Handmades

Fórum Geral => Área do Iniciante => Tópico iniciado por: Alfredo Padrao em 25 de Março de 2011, as 22:54:06



Título: O que vem a ser "timbrar o instrumento"?
Enviado por: Alfredo Padrao em 25 de Março de 2011, as 22:54:06
O que vem a ser a expressão "timbrar a guitarra"?

Não estranhem a minha pergunta, é que eu não toco nenhum instrumento, e só entrei no mundo "handmades" a pedido de um amigo que pediu para montar alguns pedais para ele.  Os que montei, postei fotos no tópico "fotos de pedais pronto"
Como não tinha nenhum conhecimento anterior nesta área, li bastante, até montar alguns.

Ouvindo algumas conversas; ouvi a expressão "os amplificadores transistorizados" não "timbram a guitarra" com facilidade, e dependem mais do pré do que do própio amplificador para "timbrar" o instrumento.  Bem; fiquei curioso e pergunto o que é timbrar?


Título: Re: O que vem a ser "timbrar o instrumento"?
Enviado por: guii_music em 25 de Março de 2011, as 23:27:26
Na minha opinião (rs),
Timbrar ou regular o timbre do instrumento é quando você configura o seu setup (amps pedais guitarra) para ter um determinado tipo de som, geralmente estes são baseados em timbres famosos e  gosto pessoal do músico, por exemplo eu gosto de tirar um timbre overdrive "limpo", para isso vou regulando meus pedais e amp até o som que me agrada, geralmente é um full-drive 2 ou um tubescreamer, com pouco ganho, tone bem aberto e graves cortados pelo equalizador, um som médio-agudo (claro que às vezes preciso de um RAT com força total, rs).
Em geral isso é obtido regulando equalizações, graves, médios, agudos, ganho da distorção, tone, blend, volume, delay, reverb e outros comandos (rs),
No caso do pré amplificador, o som depende bastante dele porque nele se fazem as configurações de equalização em si (agudos, som estridente, "aberto") médios(som médio, nem grave nem estridente,) graves (o som forte, com presença e "punch", e tem uma caracterísitca meio fechada) também tem o presence (ou presença) que é a faixa além dos agudos, geralmente "rasga" mais uma distorção e dá mais harmônicos.
Eu acho que esse assunto é importantíssimo, muita gente só se preocupa em tocar e esquece do timbre, isso está errado, o timbre é muito importante e é o que dá a diferença na pegada e no feeling que o guitarrista tem, e que quer passar em suas músicas!
O lance mesmo é ouvindo músicas e tentar igualar o som ouvido na música ao som que a guitarra está produzindo, claro, fazendo ajustes de seu gosto, afinal tocar um instrumento tem que ser algo prazeroso para o músico, não uma penitência para os ouvidos, rs!
Desculpe se não fui claro, qualquer coisa manda aí

abração

Mensagem Mesclada
Esqueci-me, também gosto de delays e uso um compressor para dar uma pitada nos cleans e drives
abraços


Título: Re: O que vem a ser "timbrar o instrumento"?
Enviado por: GrAmorin em 26 de Março de 2011, as 03:50:01
Explicar o que é timbre é ate facil, mas a pessoa entender direito é outra coisa...


Para facilitar a explicacao, e ser de um modo claro, é mais ou menos assim:
A sua voz tem um timbre, a minha voz é outro timbre, a do mickey é outra.

Se eu disser tonalidade, pode ser confundido com Do´, ré, mi,fa.... notas e tons musicais, mas nao é isso.

Entao leve em consideraçao o exemplo da voz.
Cada voz tem uma sonoridade diferente.
É isso, veio em cheio, é uma palavra bem exata para expressar o que é timbre.

Um complementozinho, que bem provavel, logo voce ouvira a palavra "vintage".

Um timbre vintage, é um timbre (sonoridade) antigo, de epoca. Tipo sons da decada de 60, 70, comeco anos 80.

Entao, para explicar o que é timbre, apenas se resume em "sonoridade".
Entao timbrar, nada mais é do que encontrar uma sonoridade... ;)

Creio que esteja de um modo certo esta explicacao.
No mais, vejamos o que mais os membros postarao, e chegaremos a uma conclusao simples.


Título: Re: O que vem a ser "timbrar o instrumento"?
Enviado por: Eduardo em 26 de Março de 2011, as 09:04:28
Oi Pessoal

A explicação do Amorin é a mais próxima do que eu conheço. Quando eu cantava no coro, o maestro dizia para a gente “timbrar” as vozes.

A intenção do canto coral é fazer com que as vozes daquelas dezenas de pessoas soem como se fossem uma única voz coletiva. Para que isso seja possível, todos devem tentar suprimir as peculiaridades da própria voz e se juntar no timbre coletivo do coro. Quem não consegue fazer isso tem duas alternativas: ou aprende a cantar muito bem e virar solista ou vai cantar no chuveiro!

Quando aplicado a um instrumento, o termo significa fazê-lo soar como um outro. O naipe de violinos de uma orquestra deve soar como um único instrumento. Um violino solista se destaca do naipe! Todos os violinos do naipe são timbrados entre si.

Acho que alguém com formação em música poderia explicar com mais propriedade, mas não sei se há algum regente no fórum! Eu sou daqueles que toca CD player!

