecimento. Basta ir lendo e acompanhando as perguntas e respostas!

Obrigado Maioli!


Título: Re: Testando Válvulas
Enviado por: maioli em 08 de Julho de 2010, as 12:12:41
V-Amp,

Valeu, sempre às ordens para quem estiver interessado em aprender.

revendo o tópico, examinei melhor um comentário do Hgamal e um meu sobre o "casamento estático". Na verdade, o meu teste vai um pouco além do estático, já que ele mede o comportamento da válvula COM SINAL CONSTANTE, e não só a corrente quiescente. Acho que, na prática, esse teste vai acabar refletindo exatamente as consequencias da transcondutância e da resistência de placa, e mais ainda, das diferenças entre as metades do transformador de saída e das metades da inversora e os resistores de catodo e dos demais elementos de polarização.

Trocando em miúdos, um par casado assim está casado "para esse amplificador e ajuste", enquanto que um par casado pelos parâmetros adequadamente medidos em laboratório está casado "em qualquer amplificador".

Lembrando que a impedância e resistência do primário do transformador; transcondutância; a resistência de placa e o resistor de catodo referem-se ao "calibre do cano", e a tensão de grade, ao "aperto da torneira", se é que me entendem. Acho que um casamento de válvulas que procure primeiro igualar o "calibre do cano" vai dar um conjunto que responde uniformemente ao "aperto da torneira", tornando desnecessários ajustes separados de bias. Já o ajuste de bias separado também vai funcionar, mas limitado ao desempenho do elemento de saída que for mais fraco.


Título: Re: Testando Válvulas
Enviado por: V_amp em 26 de Julho de 2011, as 20:32:46
Retirado por V_amp pois as informações não tinham fundamento técnico suficiente e não foram feitos testes com rigor.


Título: Re: Testando Válvulas
Enviado por: Cidão em 04 de Setembro de 2013, as 09:48:26
 Estou desenterrando o tópico pois ainda tenho uma dúvida sobre como testar se as válvulas são casadas. Supondo que eu monte um circuito com componentes de 1% de tolerância para amplificar um sinal provido de um gerador de funções e tenha a disposição um osciloscópio para conferir a saída do sinal amplificado. Com isso em mãos eu insiro alguns sinais senoidais na entrada, anoto os valores medidos e somente tiro a válvula desse circuito e troco pelas outras que pretendo conferir se estão casadas. Com os valores anotados eu verifico se está dentro da porcentagem considerada casada.
 Este tipo de teste pode ser considerado como "adequado" certo? Me parece semelhante ao teste que os multímetros fazem quando se coloca um transistor nos terminais identificados BCE PNP/NPN para verificar o estado do transistor.
 Obrigado.


Título: Re: Testando Válvulas
Enviado por: xformer em 04 de Setembro de 2013, as 19:23:31
Estou desenterrando o tópico pois ainda tenho uma dúvida sobre como testar se as válvulas são casadas. Supondo que eu monte um circuito com componentes de 1% de tolerância para amplificar um sinal provido de um gerador de funções e tenha a disposição um osciloscópio para conferir a saída do sinal amplificado. Com isso em mãos eu insiro alguns sinais senoidais na entrada, anoto os valores medidos e somente tiro a válvula desse circuito e troco pelas outras que pretendo conferir se estão casadas. Com os valores anotados eu verifico se está dentro da porcentagem considerada casada.
 Este tipo de teste pode ser considerado como "adequado" certo? Me parece semelhante ao teste que os multímetros fazem quando se coloca um transistor nos terminais identificados BCE PNP/NPN para verificar o estado do transistor.
 Obrigado.

Primeiro vamos entender como fazer as medidas.

Existe uma curva característica das válvulas, chamada de curva de transferência. Ela mostra os valores da corrente de placa (anodo) em função da tensão na grade (que num ponto do eixo X seria a famosa tensão de bias). Quando aplicamos uma tensão na placa (anodo), começa a fluir a corrente de anodo (Ia) e esta varia de acordo com a tensão aplicada na grade (Vg). Quando Vg=0 temos corrente máxima, e quanto mais negativa for Vg, menos corrente Ia vai term até chegar numa Vg em que Ia = 0  (corte):

(http://img202.imageshack.us/img202/8486/d64h.jpg)

Então a curva vermelha é o que acontece se aplicarmos 250Vdc na placa (e na grade de screen, considerando que fosse um pentodo, só pra simplificar). Nessa tensão de placa de 250V, se na grade tiver 0V, a válvula vai conduzir 280mA (o que é muito) e provavelmente ela vai torrar. Mas se aplicarmos -12,5V na grade, a corrente de placa se mantém em 100mA. Diminuindo mais a tensão de grade (mais negativa) para -16V, a corrente diminui para 50mA bem mais comportada. Diminuindo mais ainda a tensão de grade, a corrente de placa (=anodo) diminui até cessar. Veja que tem uma parte da curva que é mais reta (linear) outra parte que é curvada.
Caso a tensão de placa aumente para 350V (azul), as correntes de placa para as mesmas Vg anteriores também aumentam, formando outra curva, um pouco deslocada pra cima e pra esquerda.
Deste gráfico podemos ver como se calcula duas propriedade da válvula (fictícia): A transcondutância (Gm) e a resistência interna da placa (Rp). A transcondutância mostra quanto varia a corrente de placa se variarmos a tensão da grade. Ela é medida em mA/V.