Abraços

Eduardo


Título: Re: O que vem a ser "timbrar o instrumento"?
Enviado por: Alfredo Padrao em 26 de Março de 2011, as 18:18:05
Obrigado a todos pelas explicações; a dos "violinos" então esclarece bastante.  Mas deixe eu me expressar de uma maneira diferente para que fique claro o que eu quero saber:

- Como o pouco conhecimento que tenho de audio é no sentido de "hi-fi" (digamos que seja a busca pela fidelidade), não entendi porque um amplificador hi-fi não é adequado para uso com guitarras, por exemplo, já que "entre aspas" este dito amplificador deveria "amplificar" o sinal sem "colorir" , ou seja sem modificar nada, somente amplificar; ficando então a função de efeitos a cargo do pré ou mesmo dos pedais de efeito.

-Partindo destas "suposições", foi que gerou a dúvida do título, já que "eu achava" que tudo que entrasse no amplificador sairia amplificado sem modificações "siguinificativas" a ponto de gerar expressões do tipo: amplificadores transistorizados "não timbram" a guitarra com facilidade.

Abraços,


Título: Re: O que vem a ser "timbrar o instrumento"?
Enviado por: fallout em 26 de Março de 2011, as 18:39:17
não entendi porque um amplificador hi-fi não é adequado para uso com guitarras, por exemplo, já que "entre aspas" este dito amplificador deveria "amplificar" o sinal sem "colorir" , ou seja sem modificar nada, somente amplificar;

Não é que nao seja adequado, acredito que seja por uma questão de custos, um amp hi-fi ficaria mais caro e a guitarra não atinge frequências muito baixas ou seja disperdicio.


Título: Re: O que vem a ser "timbrar o instrumento"?
Enviado por: Eduardo em 26 de Março de 2011, as 18:52:14
Oi Alfredo

Amplificadores para guitarra DEVEM distorcer o som. A ideia toda está em alterar o que o instrumento está mandando para o amplificador. Amplificadores Hi-Fi simplesmente não distorcem e uma guitarra eletrica iria soar tão boba quanto um berimbao. (ok, não é tanto assim, mas acho que dá para pegar a ideia)

Amplificadores transistorizados distorcem de uma forma diferente que os valvulados. Então fica muito difícil timbrar Jimi Hendrix ou Beattles com um transistorizado, já que eles usavam valvulados! É como querer fazer bolo de laranja usando maracujá!

Quando se fala de amplificador para guitarra, queremos colorir. Em HiFi, não queremos colorir.

Abraços

Eduardo


Título: Re: O que vem a ser "timbrar o instrumento"?
Enviado por: guii_music em 26 de Março de 2011, as 18:52:52
Obrigado a todos pelas explicações; a dos "violinos" então esclarece bastante.  Mas deixe eu me expressar de uma maneira diferente para que fique claro o que eu quero saber:

- Como o pouco conhecimento que tenho de audio é no sentido de "hi-fi" (digamos que seja a busca pela fidelidade), não entendi porque um amplificador hi-fi não é adequado para uso com guitarras, por exemplo, já que "entre aspas" este dito amplificador deveria "amplificar" o sinal sem "colorir" , ou seja sem modificar nada, somente amplificar; ficando então a função de efeitos a cargo do pré ou mesmo dos pedais de efeito.

-Partindo destas "suposições", foi que gerou a dúvida do título, já que "eu achava" que tudo que entrasse no amplificador sairia amplificado sem modificações "siguinificativas" a ponto de gerar expressões do tipo: amplificadores transistorizados "não timbram" a guitarra com facilidade.

Abraços,


Cara, acho que não existe essa de que "amplificador hi-fi não serve para guitarra", como eu te disse, cada músico tem o seu gosto, se o cara quer tirar um clean, sem efeito nem nada, ele vai buscar um amp que seja o mais Hi-Fi possível. Claro, devido a acustica dos ambientes a serem tocados, ajustes das frequencias devem ser feitas na equalização do amplificador.
Assim como também músicos preferem o som quente que as valvulas inserem na guitarra, cara, sempre que você estiver timbrando a guitarra você modifica o conceito de hi-fi, porque você regula o som do jeito que você quer, se fosse assim, os amplificadores só teriam controle de volume, entende. É que a maioria dos músicos(se não todos) querem tirar um som específico na guitarra, se for distorção então, meu amigo, a busca pela distorção perfeita destrói o som original da guitarra(rs) ,modifica tudo,  porém cria um timbre de distorção único, que agrada o guitarrista e o estilo musical que ele toca.
abraços


Título: Re: O que vem a ser "timbrar o instrumento"?
Enviado por: GrAmorin em 26 de Março de 2011, as 19:02:49
não entendi porque um amplificador hi-fi não é adequado para uso com guitarras, por exemplo, já que "entre aspas" este dito amplificador deveria "amplificar" o sinal sem "colorir" , ou seja sem modificar nada, somente amplificar;
Não é que nao seja adequado, acredito que seja por uma questão de custos, um amp hi-fi ficaria mais caro e a guitarra não atinge frequências muito baixas ou seja disperdicio.

Mais uma complementaçao...

Tambem pensei que um HI-FI pudesse ser uma boa para instrumentos musicais, seja guitarra, baixo, violao, etc...

Mas particularmente, penso que a alta precisao da alta fidelidade, pode fazer a "voz" dos instrumentos, soar como um Photoshop para as fotos.

Em muitas ocasoes nao ficaria legal, isso poderia tirar o "feeling" do instrumento.

Sobre o custo de um HI-FI, nao questiono, dependendo da potencia.
Veja só, um CI TDA2050 é HI-FI e fornece em media 30W RMS.

Creio que um HI-FI poderia ser melhor se fosse usado na parte de microfonaçao da guitarra, mas o ampli primario, o que recebe direto o sinal da guitarra ser um valvulado.
Talvez desta forma ele seria bem vindo.

Mensagem Mesclada
Enquanto eu escrevia mais dois companheiros responderam, entao farei uma adicao sobre o que eles mencionaram.:
...
Amplificadores para guitarra DEVEM distorcer o som. A ideia toda está em alterar o que o instrumento está mandando para o amplificador. Amplificadores Hi-Fi simplesmente não distorcem ...

Amplificadores transistorizados distorcem de uma forma diferente que os valvulados. Então fica muito difícil timbrar Jimi Hendrix ou Beattles com um transistorizado, já que eles usavam valvulados! É como querer fazer bolo de laranja usando maracujá!

Quando se fala de amplificador para guitarra, queremos colorir. Em HiFi, não queremos colorir.

Abraços

Eduardo

Isso pode-se dizer relativo ao "Feeling" (esse é dificil para explicar mas facil entender, para resumir é sentimento).


Cara, acho que não existe essa de que "amplificador hi-fi não serve para guitarra", como eu te disse, cada músico tem o seu gosto, se o cara quer tirar um clean, sem efeito nem nada, ele vai buscar um amp que seja o mais Hi-Fi possível. ...

Mesmo para um som Clean (limpo) nao ficaria tao legal. A precisao do HI-FI poderia fazer o som da guitarra soar como um teclado...

Mas cada um tem um gosto, e gosto é gosto, e isso nao se discuti...

Talvez se montar um bom pre valvulado, e usasse um power HI-FI, quem sabe nao da algo aceitavel?


Título: Re: O que vem a ser "timbrar o instrumento"?
Enviado por: Alfredo Padrao em 26 de Março de 2011, as 19:35:02
Legal em ver opiniões tão diferentes como entre as do Eduardo e do Guilherme.

Talvez, minha relutância em aceitar seja pelo motivo de não ser músico.   Ainda em teoria, partindo do princípio que o hi-fi, não autera o audio, e sim só amplifica, não faz muito sentido tirar o "feeling" do instrumento, já que o amplificador não iria alterar nada, apenas entregar na saida o que lhe foi dado na entrada com maior volume, neste caso o pré (no caso "sujo") ou os pedais de efeitos estariam fazendo o resto, mantendo assim (na minha forma de pensar) as identidades das várias "guitarras".

Desta forma, acredito que a busca de um determinado "timbre" exija a combinação de determinados amplificadores (no caso os valvulados) e guitarras, mas ainda no campo da teoria se eu tiver um hi-fi, este estaria reproduzindo a "identidade" da guitarra como ela é, "com ou sem graça"?


Título: Re: O que vem a ser "timbrar o instrumento"?
Enviado por: guii_music em 26 de Março de 2011, as 20:30:45
Legal em ver opiniões tão diferentes como entre as do Eduardo e do Guilherme.

Talvez, minha relutância em aceitar seja pelo motivo de não ser músico.   Ainda em teoria, partindo do princípio que o hi-fi, não autera o audio, e sim só amplifica, não faz muito sentido tirar o "feeling" do instrumento, já que o amplificador não iria alterar nada, apenas entregar na saida o que lhe foi dado na entrada com maior volume, neste caso o pré (no caso "sujo") ou os pedais de efeitos estariam fazendo o resto, mantendo assim (na minha forma de pensar) as identidades das várias "guitarras".

Desta forma, acredito que a busca de um determinado "timbre" exija a combinação de determinados amplificadores (no caso os valvulados) e guitarras, mas ainda no campo da teoria se eu tiver um hi-fi, este estaria reproduzindo a "identidade" da guitarra como ela é, "com ou sem graça"?


Só a didática que muda, o sentido é o mesmo  :D . Ele explica bem melhor!
Cara, eu concordo em que timbre seja a identidade da guitarra, mas acho que ficaria melhor assim:
Timbre é a identidade sonora de um instrumento musical, e este é definido PELO MÚSICO , de acordo com suas preferências e tendências musicais.
Porque ao dizer que o som timbrado fica sem graça ou não, você estaria generalizando cara, por que, por exemplo , o timbre que é perfeito para mim, um outro guitarrista pode não gostar, aí estaria sendo sem graça para ele. Sacou?

O fato de você não ser músico não quer dizer que você não vai entender diferenças de timbres.
Exemplo: Estilos musicais diferentes tem timbres diferentes. O som de uma banda pop não é o mesmo de uma hardcore porque o timbre deles são diferentes, guitarra, baixo, bateria, vocal, tudo foi timbrado de acordo com o gosto dos músicos, e há quem goste e quem não goste.

Estamos chegando lá!!!!!
abraços


Título: Re: O que vem a ser "timbrar o instrumento"?
Enviado por: GrAmorin em 26 de Março de 2011, as 20:37:58
Sobre o feeling, é o exemplo que citei, pode soar como um teclado (orgao musical), devido a precisao que um HI-FI teria.

O que se explica, por exemplo, as valvulas serem predominantes das decadas de 60, 70, ainda serem usadas hoje, quando os MOS-FETs predominam?

Ql seria este motivo?

Mas como sugeri talvez um bom pre valvulado poderia ser juntado com um power HI-FI.
Ate porque a Marshall, respeitada empresa no ramo de amplificador, faz uso de um TDA2050, que é HI-FI.
A Fender tambem tem Amplificadores com TDA 2050.

Porem, nenhum destes amplificadores com power HI-FI chegaram a ser um top de linha.