Se você tivesse um circuito montado (tensão na placa de 250V fixa, tensão na grade negativa e ajustável e um amperímetro entre a placa e a fonte de tensão da placa) mediria a corrente de placa com Vg=-12,5 e depois com Vg=-9V.  Se as medidas de Ia dessem respectivamente: 100mA e 150mA  o cálculo de Gm seria:

Gm = variação de Ia / variação de Vg = 50mA / 3,5V = 14,28 mA/V

Veja que Gm significa a inclinação da curva naquela região. E a inclinação depende da região da curva, não sendo constante em toda extensão dela. Veja que na minha válvula fictícia, a curva de 350V também tem uma Gm semelhante, pois a inclinação é a mesma.

Já a resistência de placa pode ser calculada fixando a tensão na grade em por ex. -12,5V. sabemos que para 250V na placa, a corrente Ia é de 100mA.  Mudando a tensão de placa Va para 350V, a corrente passa para 157mA.
A resistência de placa naquela condição é:
Rp = variação de Va / variação de Ia = 100V / 57mA = 1754 ohms

Agora o que seriam duas válvulas perfeitamente casadas ?  Seriam duas válvulas que tivessem as mesmas curvas e apresentassem as mesmas correntes de placa com mesma Va e mesma Vg, com Rp iguais e Gm também iguais.
Como as válvulas tem trabalho manual e dependem dos materiais de que são feitas, é bem difícil disso acontecer.

Vejamos quais as possibilidades de descasamento entre duas válvulas (é um pouco exagerado, apenas pra ilustrar melhor, uma válvula tem as curvas verdes e a outra curvas vermelhas):

(http://img545.imageshack.us/img545/7545/zwg8.jpg)

(http://img545.imageshack.us/img545/9674/tzvx.jpg)

(http://img203.imageshack.us/img203/7335/ew2e.jpg)

(http://img845.imageshack.us/img845/6845/vk47.jpg)

(http://img62.imageshack.us/img62/1995/jdsr.jpg)

Por esses gráficos acima dá pra perceber que só fazer um casamento das correntes de placa com determinada tensão de grade (Vbias no caso), não significa que as demais características estejam iguais (ou dentro de uma tolerância razoável de similaridade).  Pode ser que Gm seja igual, mas Rp sejam diferentes, pode ter Rp igual mas Gm diferentes, Ia podem ser iguais num ponto, mas Rp e Gm diferentes.  Além disso dá um trabalho danado fazer essas medições (não pode fazer com grandes variações como eu fiz pra facilitar, tem de ser intervalos menores e portanto precisa de mais precisão dos instrumentos) e dificilmente vai se encontrar duas válvulas perfeitamente iguais.
 


Título: Re: Testando Válvulas
Enviado por: Cidão em 04 de Setembro de 2013, as 19:57:19
 Xformer, muito obrigado pela aula no seu post :tup, infelizmente alguns professores não conseguem explicar as coisas de forma clara como está seu post, vou ler ele novamente mais algumas vezes para fixar bem as informações.
 Não tenho certeza se digeri bem as informações, mas o teste que questionei no outro post seria o seguinte, com um gerador de onda configurado para 440hz com 20V de pico a pico seria inserido na entrada do circuito de amplificação e mediria os valores obtidos na saida do circuito, faria isso com cada valvula e depois iria comparar os valores para ver a porcentagem de diferença, ou seja, iria comparar a resposta final que no circuito normal estaria indo para o primario do transformador de saida.
 Esse ponto onde chega na corrente de corte mencionado no começo da explicação, é o ponto onde as válvulas de pré "achatam" por exemplo uma senoide, gerando a distorção que normalmente buscamos num pedal de drive ou estou confundindo as coisas?
 Novamente obrigado.


Título: Re: Testando Válvulas
Enviado por: xformer em 04 de Setembro de 2013, as 20:10:49
Xformer, muito obrigado pela aula no seu post :tup, infelizmente alguns professores não conseguem explicar as coisas de forma clara como está seu post, vou ler ele novamente mais algumas vezes para fixar bem as informações.
 Não tenho certeza se digeri bem as informações, mas o teste que questionei no outro post seria o seguinte, com um gerador de onda configurado para 440hz com 20V de pico a pico seria inserido na entrada do circuito de amplificação e mediria os valores obtidos na saida do circuito, faria isso com cada valvula e depois iria comparar os valores para ver a porcentagem de diferença, ou seja, iria comparar a resposta final que no circuito normal estaria indo para o primario do transformador de saida.
 Esse ponto onde chega na corrente de corte mencionado no começo da explicação, é o ponto onde as válvulas de pré "achatam" por exemplo uma senoide, gerando a distorção que normalmente buscamos num pedal de drive ou estou confundindo as coisas?
 Novamente obrigado.