Título: Re: O que vem a ser "timbrar o instrumento"?
Enviado por: Ivanletronic em 26 de Março de 2011, as 23:06:35
A questão de timbre pode chegar a vários resultados, porque o ouvido humano parece ser mais complexo do que imaginamos. Por que cada instrumentista busca um timbre ideal ou o seu som? Bom, primeiramente devemos levar em consideração que o ouvido humano é complexo, poderemos dizer também que cada pessoa tem uma percepção diferente da questão som. Um exemplo simples grave sua voz num gravador qualquer e ouça essa gravação, ao escutarmos a gravação podemos perceber que a voz na gravação é um pouco diferente do que estamos acostumados e, usando outros meios mais sofisticados para gravação, perceberemos uma diferença na reprodução de nossa própria voz. Com base nisso, também temos que avaliar que todos estamos expostos a diversos tipos de ruídos que com o tempo devido a intensidade desses ruídos podem alterar a nossa percepção de som. E, assim, como estamos expostos a diversos tipos de ruídos, podemos dizer que nenhuma pessoa percebe o som da mesma forma. Por isso e diversos outros fatores (que podem ser fatores culturais, influências musicais,etc..) que cada um de nós, como instrumentistas, procura um timbre único que nos identifique e o que faz com que tal timbre nos agrade ou não. Muitos audiófilos garantem que somente a válvula poderia reproduzir o som perfeitamente, mas isso se deve ao fato das mesmas inserirem alguns tipos de harmônicas que são agradáveis aos ouvidos. Portanto, não se apegue tanto a questão de ser hi-fi ou não e experimente, porque aquilo que agrada a uns não se aplica a outros. O resto são somente questões filosóficas e o tipo de tecnologia disponível. Sem querer ofender a ninguém é claro, por que eu também me amarro no som de um bom amp valvulado.


Título: Re: O que vem a ser "timbrar o instrumento"?
Enviado por: hgamal em 27 de Março de 2011, as 00:05:17
Legal em ver opiniões tão diferentes como entre as do Eduardo e do Guilherme.

Bom, pelo menos o mercado produz a muito tempo amplificadores para instrumento pouco lineares, ou seja na contramão dos hi-fi. E o mercado, você sabe, não liga muito se é bom ou ruim, mas pelo fato de vender, ou não.

Citar
Talvez, minha relutância em aceitar seja pelo motivo de não ser músico.   Ainda em teoria, partindo do princípio que o hi-fi, não autera o audio, e sim só amplifica, não faz muito sentido tirar o "feeling" do instrumento, já que o amplificador não iria alterar nada, apenas entregar na saida o que lhe foi dado na entrada com maior volume, neste caso o pré (no caso "sujo") ou os pedais de efeitos estariam fazendo o resto, mantendo assim (na minha forma de pensar) as identidades das várias "guitarras".

A guitarra por si só não produz o timbre que nós estamos acostumados. Ela acaba por ter o seu(s) som(s) caraterístico(s) por uso de pedais, prés e powers não lineares. A coisa é cultural. O som "quente" e distorcido nasceu da tentativa de alcançar o som das orquestras com um amplificador pouco potente. Imagina competir com um naipe de saxofones de uma big band com um amplificador de 15 watts valvulado. O resultado final não é um violão amplificado, mas sim o que conhecemos hoje por overdrive, ou seja, um amplificador pequeno mantido em um regime superior ao que pode fornecer, através da alimentação de sua entrada com um sinal maior que ele pode amplificar.

Citar
Desta forma, acredito que a busca de um determinado "timbre" exija a combinação de determinados amplificadores (no caso os valvulados) e guitarras, mas ainda no campo da teoria se eu tiver um hi-fi, este estaria reproduzindo a "identidade" da guitarra como ela é, "com ou sem graça"?

Na mosca! Veja que "o mercado" hoje oferece uma gama de pedaleiras que são capazes de emular uma penca de diversos fabricantes de amplificadores. Nesta seara é que realmente um amp hi-fi poderia fazer diferença. A guitarra ligada a pedaleira, capaz de colorir, ou timbrar, o som através da emulação de vários tipos de amps, ligada a um amplificador hi-fi. Mas muita gente não acredita, ou concorda, que as emulações são perfeitas. Ai começa outra discussão.

É como querer fazer bolo de laranja usando maracujá!

Esta foi a melhor explicação sobre o assunto que já vi na Internet! Simplesmente espetacular!


Título: Re: O que vem a ser "timbrar o instrumento"?
Enviado por: GrAmorin em 27 de Março de 2011, as 02:39:05
A questão de timbre pode chegar a vários resultados, porque o ouvido humano parece ser mais complexo do que imaginamos. Por que cada instrumentista busca um timbre ideal ou o seu som? Bom, primeiramente devemos levar em consideração que o ouvido humano é complexo, poderemos dizer também que cada pessoa tem uma percepção diferente da questão som. Um exemplo simples grave sua voz num gravador qualquer e ouça essa gravação, ao escutarmos a gravação podemos perceber que a voz na gravação é um pouco diferente do que estamos acostumados e, usando outros meios mais sofisticados para gravação, perceberemos uma diferença na reprodução de nossa própria voz. Com base nisso, também temos que avaliar que todos estamos expostos a diversos tipos de ruídos que com o tempo devido a intensidade desses ruídos podem alterar a nossa percepção de som. E, assim, como estamos expostos a diversos tipos de ruídos, podemos dizer que nenhuma pessoa percebe o som da mesma forma. Por isso e diversos outros fatores (que podem ser fatores culturais, influências musicais,etc..) que cada um de nós, como instrumentistas, procura um timbre único que nos identifique e o que faz com que tal timbre nos agrade ou não. Muitos audiófilos garantem que somente a válvula poderia reproduzir o som perfeitamente, mas isso se deve ao fato das mesmas inserirem alguns tipos de harmônicas que são agradáveis aos ouvidos. Portanto, não se apegue tanto a questão de ser hi-fi ou não e experimente, porque aquilo que agrada a uns não se aplica a outros. O resto são somente questões filosóficas e o tipo de tecnologia disponível. Sem querer ofender a ninguém é claro, por que eu também me amarro no som de um bom amp valvulado.

Estou quase sem palavras a dizer.
Sou de pleno acordo com essa explicacao do amigo Ivan.
Porem, um adicional. (parece que só adiciono. ABCDEFGHIJKLMNOPQRSTUVWXYZ)

Sobre a questao de gravar nossa propria voz e ela ser diferente do que ouvimos quando falamos, cientificamente, foi explicado que o som propaga das cordas vocais aos nervos sensitiveis de um modo direto, e com maior velocidade do que quando ouvimos a propagaçao do som no ar .

Na mosca! Veja que "o mercado" hoje oferece uma gama de pedaleiras que são capazes de emular uma penca de diversos fabricantes de amplificadores. Nesta seara é que realmente um amp hi-fi poderia fazer diferença. A guitarra ligada a pedaleira, capaz de colorir, ou timbrar, o som através da emulação de vários tipos de amps, ligada a um amplificador hi-fi. Mas muita gente não acredita, ou concorda, que as emulações são perfeitas. Ai começa outra discussão.

Sobre essas emulacoes, muitos dizem que sao sinteticas demais.

Tenho a opiniao de que emulação é emulação.
Podemos emular o ouro com a pirita. Mas nunca sera ouro de verdade.

Só para um coplemento final com relaçao  ao feeling poder ser afetado pelo HI-FI, usarei o que o Ivan fez sugestao.
Como o Alfredo gostou dos violinos que o Eduardo citou, vamos todos a um concerto.

Por mais "alta fidelidade" que possa ter em uma gravaçao, sera que a emoçao (feeling) de ouvir a orquestra ao vivo sera a mesma que ouvir um CD ou BluRay?


Título: Re: O que vem a ser "timbrar o instrumento"?
Enviado por: Eduardo em 27 de Março de 2011, as 15:54:04
Oi Pessoal

Este tópico está ficando muito interessante!! Bom ter uma conversa agradável como esta!

Este post será um pouco longo e exigirá certa atenção de vocês para entender meu ponto. Peço, portanto, que tenham calma ao ler. Não vai dar para simplesmente correr os olhos por cima e pegar a ideia.

Eu já participei de um sem número de fóruns de audiófilos até cair aqui e ser acolhido tão calorosamente no Handmades. Apesar do meu histórico de audiófilo, nunca consegui me enquadrar junto deles por uma questão filosófica. E o cerne do que penso está diluído nas dúvidas do Alfredo e sintetizado na colocação do Amorin:

Por mais "alta fidelidade" que possa ter em uma gravação, será que a emoção (feeling) de ouvir a orquestra ao vivo será a mesma que ouvir um CD ou BluRay?

Com toda a certeza não. Jamais haverá sistema HiFi capaz de tal proeza. Pode haver sistemas de som fabulosos, com níveis baixíssimos de distorção. Pode haver técnicas de gravação das mais sofisticadas, com fita digital de um milhão de bits, blueray ou o que for. Simplesmente não é a mesma coisa e pretendo provar isso.

Gosto das analogias, pois facilitam o entendimento por mostrar o mesmo fenômeno em outro campo, muitas vezes, mais próximo a experiência diária.

Muitos tem no bolso uma foto de alguém amado. Seja uma foto do filho na carteira, da namorada no celular, um parente numa joia ou qualquer outra coisa ou combinação dessas. Tomemos por exemplo alguém que leva a foto da esposa na carteira. Se esta pessoa for questionada onde está sua esposa, seria muito estranho se dissesse que está na carteira. A esposa pode estar em qualquer outro lugar, mas não na carteira. O que está lá é a foto!

Por mais bem feita que uma foto seja, ela não é a coisa fotografada. A foto de um carro não te leva a lugar algum. A foto da pessoa amada pode até te despertar algum sentimento, mas nunca será o mesmo que encontrar a pessoa em si!

Existem aqueles que tem sentimentos mais intensos por fotos que por pessoas de verdade. A esse grupo de pessoas damos o nome de psicóticos! Uma pessoa normal deveria se comportar de forma diferente!

Na ausência da pessoa amada, não há outra alternativa, além de se consolar com o sentimento desencadeado pelas pequenas lembranças deixadas, como uma foto! Neste contexto é perfeitamente compreensível que um viúvo ou viúva tenham grande apreço por uma foto do ente amando que se foi. Mas se alguém for visto levando a foto do finado(a) para jantar, no mínimo seria um comportamento excêntrico.

Podem imaginar a cena? Um sujeito no restaurante, sentado à mesa. A sua frente dois pratos servidos, dois copos de vinho, uma vela e um porta-retratos com a foto da finada?!?! Bizarro, não é?

Se você não achou bizarro, melhor não continuar a ler. Vá para outro tópico e seja feliz! Os demais que acharam bizarro, por favor continuem comigo!

Uma vez que estabelecemos um parâmetro básico sobre realidade e comportamento razoável, vamos falar de panelas e violinos.

Quando eu era bem pequeno, costumava usar as panelas da minha mãe como instrumentos musicais. Isso deve ser uma coisa comum entre crianças pequenas cujas mães guardam panelas em armários baixos. Não tenho memória disso, mas ela tem fotos para provar! Eu batucava as panelas com uma colher grande. É bem provável que o som não fosse muito melodioso. Uma panela não vai nunca soar como um violino! Dificilmente soaria como um xilofone!