Seu amplificador é PP (se for SE, nem tem sentido essa história toda) e vai usar só uma válvula na saída ?  Se for, mesmo usando as duas (ou quatro) ao aplicar o sinal senoidal, esse pode se deformar em diversos momentos: na etapa da inversão de fase (depende do tipo do inversor/divisor de fases, se os triodos estão iguais num LTP, etc), se o seu transformador de saída é bem balanceado quanto aos dois braços do primário.  Depois  o casamento das válvulas num ampli de guitarra eu acredito que seja mais pra não forçar uma válvula mais do que a outra (uma conduzir muito mais que a outra) pois geralmente tem um só resistor de catodo ou ajuste de bias é único. De resto, se as válvulas tiverem características diferentes, pode até ser legal para o timbre (o que não ocorre num ampli hi-fi). Se as válvulas forem bem casadas (em tudo) e usadas num ampli de guitarra em que o resto do circuito não está balanceado, nem adianta nada todo esse trabalho.
Depois só visualizar a forma de onda no osciloscópio e comparar com outra, é muito difícil de se perceber ou mensurar diferenças.  Medir só com multímetro, nem pensar.


Título: Re: Testando Válvulas
Enviado por: Cidão em 04 de Setembro de 2013, as 20:32:49
 Estou estudando e procurando informações sobre o assunto para me preparar, estou pensando em montar um clone do Peavey 5150. São 4 6L6 no Power. A dúvida sobre as valvulas casadas é porque nas coisas do meu pai eu acabei encontrando algumas válvulas, que são até mais velhas que eu :D, quero ver se consigo usar essas válvulas.


Título: Re: Testando Válvulas
Enviado por: xformer em 04 de Setembro de 2013, as 20:43:54
Estou estudando e procurando informações sobre o assunto para me preparar, estou pensando em montar um clone do Peavey 5150. São 4 6L6 no Power. A dúvida sobre as valvulas casadas é porque nas coisas do meu pai eu acabei encontrando algumas válvulas, que são até mais velhas que eu :D, quero ver se consigo usar essas válvulas.

Provavelmente elas vão funcionar. Se forem todas iguais (mesmo fabricante) e tiverem o mesmo tempo de uso, melhor. Como eu não sei como é a polarização nesse Peavey (o melhor seria ter um ajuste de bias individual pra cada válvula de saída - nesse caso o casamento é menos importante) você pode até tentar montar um jeito de testar e medir as correntes de placa antes de montar o ampli. Mas se for montar o ampli, deixe um resistor de catodo de 10 ohms (esses precisam ser de valor bem próximo um dos outros) ligado em cada válvula, pra facilitar depois a medição da corrente de catodo (corrente de placa + corrente de screen). Isso vai ajudar a você ter uma idéia do balanceamento das correntes nas válvulas (considerando todo o resto e não somente as diferenças entre as  válvulas).


Título: Re: Testando Válvulas
Enviado por: Eduardo em 05 de Setembro de 2013, as 08:51:27
Oi Pessoal

Só para completar o que o Xformer colocou tão bem, é preciso deixar claro que casamento é coisa que se faz com válvulas de potência em saída Push-Pull. Por favor, não vão pedir 12AX7 casada por aí que na mesma hora o vendedor vai sacar que se trata de um desinformado e vai empurrar um monte de porcarias goela abaixo.

Segundo, é extremamente difícil conseguir um par de válvulas com um casamento de Ip, Gm e Rp dentro de 10% de tolerância. Se dois dos parâmetros estiverem dentro da tolerância, fatalmente o terceiro não estará. É como tentar achar pessoas loiras, de olhos castanhos nascidas em outubro. Qualquer uma das coisas é fácil de achar. Duas ao mesmo tempo é mais difícil. As três então fica ainda mais difícil.

Mas existe uma saída honrosa para o problema. As diferenças de parâmetros em Gm e Rp podem ser corrigidos com realimentação negativa (negative feedback). Então, o parâmetro mais importante no casamento é Ip. Industrialmente as válvulas são casadas para mesmo Ip e Gm, sendo o primeiro mais crítico que o segundo. Se houver diferença de Gm, ocorre distorção por segunda harmônica. Se houver diferença em Ip, aparece uma componente contínua não balanceada no transformador de saída. Portanto o descasamento em Ip é mais problemático.

Abraços

Eduardo


Título: Re: Testando Válvulas
Enviado por: Electric Effects em 28 de Outubro de 2013, as 15:42:52
Pessoal, estou com 2 válvulas destas, parecem de power, são 2 EC360, triodos. Gostaria de saber se tem algum projeto que use delas e, deixei uma delas cair(a caixinha que a continha cedeu por baixo  :-[) e por isso tem uma folga em algum lugar, mas ela não se soltou...(dá pra ouvir quando balanço a válvula, mas é pouca coisa.) será se danificou ela?
(https://fbcdn-sphotos-f-a.akamaihd.net/hphotos-ak-frc3/q87/s720x720/1378137_416563498472654_1853283313_n.jpg)
(https://fbcdn-sphotos-d-a.akamaihd.net/hphotos-ak-ash3/q82/s720x720/1003847_416563625139308_319022357_n.jpg)


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