A natureza do som produzido pela panela é diferente da produzido por outros instrumentos. O timbre é outro! Jamais haverá panela que atingida por uma colher soe como violino. Parece razoável, não é? (de novo, se você não achou razoável, vá ler outro tópico e ser feliz!)

Agora vamos para uma parte que não é tão bizarra nem tão óbvia. Imagine uma pessoa diante do seu super sistema HiFi ouvindo uma gravação de Yehudi Menuhin e seu Estradivários. Se esta pessoa for questionada, responderá de pronto: “Estou ouvindo Yehudi Menuhin tocar seu Estradivários!”

Parece totalmente normal e razoável, mas não é! O que esta pessoa está ouvindo é a vibração mecânica de um cone de papelão instalado em um paralelepípedo de madeira! Ok, sua caixa é de poliuretano e o alto falante é de kevlar... Dá na mesma! Yehudi Menuhin morreu em 1999! Sua caixa de som, por mais sofisticada que seja, não é um Estradivários!

Então temos que a grande maioria dos audiófilos mundo a fora são pessoas jantando com a foto da finada e batucando uma panela!

Ok, eu estou exagerando. Nem todo audiófilo precisa de internação em manicômio, mas quero deixar bem óbvio meu ponto.

Quando é feita uma gravação, as ondas sonoras são convertidas em sinais elétricos pelo microfone. Esses sinais são amplificados e então codificados em uma forma de registro. Amplificadores, sejam eles transistorizados ou valvulados, não amplificam som. Amplificam sinais elétricos!

Para efetivar a gravação, os sinais elétricos precisam ser codificados de alguma forma que permita seu registro. A forma mais comum hoje é a conversão digital. O sinal digital é então registrado na forma de campos magnéticos em um disco rígido de computador ou fita magnética, ou então registrado como pequenos furos numa mídia ótica. O CD nada mais é que a versão super miniatura do antigo cartão perfurado. Nas formas antigas, tínhamos o disco de vinil, que continha sulcos rugosos lidos por uma agulha, ou a fita magnética, lida por uma cabeça contendo uma bobina.

Nenhuma forma de gravação contem o som em si. Elas contêm informações codificadas para a geração de um sinal elétrico. O amplificador irá multiplicar este sinal por um fator e enviá-lo para a caixa de som. O som que você ouve é a vibração de um cone de papelão.

Ouvir Jimi Hendrix tocar em Woodstok foi um prazer desfrutado uma única vez por uns poucos. Da mesma forma, ouvir Herbert von Karajan reger o Requiem de Verdi na Filarmônica de Berlim também foi um prazer de poucos. Nós podemos nos consolar com as gravações desses eventos memoráveis, mas não podemos cair na ilusão de achar que a gravação “é” o evento.

Passando para a parte técnica, o estágio de potência de um HiFi é praticamente idêntico ao de um amplificador para guitarra. A diferença esta no pré.

Como o Haroldo bem disse, o mercado está cheio de coisas para fazer seu som soar assim ou assado, mas o importante é entender com o que estamos lidando. A guitarra em si não tem som algum. Tudo vem do trabalho feito nos sinais elétricos produzidos pelos captadores. Neste ponto de vista, a guitarra nada mais é que um console que o músico usa para tocar o amplificador!

Amplificadores para instrumentos ou HiFi são em essência a mesma coisa, apenas tem recursos mais adequados para cada uso. HiFi não tem controle de ganho e os Marshal não tem loop de feedback voltando até a entrada. São irmãos! E como irmãos, deveria andar juntos, mas brigam a maior parte do tempo! São tão próximos que na década de 1950 a Telefunken lançou no Brasil um amplificador HiFi com o sugestivo nome de “Dominante”. Entre outros recursos ele tinha uma câmara de reverberação com molas, exatamente como os amplificadores de guitarra!

O som em si só existe a partir do alto falante. Antes disso nada existe. Apenas a sombra do que pode vir a ser.

Abraços

Eduardo


Título: Re: O que vem a ser "timbrar o instrumento"?
Enviado por: hgamal em 27 de Março de 2011, as 16:58:06
Pegando carona no que disse o Eduardo, vou defender um pouco os emuladores. Os emuladores podem não ser fidedignos ao ponto de ligarmos ele lado a lado com som real. Mas acho que a experiência é parecida. As emulações de Marshall que tem por ai, quando não colocados lado a lado, são bem fidedignas a primeira audição.

Assim, vejo os emuladores como uma ferramenta muito útil e prática. Claro que não serve para todo mundo!

Acho que, embora por uma boa causa, desviamos um pouco do tópico, mas depois desta conversa podemos definir (é definir) o que é timbrar o instrumento:

Timbrar um instrumento é obter a resposta harmônica desejada do mesmo, através de sua regulagem ou uso de processamento de sinais.


Título: Re: O que vem a ser "timbrar o instrumento"?
Enviado por: GrAmorin em 27 de Março de 2011, as 17:58:13
De acordo com as palavras do Eduardo.
Quando fico um tempo fora de casa, vejo a foto de meu filho, nao é a mesma coisa que quando retorno e o vejo fisicamente.

...Os emuladores podem não ser fidedignos ao ponto de ligarmos ele lado a lado com som real. Mas acho que a experiência é parecida.

Agora fico de acordo tambem com o Haroldo.
Se usarmos um emulador ele ate tera o som de um Twin, JCM, VOX, e tantos outros.
Mas se colocar lado a lado dara diferença.

Digo isso porque ja fiz testes deste tipo.
Testei uma Digitech, se nao me engano era RP300, ela tinha simulaçao do Twin, HotRod ambos Fender, e varioas outros.

Na epoca eu tinha o Twin Reverb, o HotRod, Blues Deville, e outro Twin, este ultimo era so head, era o Twin 94.
Estes eram todos valvulados.
Usei tambem no teste um RocPro, Fender, este é transistorizado.

A pedaleira foi ligada no RocPro.
A principio a pedaleira cumpriu bem o papel, ficou muito bom.
Mas ao compara com os valvulados,  foi muito diferente.

Depois a pedaleira foi ligada aos valvulados.
Mesmo usando a emulaçao da pedaleira ligada aos valvulados, o resultado nao foi igual a usar direto os valvulados.

É como eu disse em um post anterior, podemos emular o ouro com pirita.
Ate sera identico, mas lado a lado...

Conforme a nescessidade, ou ocasiao, nao é problema usar um emulador.
Os emuladores tem suas grandes vantagens tambem.
Sao varios amplis em um so modulo, e custando muito menos que um proprio.

Acho que, embora por uma boa causa, desviamos um pouco do tópico, mas depois desta conversa podemos definir (é definir) o que é timbrar o instrumento:


Nisso fico  na duvida. ;D
O topico questionava sobre HI-FI e timbre, ou seja uma questao dupla.
Nisso comentamos sobre os dois casos e o que fica relativo a esses. :-)

Vamos ver mais opinioes que apareçam. ;)

Sera que chegaremos a uma conclusao simples? ;D


Título: Re: O que vem a ser "timbrar o instrumento"?
Enviado por: Alex Frias em 27 de Março de 2011, as 18:20:03
Amorim, há emuladores (modeladores digitais) melhores e piores. Nào considero as da Digitech, ao menos das RP's que conheço, dos melhores...
Sào uma ferramente, se bem usadas podem produzir excelente música. Na verdade com um bom Line6 POD ligado direto na mesa, gravando bem, fica difícil voce distinguir entre essa modelação ou o real. Agora pra quem toca e tem a experiência física com um bom setup, faz diferença e, dependendo do executante, pode afetar de alguma forma a performance... positiva ou negativamente.

Quanto à idéia de amplificaçào de alta fidelidade, existem muitas aproximações, mas nada reproduz a experiência psicoacústica de uma execução musical em tempo real. Mas e daí? Ao menos com um equipamento Hi-Fi é possível ter um controle maior sobre o que acontecerá com o programa musical e estabelecer um melhor desempenho final.

Já em relaçào à guitarra... rapaz, guitarra é uma coisa errada desde o começo. Essa coisa de enfiar um captador eletromagnético, com características nada hi-fi, num instrumento acústico para amplificar o som com um aparelho valvulado e um falante de resposta reduzida certamente já levou a coisa pra outro lado, já que nem banjos e violões dinâmicos conseguiam competir com uma baita seçào de metais. E adicionando a isso tudo um baterista animado, nào melhora as coisas. Com o passar dos anos a coisa só piorava, com a guitarra elétrica se distanciando completamente do timbre de uma acústica. O amplificador no caso da guitarra tem a função de ser a outra metade do instrumento. Por isso desejamos características "coloridas" nestes aparelhos, para complementar o som de nosso instrumento. Há quem vá na contramào e use um amp hi-fi com sonofletores de resposta ampla, mas sào grande minoria, normalmente procurando sons diferentes dos tradicionais mais desejados pelo resto. Ou apenas para amplificar e reproduzir o resultado sonoro de seus modeladores digitais. Realmente, é assunto pra mais de metro...rs


Título: Re: O que vem a ser "timbrar o instrumento"?
Enviado por: Alfredo Padrao em 27 de Março de 2011, as 23:57:32
Obrigado a todos pelas elucidações, e já me dou por satisfeito.

Abraços
Alfredo J. Santos - RJ


Título: Re: O que vem a ser "timbrar o instrumento"?
Enviado por: GrAmorin em 28 de Março de 2011, as 00:11:18
Alex, compreendo suas palavras.

Mas ainda sobre emuladores, mantenho a opiniao, que expressei no post anterior.

De acordo com o tio Aurelio (Dicionario) emular: v.i.. e v.t. Imitar por emulação.

Se imita, nao chega a ser igual.
É como o Eduardo expressou.

Sei que a emulasao das digitech nao sao das melhores, mas tambem nao vi nenhuma banda de porte usando emuladores no lugar de seus valvulados...

Quando testei a RP que mencionei, foi como eu disse, foi ate convincente, mas lado a lado, deu para perceber bem a diferença.
A dinamica é bem diferente.
Uma coisa que da para sentir bem a diferença, é voce fazer uns harmonicos. Em um valvulado eles soam bem mais soltos e dinamicos, no emulador voce tem uma sonoridade parecida, mas nao tem a dinamica.
Ja testei outros emuladores tambem, o RP nao foi o unico, inclusive ate o line 6 ja cheguei a testar.
Uns 10 ou 11 anos atras, conversei com oS guitarristas Faiska e Sidney Carvalho, exatamente a respeito dos emuladores, ambos opinaram que nao chegam a ser igual.
E observe que o Sidney é fan dos line 6.

De fato na guitarra a pegada faz diferença.

O pre JMP-1 foi a melhor coisa que ja usei para se chegar aos timbres dos amplis valvulados.
Mas ressaltando...  é um pre valvulado...


Quanto à idéia de amplificaçào de alta fidelidade, existem muitas aproximações, mas nada reproduz a experiência psicoacústica de uma execução musical em tempo real. Mas e daí? Ao menos com um equipamento Hi-Fi é possível ter um controle maior sobre o que acontecerá com o programa musical e estabelecer um melhor desempenho final.

Ja sobre os HI-FIs creio que deva ficar a criterio de cada um.
Se tiver um controle tao grande assim, onde ficara o feeling. Pois este nao é uma coisa que possa ser "programavel" nao pode ser expressado o feeling em um partitura...

Sobre colorir, por tal fato guitarras podem ter captadores single coil ou humbucker.
Cada um destes tem um timbre diferente.
Estes podem ser passivos ou ativos como os EMGs.
Novamente tendo timbres diferentes.

Uma Strato tem um timbre diferente de uma Les Paul.
Se alguem nao perceber a diferença de som de uma strato para uma Les Paul, ouça uma 335.

Em geral, o timbre nao é só produzido por pedais, pre, e amplificadores.
As proprias guitarras tem, diferenças entre si.
Ate mesmo sendo identicas, podem ocorrer muitas diferenças.
Por exemplo, nunca vi uma Jackson ter um som igual a uma Ibanez.
Uma Fender 2010 nao tem o som de uma 70's.
Uma Fender com captadores Tex-Mex nao tem o mesmo som de uma Fender com captadores Tex special.
Essa ultima digo por experiencia, pois tenho uma Fender Richie Sambora signature,1996, captacao HSS, Dimarzio, e texas special, e tive uma Fender 1996, mesma madeira, mas captacao Tex mex, som muito diferente.


Título: Re: O que vem a ser "timbrar o instrumento"?
Enviado por: Eduardo em 28 de Março de 2011, as 11:11:50
Oi Pessoal

Quanto à idéia de amplificaçào de alta fidelidade, existem muitas aproximações, mas nada reproduz a experiência psicoacústica de uma execução musical em tempo real. Mas e daí? Ao menos com um equipamento Hi-Fi é possível ter um controle maior sobre o que acontecerá com o programa musical e estabelecer um melhor desempenho final.
Ja sobre os HI-FIs creio que deva ficar a criterio de cada um.
Se tiver um controle tao grande assim, onde ficara o feeling. Pois este nao é uma coisa que possa ser "programavel" nao pode ser expressado o feeling em um partitura...

Para manter a analogia, o cara passou a foto da finada por um Photoshop e levou para jantar. O pior é que está achando melhor a foto mexida que a esposa!

Se a reprodução ficou melhor que a coisa ao vivo, então a banda não presta. Simples assim!

Abraços

Eduardo


Título: Re: O que vem a ser "timbrar o instrumento"?
Enviado por: flaviobei em 28 de Março de 2011, as 12:00:35
por acaso ontem tava brincando com uma boss gt8, que tem várias emulações de amplificadores... dai fiz uns testes e gostei dos resultados...
usei a saíde de fones, porque pensei que não seria um teste fiel se eu estivesse usando o meu amp podre...hahaha

apesar de ser totalmente fã de pedais analógicos e poder brincar a vontade com as combinações, ordens de ligaçãoe, etc, tenho que admitir que essas mega pedaleiras tem seu charme... tem todos os efeitos possíveis, emulação de amps, caixas, e muita coisa pra brincar.

o preço de um pedal desses (+ - 900 reais) ainda é menor que um pequeno setup com pedais analógicos de marca, e algumas vezes handmades também...


Título: Re: O que vem a ser "timbrar o instrumento"?
Enviado por: GrAmorin em 28 de Março de 2011, as 12:55:35
Oi Pessoal

Quanto à idéia de amplificaçào de alta fidelidade, existem muitas aproximações, mas nada reproduz a experiência psicoacústica de uma execução musical em tempo real. Mas e daí? Ao menos com um equipamento Hi-Fi é possível ter um controle maior sobre o que acontecerá com o programa musical e estabelecer um melhor desempenho final.
Ja sobre os HI-FIs creio que deva ficar a criterio de cada um.
Se tiver um controle tao grande assim, onde ficara o feeling. Pois este nao é uma coisa que possa ser "programavel" nao pode ser expressado o feeling em um partitura...

Para manter a analogia, o cara passou a foto da finada por um Photoshop e levou para jantar. O pior é que está achando melhor a foto mexida que a esposa!

Se a reprodução ficou melhor que a coisa ao vivo, então a banda não presta. Simples assim!

Abraços

Eduardo

Pois é Eduardo.
Sabe  o que vou fazer aqui?
Um bolo de laranja usando maracuja. E sabe por que, ou para que?
Para comemorar uma coisa que to descobrindo.

O Axl Rose tem a voz identica ao do Louis Armstrong. :D


Título: Re: O que vem a ser "timbrar o instrumento"?
Enviado por: Alex Frias em 28 de Março de 2011, as 20:09:49
Quando falei sobre amplificaçào hi-fi, me referia ao que normalmente ela se destina: reprodução de programas musicais gravados. Loops, teclados, CD's, Tape recorders, Lon Plays de vinil, etc.

Quanto à frase "mas tambem nao vi nenhuma banda de porte usando emuladores no lugar de seus valvulados...":

Nào sei exatamente que tipo de sons voce ouve, se muito específicos ou de espectro mais variado. Mas posso lhe assegurar que, mesmo sem ter visto, já escutou alguma guitarra gravada com emulador digital e passou batido. Um bom modelador digital lida até bem com dinâmica e as variadas e possíveis articulações da guitarra, porém há limitações. Toda tecnologia tem limitações, se souber usá-las a seu favor, ok, se nào, melhor descartar...

Em momento algum eu disse que era igual ao real, ao modelo imitado. Nào é, principalmente para o executante. A sensação é outra.

Eu sou a favor do uso indiscriminado de qualquer ferramenta musical se o resultado for criativo e artístico.

Agora, quem nào sabe distinguir entre uma Strato e uma Les Paul, melhor consultar um médico!



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